terça-feira, 30 de setembro de 2008

Nascer do sol

Marte, 5 de Setembro 2008

O nascer do Sol em Marte.

Bush e o Joker


"A Câmara dos Representantes chumbou o plano de ajuda ao sector bancário norte-americano, por 228 votos contra e apenas 205 a favor. A maior oposição surgiu da bancada republicana, onde metade dos representantes votou contra a iniciativa da Administração Bush. O resultado fez mergulhar o Dow Jones, principal índice de Wall Street, mais de 400 pontos." in, Público


Aqui está a verdadeira razão deste chumbo... quiseram ouvi-lo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Ilusão da Democracia


Alexandre Lukashenko foi eleito presidente da Bielorrússia há 14 anos. Desde então o referendum à constituição em 1996 e as eleições presidenciais de 2006 ficaram marcadas pela obstrução do regime à monitorização internacional, pela manipulação e falsificação de resultados e pela repressão que se abateu sobre os opositores do regime. Mas, o facto de a Rússia ter deixado de subsidiar (parcialmente) a energia consumida pela Bielorrússia trouxe ao país problemas económicos e o incentivo para se aproximar da Europa e dos EUA. Por isso, esperava-se que nestas eleições se verificasse uma alteração que não fosse mera cosmética, uma vez que, em 2008, Lukashenko procurou que o processo eleitoral produzisse um mínimo de reclamações e pudesse ser aceite pela comunidade internacional.

Os opositores em lugar de serem presos como anteriormente foram afastados por questões relacionadas com pagamentos de impostos, foram despedidos da universidade ou do emprego, alistados no exército, enfim, convencidos de uma forma ou de outra de que não deveriam concorrer contra Lukashenko. Por isso, alguns “cabeças de lista” nem sequer se apresentaram como candidatos.

Os jornais locais preferiram sempre destacar a preparação para as eleições, e as movimentações dos observadores internacionais (particularmente da CEI) às propostas dos candidatos locais. As iniciativas dos grupos de Direitos Humanos e dos partidos opositores foram sistematicamente silenciadas. Toda a atenção esteve na organização das eleições. Enquanto isso a oposição era descrita como ilegítima, desorganizada, turbulenta. Apesar disso, os ataques contra a oposição nos media parecem ter sido mais moderados e o clima de medo menos notório, do que em eleições anteriores, quando não se procurava agradar aos observadores ocidentais.
Assim, a campanha eleitoral praticamente não existiu. Em Julho,os órgãos de comunicação social dominados pelo estado (não existem outros) dedicaram 70% da cobertura das eleições ao presidente Lukashenko. O jornal Sovetskaya Belorussiya dedicou 90% da cobertura das eleições ao presidente e à comissão eleitoral. Entre Julho e Agosto os órgãos de comunicação social bielorrussa dedicaram menos de 3% do seu espaço à oposição. Não houve debates na rádio nem na televisão. Os tempos de antena foram transmitidos durante a hora de ponta 17.30- 18.30H e, só foram transmitido por televisões regionais. As acções de campanhas só foram autorizadas em parques e jardins e, a propaganda eleitoral só pôde ser feita em placards individuais.

Os eleitores chegaram ao momento de votar sem conhecerem os candidatos e as suas propostas. O resultado destas eleições só constitui surpresa por o partido no poder ter feito o pleno e ter ganho todos os lugares num parlamento destituído de poderes já que a Biolorrússia é governada por decretos presidenciais… ao ocidente resta agora a escolha de rotular a Bielorrússia como ditadura (e manter as sanções) ou, democracia musculada o que seria melhor para os negócios.

Barco quinhentista descoberto na Namíbia [2]

A marca dos Fugger
via, No Arame

Um navio português do séc. XVI, descoberto em Abril, ao largo da Namíbia, Oranjemund, por uma equipa de geólogos que procuravam diamantes [ver arquivo do blog].
Este navio de 300t viajaria de regresso a Portugal quando naufragou espalhando pela costa africana a sua preciosa carga. As moedas em ouro e prata estão agora no banco da Namíbia, em Windoek. O resto da carga que consistia em toneladas de ouro, prata, marfim e metais ainda não identificados estão armazenados à espera de poderem ser estudados. As bolas do cobre encontradas têm a marca dos Fugger (o tridente) o que corrobora a tese de que o navio era português, uma vez que os banqueiros alemães eram os fornecedores de metais à casa real portuguesa.
Entre os objectos pessoais recuperados encontra-se um rosário propriedade de um dos marinheiros.
Mas em breve o oceano reclamará aquilo que é seu. Pensa-se que no início de Outubro (c. de 10 de Outubro) a parede artificial de areia que foi construída à volta do sítio será destruída e o local voltará a ficar submerso. Por isso a equipa de arqueólogos trabalha a contra-relógio.
O achado resultou na recuperação de c. de 13 toneladas de lingotes de cobre, 8 toneladas de estanho, 600 Kg de marfim, 21 Kg de ouro, 2000 moedas de ouros (70% das quais espanholas, as restantes portuguesas), c. de 1 Kg de moedas de prata.
De acordo com o arqueólogo responsável o barco, de origem portuguesa teria três mastros e cerca de 30 metros de comprimento e teria viajado da Europa do Norte para a Ásia. Bruno Werz, supõe que o naufrágio se terá ficado a dever a um choque com uma rocha. O que os arqueólogos agora encontraram foi o próprio local do acidente onde ficaram retidos os materiais mais pesados. As correntes oceânicas terão dispersado pela área os materiais mais leves.
O arqueólogo português Francisco Alves afirmou que a descoberta do padrão circular nas moedas de ouro foi determinante para datar o achado como posterior a Outubro de 1525, data em que esse tipo de padrão começou a ser utilizado.

domingo, 28 de setembro de 2008

Os piratas estão de volta


Nas costas da Somália, o negócio da pirataria está florescente, cada vez mais os barcos apresados saltam para as primeiras páginas. Pelo menos 14 navios e 300 tripulantes foram vítimas de pirataria nos últimos meses. Desta vez, apressaram o Faina, um navio que transportava material de guerra da Rússia para o Quénia.

Esta não é a primeira vez que os piratas abordam navios que transportam materiais de guerra. Esta actividade poderá estar a expor negócios de armas e outros que habitualmente se processam na sombra. Em Agosto, um navio iraniano, o MV Iran Deyanat, foi capturado pelos piratas…

“Within days, pirates who had boarded the ship developed strange health complications, skin burns and loss of hair. Independent sources tell The Long War Journal that a number of pirates have also died. "Yes, some of them have died. I do not know exactly how many but the information that I am getting is that some of them have died," Andrew Mwangura, Director of the East African Seafarers' Assistance Program, said Friday when reached by phone in Mombasa.

News about the illness and the toxic cargo quickly reached Garowe, seat of the government for the autonomous region of Puntland. Angered over the wave of piracy and suspicious about the Iranian ship, authorities dispatched a delegation led by Minister of Minerals and Oil Hassan Allore Osman to investigate the situation on September 4. Osman also confirmed to The Long War Journal that during the six days he negotiated with the pirates members of the syndicate had become sick and died. "That ship is unusual," he said. "It is not carrying a normal shipment." In, In From the Cold

Mas a captura do Faina está a levantar ainda outras questões. Como é que os piratas que se deslocam em lanchas rápidas conseguiram abordar e capturar este navio enorme e seguro (“construído como um castelo”, na opinião de um perito)? Como conseguir garantir a liberdade de circulação no mar entre a Somália e o Iémen? Os barcos da coligação não conseguem assegurar a segurança e, as companhias de navegação estão a tentar garantir segurança privada mas, obviamente não chega: o Faina foi apenas um dos três navios capturados numa semana...

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Actualização (1 de Outubro): O Faina é efectivamente um navio ucraniano que navega sob bandeira do Belize que transportava material da guerra proveniente da Rússia, concretamente 33 tanques T 72 bem como munições, esta informação foi confirmada pelo Ministro da Defesa Russo, Yury Yekhanurov, que afirmou que estas armas tinham sido vendidas ao abrigo de acordos internacionais. Entre os tripulantes do Faina há três de nacionalidade russa (entre os quais o comandante que entretanto terá morrido de ataque cardíaco). Entretanto, terão ocorrido confrontos entre os piratas de que terão resultado, pelo menos, três mortos. Ver, aqui e aqui.


Actualização: "A Somália autorizou hoje Moscovo a “combater os piratas”...

Baú de Recordações [7]


Capas milhionárias

O Boletim Municipal do Seixal, tem vindo cheio de boas notícias. Candidaturas ao QREN que foram aprovadas, investimentos da Câmara, candidaturas prontas a entregar em “boa” hora (ao contrário, daquela que morreu na praia devido ao atraso) …e justificações.
Depois das muitas críticas de que tem sido alvo (ver arquivo do blogue, e também aqui), a câmara do Seixal (de maioria PCP) resolveu encher as páginas do Boletim com o deslumbramento de milhões de euros e uma chuva de projectos aproveitando a maré pré-eleitoral que se aproxima. Tudo isto, me deixa uma desconfortável sensação de dejá vue.

A 3 de Julho de 1998, o repórter do Seixal, titulava na sua primeira página: Revitalizar a Baía prioridade de Câmara – Seixal esteve na EXPO.
Mais tarde, já em 20 de Julho de 2000, Alfredo Monteiro dá uma entrevista ao Outra Banda, na qual se destaca:
“Os projectos municipais atingem vários milhões de contos”
E que projectos eram esses?

  • Metropolitano Sul do Tejo - previa-se a conclusão da 1º fase (Almada/Corroios) em 2006. Este era um dos projectos ditos municipais, aparentemente, o governo só tinha assinado um protocolo
  • Via Alternativa à Estrada Nacional 10 – escusado será dizer que continua tudo como estava. Minto, em Corroios foi construído o viaduto para nenhures. A segunda fase, Corroios-Medideira, deveria iniciar-se este ano (promessa do presidente de 2007) mas…
  • Plano de Valorização da Baía do Seixal – “Em curso estão os seguintes projectos: Moinho de Maré de Corroios [continua em curso]; Amora, Seixal, Arrentela – Recuperação das frentes ribeirinhas [ninguém diria!]; Mundet – Programa de reutilização[?]; Fábrica de Lanifícios de Arrentela – Plano de Pormenor [está muito actual, não?]; Marina Venamar (Amora) – projecto de execução [continua no papel]; Marina do Seixal –estudo prévio e, Marina Hotel Atlântica (Ponta dos Corvos)- projecto de execução [sem comentários!]
  • Marginal de Amora – Portinho da Raposa – contempla “a criação de espaços verdes, zonas pedonais e utras exclusivas para bicicletas, zonas de estadia e zonas de apoio com bar, restaurante e esplanadas.” Oito anos depois isto continua a ser … um projecto.
  • Centro de Estágios do Benfica – eis que o Benfica foi municipalizado!
  • Complexo Municipal da Atletismo Carla Sacramento - ainda por terminar desde 2001, data da sua inauguração …
  • Complexo Municipal de Piscinas de Corroios – em funcionamento.
  • Piscina Municipal de Aldeia de Paio Pires – continua a ser uma promessa.
  • Universidade Aberta – já não se fala disso, depois de uma fase em que pareceu ter pés para andar, voltou a ficar na gaveta.
  • Escola Segunda Oportunidade – foi um projecto que se apagou hoje é pouco mais que um edifício.
  • Arquivo Histórico Municipal – quem se lembra desta promessa que deveria ter ficado concluída em 2003?
  • Circuito do Património Industrial – está como estava, na prática não existe além dos folhetos do Eco-museu.
  • Quinta da Fidalga – em funcionamento.
  • Agência Municipal de Energia – veja aqui o site da AMES e tire as suas conclusões.
  • ETAR Municipal do Seixal – esta obra “primordial” está agora a ser executada. Oito anos depois.
  • Parque Histórico-Natural do Brasileiro Rouxinol – inicio do funcionamento previsto para “primeiro semestre de 2001”… este parque teria 7000m2 e seria destinado a “recriar o ambiente de outros tempos”: pomares de laranjeiras, jardins de rosas, pólo de observação da natureza…
  • Mercado Municipal de Fernão Ferro – em funcionamento

No baú das promessas municipais abundam fundos, promessas, muitas promessas. Promessas velhas de pelo menos 10 anos (elas já tinham sido anunciadas na EXPO 98) continuam em grande parte por cumprir, a despeito das muitas capas de jornal que fizeram ao longo dos anos. Os milhões e os projectos continuarão a fazer capas dos jornais. Promessas muitas vezes repetidas não se tornam forçosamente realidade. Algumas apagam-se para que caiam no esquecimento colectivo. Em 20 de Julho de 2000, o Outra Banda afirmava: “Paulatinamente, os projectos passam das secretárias para o terreno, de acordo com os prazos previstos e com os objectivos traçados." ... paulatinamente, eu diria: devagar, devagarinho, em muitos casos, parados, só mexendo em períodos pré-eleitorais por via das primeiras páginas, das entrevistas … da propaganda que todos nós pagamos sob a forma de pseudo-jornal ou de outdoors monumentais.
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Bem prega Frei Tomás ... pena que as preocupações do PCP com "Manobras propagandísticas, mas também de utilização do aparelho de Estado e dos dinheiros públicos com vista ao favorecimento dos seus interesses eleitorais" não se estenda às autarquias onde é poder.

Por um Seixal mais Seguro


A JSD do Seixal está a promover uma petição pela criação da Policia Municipal no Seixal que poderá assinar aqui.