domingo, 30 de novembro de 2008

Clinton a caminho...




E agora a sério:

«Obama terá convidado Hillary para tomar conta da diplomacia americana uma semana após as eleições. A antiga primeira-dama terá manifestado o seu interesse no cargo mas também alguma apreensão: o seu papel de senadora garante-lhe um palco político próprio, e permite-lhe alimentar a aspiração de voltar a tentar uma candidatura à presidência.

O antigo Presidente Bill Clinton terá sido instrumental na decisão de Hillary. As fontes próximas de Obama e que falaram aos jornais sob anonimato dizem que o futuro Presidente lhe deu carta branca para constituir a sua própria equipa e lhe garantiu um canal directo para o seu gabinete na Casa Branca.» in, Público.

Khali e a questão paquistanesa

Khali, a deusa hindu do tempo (esse eterno destruidor/criador) parece ter descido à cidade de Bombaim (Mumbai) mstrando a sua face mais terrível e, trazendo consigo a morte e a incerteza (simbolizada pelos tons negros que envolvem a deusa).
Entre o caos que se instalou na cidade sitiada pelo terror, entre os ataques planeados e as vítimas aleatórias, a informação em directo e, o jornalismo dos cidadãos, com estações como a CNN, a dar lugar de relevo aos blogs e aos bloggers, que fizeram a cobertura do acontecimento ( publicando listas de vítimas e, imagens exclusivas de grande qualidade) revelou-se mais uma vez a vulnerabilidade de uma sociedade moderna que se afirma pela sua diversidade e pela dependência da comunicação/informação. A escolha de Bombaim, como alvo de um ataque terrorista foi simbólica pois, este é o coração da modernidade, numa Índia onde o passado convive com o futuro, como em nenhum outro lugar.
Os dramáticos acontecimentos da cidade de Bombaim, irão representar um retrocesso num processo de pacificação numa região marcada pelos conflitos e que procurava mais uma vez construir um clima de confiança entre adversários que são potências nucleares. O Paquistão, que tem estado na linha da frente do terrorismo (em todos os planos), terá que demonstrar cabalmente a sua determinação na luta contra as "forças da destruição" que grassam internamente corroendo o estado paquistanês e, espalhando o terror por todo o mundo... caso não o faça arrisca-se a ficar sob suspeita não só da Índia mas também dos EUA, da Europa...

O beato cubano

Esta é a imagem curiosa de um presidente de um país ateu que assiste de negro vestido a uma cerimónia religiosa... depois de os cubanos poderem comprar telemóveis e antenas parabólicas (coisa que só é notícia em Cuba) agora o presidente de Cuba, Raul Castro assistiu, ontem,à primeira cerimónia de beatificação que teve lugar no país (em Camagüey) , a do frade José Olallo Valdés (1820-1889), dirigida pelo cardeal Saraiva, enviado do Papa Bento XVI. Esta beatificação a que assistiram vários milhares de pessoas teve honras de transmissão em directo pela televisão cubana.
Sinais dos tempos?

sábado, 29 de novembro de 2008

A Casa Pia, vista de Espanha


"Aberraciones en una casa no tan pía" é o título do El País para um artigo sobre o "maior julgamento da história de Portugal" [sic]:

"Los relatos de las víctimas son aberrantes. "Fue una experiencia que me marcó mucho. Estaba vigilado las 24 horas del día. Vivía en una especie de prisión, y en ella sufrí abusos durante muchos años", ha contado Ricardo. "Sentí odio cuando les vi allí, enfrente. Los habría matado si hubiera podido", ha reconocido André, al recordar su encuentro con los violadores durante el juicio. Algunos de aquellos muchachos buscaron el suicidio. Uno se lanzó desde un segundo piso. El Estado acabó indemnizándolos con 50.000 euros a cada uno, pero la mayoría de los acusados, personas muy influyentes, está libre. Eso es todo, hasta ahora, en el proceso de la Casa Pía, el más largo y siniestro de la historia portuguesa, que esta semana entró en la fase de alegaciones finales. La obstrucción de la policía y las presiones sobre los jueces han sido moneda común en la evolución del escándalo.[...]"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Chávez, de vitória em vitória ....

Apoiantes do candidato de oposição, António Ledesma, celebram a sua eleição em Caracas

Os candidatos apoiados por Hugo Chávez ganharam 17 dos 22 Estados. Contudo, a sua vitória foi ensombrada pelo facto de terem perdido alguns dos mais ricos e populosos Estados da Venezuela e os centros urbanos mais importantes

No poder desde 1999, Hugo Chávez, precisava que os seus aliados tivessem vitórias expressivas que lhe permitissem prolongar o seu mandato para além de 2012 (data após a qual não lhe será permitido voltar a concorrer à presidência) por isso, pretendeu que estas eleições fossem um plebescito. A oposição viu-se reforçada pelo referendo de Dezembro de 2007, que impediu Chavez de modificar a Constituição e, um novo referendo pode ser um risco sério para as ambições políticas de Chávez e dos seus apoiantes.
Estas eleições foram marcadas por diversas declarações polémicas de Chávez (como não poderia deixar de ser) e, pelas escutas telefónicas feitas a dirigentes da oposição, depois passadas pela televisão Venezuelana como forma de apoucar os candidatos opositores.

sábado, 22 de novembro de 2008

Memórias e "espantos"


«Manuel Dias Loureiro e o dirigente socialista António Vitorino fizeram a apresentação da biografia do primeiro-ministro...»
in, Notícias RTP
... e para ler, também, à distância de uns longínquos quatros meses...

«Politicamente é [Dias Loureiro] uma eminência cinzenta que Cavaco colocou no Conselho de Estado. De resto, é um puro homem de negócios. Amigo íntimo de Jorge Coelho - outro ex-membro do CE e outro grande homem de negócios -, Loureiro de certeza que não participa nesta "charla" por gostar de ler. Num momento de afirmação de uma liderança "nova" no seu partido, Dias Loureiro estaria a tomar por parvos aqueles que vissem nesta apresentação conjunta um gesto inocente. Como aqui tem sido repetido à exaustão, o regime tem manhas que a razão desconhece. Apresentar uma biografia de Sócrates não é um acto de cultura. É uma atitude política reveladora. De quê? [...] De que o regime sobrevive fora do púlpito dos congressos e dos jantares com entusiasmos partidários ensaiados. [...] O que Vitorino e Loureiro celebram em conjunto (...) é essa cumplicidade "regimental" que os une.»
in, Portugal dos Pequeninos
Ainda surpreendidos por isto?
«... o primeiro-ministro, José Sócrates, mostrou apoio ao governador do Banco de Portugal. "Há momentos em que temos de escolher entre o infractor e o regulador. Este é o momento para apoiarmos o regulador, em particular numa situação em que há fortes suspeitas de comportamentos menos responsáveis, para não dizer fraudulentos, em relação a um banco", disse o chefe do Governo.»
in, Público
...e com isto?
«... os socialistas não entendem que o Parlamento seja a sede indicada para a defesa de Dias Loureiro, uma vez que há um processo judicial a decorrer. O destino do pedido do conselheiro de Estado será idêntico ao do requerimento do Bloco de Esquerda, que também pediu para ouvir Miguel Cadilhe e os antigos responsáveis do Banco Português de Negócios: o chumbo
in, DN
***
Dias Loureiro diz-se “espantado”...

Efeito Obama: grandes esperanças [2]

«"Temos a noção que é difícil encontrar os autores deste crime [destruição de outdoor], sendo que as forças de segurança e a câmara pouco podem fazer para fiscalizar, mas temos de perguntar porque é que só os nossos outdoors são destruídos? Andam por aí outros do PCP e da câmara que estão sempre impecáveis", garante desiludido, justificando ser esta a única forma do partido enviar mensagens à população. "Seixal só um boletim municipal quinzenal, que é uma colecção de fotografias do presidente da câmara."» in, DN

O mundo é composto de mudança

Comparações

«More than a third of schools are not giving pupils a good education, inspectors warned today.One in ten 11-year-olds are still leaving primary school without reaching the level expected of their age group in English and maths, Ofsted's annual report found.
And more than half of England's teenagers are still leaving school without five good GCSEs, including English and maths.
In her third annual report, Chief Inspector of Schools Christine Gilbert said England must do better if it is to compare favourably with the rest of the world.
She said she was concerned that there was still too much variation in achievement between different areas of the country.
Poor quality services existed across the education and care sectors, for those from disadvantaged backgrounds.
Poorer children, such as those who qualify for free schools meals, were still less likely to achieve five good GCSEs, including English and maths, than their peers.
In 2007, only 21 per cent of children on free school meals achieved this benchmark, compared with 49 per cent of other pupils.
Ms Gilbert said there was a strong link across every sector between deprivation and poor quality services.
She said: "This means that children and families already experiencing relative deprivation face further inequity in the quality of care and support for their welfare, learning and development.
"In short, if you are poor you are more likely to receive poor services: disadvantage compounds disadvantage." [...]»
in, The Guardian
E em Portugal? De que forma, a desigualdade no acesso à informação condiciona os resultados escolares? De que forma, a frequência do pré-escolar permite quebrar o circulo-vicioso do insucesso escolar em áreas carenciadas? De que modo as condições materiais das escolas determinam o sucesso dos alunos? Não se trata somente do "ranking", trata-se de cruzar dados. Trata-se de procurar inverter tendências e de oferecer oportunidades iguais.
Só para dar um exemplo, num concelho como o Seixal a cobertura do pré-escolar público é diferente de freguesia para freguesia (em algumas é, inexistente) esse facto, tem ou, não influência, no desempenho dos alunos ao nível do ensino básico?
Ninguém ignora a importância do contexto sócio-cultural no desempenho dos alunos mas, gostaria de ter mais dados. Alguém os conhece?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Manobras



O exercício de recuo táctico da 5 de Outubro, está destinado a prolongar o clima de desentendimento nas escolas. De facto, as medidas de simplificação destinam-se a atirar areia para os olhos da opinião pública e a alimentar a ideia de que os professores “não querem nenhuma avaliação”.

O que a Ministra se prepara para fazer nos próximos dias é “travestir-se” de vítima de um grupo profissional que não quer “diferenciação dos professores, segundo a sua qualidade”. Esta é a mensagem que o governo tentará fazer passar. A ministra pediu desculpa, fez uma retratação pública, hoje procura o entendimento com os sindicatos … depois virão de novo as acusações de extremismo, intransigência … já estou a ver o filme!

Vejamos, a título de exemplo, o que diz o editorial do DN de hoje:

« As propostas implicam [… ] menos observação de aulas - para quem prescindir à partida de ter Muito Bom ou Excelente. Esta última medida é um presente mais ou menos envenenado: só os que tiverem Muito Bom ou Excelente poderão ascender a determinados escalões na carreira. E, portanto, quem não quiser avaliação presencial estará a desistir de ganhar mais

O que o DN não diz é que para a esmagadora maioria dos professores será irrelevante procurar ascender na carreira. É que o sistema de quotas bloqueou, na prática, a progressão na carreira, por melhor que seja um professor, ele, só poderá ascender se houver um lugarzinho. Mais, muitos professores gostam, de facto (por incrível que possa parecer aos comuns mortais, e aos iluminados da 5 de Outubro), de estar na sala de aula ora, ser titular leva a “ganhar mais” (como refere o DN) mas, obriga a tarefas burocráticas e de coordenação que não são necessariamente do agrado dos professores que não trocam a sala de aula pelo relativo conforto do gabinete.

As alterações anunciadas são mera cosmética destinada a salvar a ministra.

O modelo de avaliação (baseado no ECD que temos) está provado que não presta. As escolas que o tentaram aplicar afundaram-se em procedimentos e burocracia e ,não é com simplificação que chegamos a algum lado. Existem outros modelos, que não o chileno, testemo-los em escolas piloto (em diferentes regiões, com características sócio-económicas diversas) e faça-se o balanço e os ajustamentos necessários.

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Actualização: Conselho de Escolas deverá manter pedido de suspensão...

PSD pede "suspensão do modelo de avaliação dos professores" e "recomenda também ao Governo a revisão do Estatuto da Carreira Docente."

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Procrastinação

"Vou enviar oficialmente uma carta à ministra com essa deliberação, [do Conselho de Escolas, relativamente, ao pedido de suspensão da avaliação] ainda esta semana", garantiu Álvaro Almeida dos Santos, depois de confrontado pela Lusa com críticas manifestadas por vários membros do conselho, insatisfeitos por o presidente não ter entregue nem comunicado terça-feira a Maria de Lurdes Rodrigues a posição aprovada pela maioria, no dia anterior. [...]

"A moção foi a votação e ganhou por maioria. Fico muito desiludido pelo facto de o presidente não a ter formalmente transmitido à ministra e de não ter sido capaz, até ao momento, de a comunicar de forma clara à opinião pública. A sua atitude não é conforme com o que foi decidido", adiantou José Eduardo Lemos.

"É obrigação do presidente transmitir oficialmente as posições aprovadas. Há razões para ficar incomodado com esta posição", corroborou outro elemento do CE, que pediu igualmente para não ser identificado."
in, JN
E o CDS a pôr-se em bicos de pés ...

A prova

Vitor Constâncio e, a autoridade reguladora em acção... como se comprova pelos resultados...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

... a Democracia segue dentro de momentos...


"Manuela Ferreira Leite estava a fazer uma crítica à forma autoritária, errada, de governar do engenheiro Sócrates e deste Governo e ao fazer essa crítica ilustrou-a com aquilo que ela acha que não se deve fazer", afirmou Marques Guedes, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD.[...]
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, defendeu hoje que em democracia não é possível fazer reformas contra as classes profissionais, demarcando-se da atitude do Governo no que respeita à reforma do sistema de justiça.
"Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". " in, Público
MFL, foi infeliz nas suas declarações. Conhecendo os media, deveria saber as desta vez as suas palavras não seriam relegadas para o interior dos jornais. Retomando a antiga máxima, poder-se-ia dizer que à líder da oposição não lhe basta ser democrata é preciso parecê-lo.

Mas, tomando por boas as explicações de Marques Guedes ficamos, de facto, com a sensação que este governo gostaria de poder ter um semáforo para fazer esperar a democracia e escapar ao escrutíneo público. Esta é e, será sempre a tentação do poder, perante a contestação fazer valer a força e não a razão. No caso de Sócrates desde o primeiro momento que a sua estratégia foi clara e, nisso concordo com MFL: isolar grupos profissionais, estigmatizando-os, e denegrindo-os junto da opinião pública para depois, em nome do ímpeto reformista do governo proceder com grande alarde a alterações no regime de férias (juízes), no estatuto da sua carreira (médicos, militares, professores...).... alterações que na maior parte dos casos não se traduziram numa melhoria real dos serviços prestados porque, foram cosméticas e pensadas como operações de propaganda para a opinião pública. Esta estratégia de afrontamento comporta os seus riscos, desde logo a alienação dos profissionais. A conflitualidade no sector da Educação é apenas mais um capítulo da incapacidade de gerar consensos ... incapacidade que tem sido agravada pelo facto de os interlocutores tradicionais -sindicatos, associações- estarem a sofrer de inadequação ao "choque tecnológico", a democratização da informação (acesso e produção) veio introduzir uma perturbação adicional às negociações que, antes, estavam reservadas para o aconchego dos gabinetes.
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"... ministro dos Assuntos Parlamentares criticou hoje a Fenprof por ter
abandonado uma reunião no Ministério da Educação e acusou a federação de ter uma
"agenda" de "posições extremistas" e que "apostam no agravamento do conflito".
in, Público

Piratas à solta

"The location of the latest attack, far out to sea, suggested that the pirates may be expanding their range in an effort to avoid the multinational naval patrols now plying the Gulf of Aden and the Arabian Sea.

“I’m stunned by the range of it,” said Adm. Mike Mullen, the chairman of the Joint Chiefs of Staff, at a news conference in Washington. The ship’s distance from the coast was “the longest distance I’ve seen for any of these incidents,” he said.

The vessel was headed for the United States via the Cape of Good Hope when it was seized, Reuters reported." in, NYT

Desenvolvimentos preocupantes, com os incidentes a sucederem-se, a insegurança a crescer na região, os resgates a aumentarem e, os piratas a atingir um nível de sofisticação impensável até à pouco tempo...

Liberdade de Imprensa no Mundo


A paz é o maior garante da liberdade de imprensa esta, é a conclusão fundamental do relatório dos Repórteres Sem Fronteiras, publicado a 22 de Outubro.
Neste relatório Portugal classifica-se em 16.º lugar (confirmando a tendência de descida no ranking), sendo que o país melhor classificado é a Islândia e o pior classificado a Eritereia, ocupa o 173.º lugar deste ranking.
"Le monde de l’après-11 septembre est désormais clairement dessiné. Les grandes démocraties sont déstabilisées et placées sur la défensive, grignotant peu à peu l’espace des libertés. Les dictatures les plus puissantes économiquement revendiquent leur autoritarisme avec arrogance, profitant des divisions de la communauté internationale et des ravages des guerres menées au nom de la lutte contre le terrorisme. Les tabous religieux ou politiques s’imposent chaque année davantage à des pays qui avançaient auparavant sur la voie de la liberté", a déclaré Reporters sans frontières.

"Dans ce contexte, le musellement général à l’oeuvre dans les pays fermés au monde, dirigés par les pires prédateurs de la liberté de la presse, continue dans une absolue impunité, à mesure que les organisations internationales, comme l’ONU, perdent toute autorité sur leurs membres. Cette dérive mondiale donne d’autant plus de relief aux petits pays économiquement faibles, qui garantissent malgré tout à leur population le droit de n’être pas du même avis que le gouvernement et de le dire publiquement", a ajouté l’organisation." Para ler aqui

A vergonha

"[...]Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha."
João Miguel Tavares

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A coragem de ser incómodo


Anna Politkovskaïa foi assassinada em 7 de Outubro de 2006, na sua casa, em Moscovo.

Porquê? A mando de quem? São questões que continuam em aberto. A verdade é que os jornalistas de investigação rapidamente se tornam incómodos e, na Russia não são raros os casos de jornalistas cuja morte chega prematuramente na ponta de uma arma.

Anna Politkovskaïa, distinguiu-se ao cobrir o conflito na Chechénia, e ao denunciar as violações dos direitos do Homem pelas autoridades russas e pela sua voz crítica relativamente à actuação de Putin.

O seu processo senta no banco dos réus, dois irmãos chechenos, Djabraïl e Ibraguim Makhmoudov, por terem feito a vigilância do apartamento e um cúmplice, membro da polícia criminal, Sergueï Khadjikourbanov. Também se sentará num tribunal militar, o agente do FSB (ex-KGB), Pavel Riagouzov. De facto, nem o presumível atirador nem os mandantes do crime serão julgados, apenas o "peixe miúdo" está nas redes da justiça russa. Mesmo assim, talvez este julgamento possa contribuir para conhecer os reais motivos do assassinato desta jornalista, talvez possa contribuir para que os jornalistas russos sejam “alvos a abater”.

A mais recente vítima da sanha contra os jornalistas foi Mikhail Beketov, editor de um pequeno jornal da oposição russa, o Khimkinskaya Pravda, que a 13 de Novembro foi encontrado nos subúrbios de Moscovo em estado crítico, isto depois de se ter queixado de estar a ser vítima de ameaças e de que o seu automóvel tinha sido incendiado na garagem…

Atrapalhada


A reacção dos professores a um sistema injusto, carente de lógica e de rigor, só poderia redundar num imenso desgaste do titular da pasta da Educação, que para cúmulo se tem refugiado num autismo persistente.
As manifestações de professores, o descontentamento dos alunos e a insatisfação de muitos encarregados de educação tinha que ter consequências - este governo ainda sabe fazer contas de diminuir e, os danos eleitorais provocados por este imbróglio são já evidentes e atrapalham os planos do PS para conquistar um nova maioria.
A sra. ministra, foi pouco avisada pois a forma como foi reagindo aos acontecimentos torna qualquer cedência numa derrota pessoal e, do primeiro-ministro.
Depois do recuo sobre as consequências das faltas justificadas dos alunos, fico curiosa relativamente, ao teor das alterações ao sistema de avaliação de professores mas, é certo, que a ministra se enterrou até ao fundo na trapalhada que a sua equipa criou e que agora procura salvar a face*.
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Conselho das Escolas pede à ministra que suspenda a avaliação ... o que só virá reforçar o "braço de ferro".

domingo, 16 de novembro de 2008

... ainda me espanto!

(clique na imagem para a aumentar)

Esta é a primeira página, de um extraordinário questionário (na totalidade, aqui), sobre o estilo da liderança que os professores avaliadores, de uma escola do distrito de Lisboa, foram convidados a preencher. Eis algumas das (im)pertinentes questões deste inquérito:
"Acredito firmemente que o divórcio se deve tentar evitar sempre que possível.
Um relacionamento com um companheiro romântico é um dos meus objectivos.
A minha casa é mais limpa e organizada que a maioria das casas que conheço.
Sou mais inteligente que a maioria das pessoas e os demais geralmente reconhecem-no."
Atendendo ao carácter das perguntas, diria que é mau demais para ser real...

Via, Educação do Meu Umbigo

Um artigo de opinião que vale a pena ler...
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Só falta mesmo isto:

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E ainda: alguém me consegue explicar como é que um despacho dominical se sobrepõe à lei? É que o Estatuto do Aluno é bem claro, veja-se o artigo 22.º e suas alíneas...

A morte do capitalismo foi muito exagerada…

Do mesmo modo que Artur se reunia no seu Camelot com os seus cavaleiros para prosseguir a demanda do Santo Graal, também os líderes do G20 se reuniram, ontem, com G. W. Bush em Washington para discutirem a forma de relançar as debilitadas economias. Não, ninguém disse que não era possível encontrar o precioso “Graal dos nossos tempos” materialistas simplesmente, esta crise do sistema parece mostrar que chegou a hora de mudar, de se adaptar e foi isso que os 20 líderes do G20, representando 85% da produção mundial começaram a discutir.

Os EUA, debilitados pelo clima de recessão e, em plena mudança de administração puderam, apenas, jogar para o empate e, adiar outras resoluções, lá para a Primavera, quando a nova adminstração já dominar os dossiers. No entretanto, a China e a Índia podem vir a assumir um papel mais importante, nomeadamente através de um incremento do financiamento do FMI (… isto e as suas economias se revelarem resistentes à presente crise).

Durante o encontro o Presidente chinês apelou para que a nova ordem financeira internacional seja mais justa, inclusiva e regulada” e, Manmohan Singh, o primeiro-ministro indiano, fez notar que o Grupo dos Sete já “não corresponde às exigências da situação actual”. “Nós precisamos que qualquer nova arquitectura seja realmente multilateral e assegure uma representação adequada dos países que reflicta as suas realidades económicas”, acrescentou ele.

E nesta conjuntura, apesar das vendas do “Das Kapital” terem disparado na Alemanha (2 milhões de exemplares últimos meses) a morte do capitalismo foi sem dúvida muito exagerada, poderá vir aí uma nova versão, que não será necessariamente melhor que a anterior.

Paragens idílicas


Paragens de autocarro na Moldova

As paragens temáticas, propangandístics e artísticas estão um pouco por toda a parte, na Moldova, como em outros territórios da antiga URSS (o Metro de Moscovo, não é excepção).
Veja algumas delas, aqui.

O Humor da América

Capa da edição de faz-de-conta do NYT

A Guerra do Iraque terminou!! Condolezza Rice esclarece que não havia armas de destruição maciça no Iraque. Americanos vão ter um seguro universal de saúde… Estas são algumas das notícias bombásticas publicadas pelo New York Times falsificado pelos The Yes Men um grupo de humoristas satíricos cujo trabalho pode ser visto aqui.
Explorando a transição entre a administração Bush e as grandes esperanças levantadas pela vitória de Obama, o grupo produziu uma imitação perfeita do prestigiado diário (veja o legitimo New York Times e compare) que foi distribuída no Metro a mais de um milhão de nova-iorquinos e foi também distribuído em Los Angeles, San Francisco, Chicago, Filadelfia e Washington... o editor do legítimo NYT reagiu desta forma ...
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"O Presidente eleito dos Estados Unidos, Brack Obama, confirmou ontem à noite (madrugada em Lisboa) a sua vontade de fechar o centro de detenção da Baía de Guantanamo..."

sábado, 15 de novembro de 2008

Efeito Obama: grandes esperanças.


















( na imagem artigo da Visão de 13 Novembro, clique para ver melhor)

No Seixal, quase todos, estamos de acordo: precisamos de Mudar!

Trinta e quatro anos depois do 25 de Abril, chegou a hora de Mudar o Seixal. Por motivos vários, do conformismo ao comodismo o poder neste concelho está há mais de três décadas nas mãos de uns poucos. A fórmula encontra-se esgotada. O Seixal mudou, é natural que o poder autárquico mude também. Novas ideias, novos projectos, novos métodos. Nesta corrida para a mudança surgem ,aproveitando o “efeito Obama”, os cartazes do PSD/Seixal, cartazes que realçam o “tudo é possível” e apelam à participação dos eleitores pois, só a participação garantirá a mudança num concelho onde a abstenção tem ultrapassado largamente os 50%, com um único beneficiado, o PCP.

Mas, há coisas que não mudam. O espírito anti-democrático de alguns ainda é o que era, por isso, as iniciativas da oposição são quase sistematicamente vandalizadas. O último cartaz do PSD, não escapou a mais uma manifestação do espírito totalitário reinante por estas bandas… mais uma razão para querer a mudança.


via, a-sul