sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Choque tecnológico


Quanto pode custar a construção de um site institucional?
Contrata-se um atelier, um webdesigner, paga-se €99 500 pelo trabalho.
Parece caro? É uma exorbitância pela construção de um site mas, a originalidade do trabalho paga-se.
Ah! Não é original? Trata-se de um produto que pode ser utilizado a custo "zero".
Para ver aqui.
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Ora, entretanto anuncia-se uma comissão de inquérito à Fundação para as Comunicações Móveis também aí, há coisas que cheiram a robalinhos....

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Desemprego continua a subir

Fonte: Eurostat

"A taxa de desemprego em Portugal atingiu 10,2 por cento em Outubro, indicam números do Gabinete de Estatística da União Europeia publicados hoje.
Na zona euro, o desemprego manteve-se estável em Outubro face ao mês anterior, situando-se nos 9,8 por cento, a taxa mais elevada desde Janeiro de 1999, adiantam os dados do Eurostat.
Em Outubro de 2008, a taxa de desemprego na zona euro situava-se nos 7,9 por cento.
Nos 27 países-membros da União Europeia, a taxa de desemprego elevou-se para 9,3 por cento em Outubro, contra 9,2 por cento, em Setembro, e 7,3 por cento, em Outubro do ano passado." in. Público

Saindo do papel

Entra, hoje, em vigor do novo texto do Tratado de Lisboa, ratificado por via parlamentar em 26 países e apenas referendado na Irlanda - por imperativos constitucionais - e, que depois de várias peripécias, dúvidas, promessas está finalmente em condições para sair do papel.

Nuns sítios, saudado com entusiasmo, noutros ignorado. Assim, vai a Europa a 27.

Pesos e medidas



«Questionado sobre o facto de o Brasil ter reconhecido as eleições no Irão e não o voto nas Honduras, Lula da Silva afirmou que «os dois casos são completamente diferentes», já que as eleições iranianas «não violaram a constituição» e as das Honduras foram feitas «por um golpe repudiado por todo o mundo». in, Sol
A única conclusão que consigo tirar destas palavras é que existem "boas" e "más" ditaduras, e que as prisões arbitrárias, as violações dos direitos humanos, as restrições às liberdades civis nas Honduras são "más" mas, as condenações à morte, as perseguições políticas e religiosas, as limitações à liberdade de imprensa ... no Irão são justificáveis e, portanto "boas" e venha de lá um abraço ao "amigo" Ahmadinejad, precisado que está de apoio para o seu programa nuclear "para fins pacíficos"...

Aliás, ou me engano muito ou o próprio Zelaya se preparava para violar a constituição do seu país ao recandidatar-se ao cargo de presidente... esta foi de resto a argumentação dos juízes do Tribunal Constitucional hondurenho.... pelo que se pode depreender que também em matéria de violações da constituição umas são "boas" outras não...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Raposódia boémia

Da necessidade do sal


O processo "face oculta" tem dominado as notícias, e os "mentideros" nas últimas semanas. Mais uma vez, a justiça anda nas bocas do mundo. Regressaram as insinuações de a mão da justiça seria conduzia por ínvios interesses, cujo propósito último visaria atingir figuras do Estado... ora, eis senão quando, um dos nomes mais badalados deste processo vem confessar que recebeu "uma caixinha de robalos". Realmente, esta questão das sucatas cheirava mal desde o início. Está explicado: robalo foi deixado sem sal e, corrompeu-se...

Já Vieira, o visonário e grandiloquente pregador jesuíta, proclamara no seu sermão de Santo António aos Peixes que, "o sal como vós [peixes], tem duas propriedades, [...]: conservar o são e preservá-lo para que não se corrompa." Poderíamos nós, hoje, volvidos que são quatrocentos anos, reler o seu sermão à luz da actualidade? Digamos que a Justiça dos Homens procura separar os bons, dos maus peixes, louvando nuns as virtudes e noutros os vícios. E se isso fosse feito assim, em que cesta caberia o robalo, o singelo robalinho?
Vejamos o que diz a sempre prestável e sapiente wickipedia:
"Alimentam-se de pequenos peixes e crustáceos, especialmente camarões e caranguejos.
Gostam de águas calmas, barrentas e sombreadas, e ficam próximos ao fundo."
Ora, nem mais. Era o que já se desconfiava!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Das qualidades da água



Já conhecíamos a água gaseificada mas, no Seixal, temos também água "polvorizada". Esta é a preocupante conclusão de um trabalho realizado por investigadores suíços e portugueses sobre a qualidade da água nos aquíferos situados na área envolvente da antiga fábrica da Pólvora. As conclusões não animadoras, embora os responsáveis da câmara, fiéis ao seu estilo de "tudo vai bem, no melhor dos concelhos possíveis", se tenham apressado a desvalorizar ...
"[...] The groundwater residence times were distinctly different in the two aerobic aquifers, as determined by the tritium (3H)–3He method. In the contaminated zones, the upper aquifer exhibited groundwater ages of 25 years, whereas the lower (presumably confined) aquifer contained hardly any tritium which indicates water ages >55 years. P-NACs-containing waste waters are known to have leaked into the upper, unconfined aquifer. However, P-NACs were present in both aquifers in high concentrations (up to 33 000 μg L−1 TNT), which implies a hydraulic connection, although tritium concentrations and chemical data suggest two separated aquifers. Based on the 3H–3He groundwater dating and the presence of very high P-NAC concentrations, the contamination of the lower aquifer must have happened during the early stage of the explosive production, i.e. >50 years ago. Despite this ‘old’ contamination, TNT and DNT have not been transformed until to date as is demonstrated by the negligible changes in their carbon isotopic signatures (δ13C). Thus, P-NACs are very recalcitrant to degradation at the investigated site. If the aquifers remain aerobic, TNT and DNT are expected to persist in the subsurface for many decades to centuries.
[...]"

domingo, 22 de novembro de 2009

Contos de fadas e outras lérias

(clique na imagem para jogar)
Num sonolento domingo de manhã, um bom conto de fadas pode ter o condão de nos despertar para a realidade envolvente.
De facto, os contos de fadas alertam-nos para a realidade que se esconde por detrás da aparência, para os perigos escondidos. Não raro, as bruxas são fadas caídas nas teias do "mal", espécie de madrastas que conservam a sua maviosa aparência mas, que transportam no seu coração a corrupção inerente ao "mal", enganando tudo e todos à sua volta para cumprirem obscuros desígnios de poder...
Por vezes, é difícil saber até que ponto realidade e ficção se misturam de tal forma a trama parece repetir-se e emitar-se. Digamos que tudo o que tem vindo a lume, no caldeirão das notícias dos últimos meses, poderia ser obra de um pouco talentoso escritor de contos fantásticos. Superfícies cristalinas que ocultam faces mui obscuras. Jornais independentes que afinal seriam manipuláveis pelos cordões da "bolsa". Concursos públicos, que por encanto (certamente), se ganham... poções de esquecimento para as dívidas fiscais... o uso, e porventura o abuso, dessa espécie de bola de cristal vulgarmente, conhecida pelos muggles, como "escutas"... Animais políticos que ora serpenteiam entre as salamandras, ora se confundem com morcegos nos corredores do poder... uma justiça que parece crescentemente enleada na floresta das contradições e dos enganos...
Não sei de ciência certa se existem bruxas mas, não há dúvida de que é necessária uma varinha mágica, ou pelo menos, uma vassourada...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Crescimento ... anémico


"Growth resumed in the second quarter of 2009, but will remain subdued as private sector deleveraging constrains the recovery. As a result, unemployment is likely to increase to around 10% in 2010. The budget deficit is set to rise further in 2010 and 2011, following a substantial increase in 2009 due to the combined impact of the fiscal stimulus and the recession. Core inflation, after dropping to near zero, may increase rather slowly over the projection period.
Despite anaemic growth, designing and gradually implementing fiscal consolidation is a major priority. Structural reforms to promote competitiveness are key to achieving higher growth through more dynamic exports, while the pursuit of education reform should help foster longer-term potential."

Conclusão do relatório da OCDE sobre Portugal

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Berlim, Lisboa - vinte anos depois

via, Der Spiegel
Passaram 20 anos desde que em Berlim desabou o "muro" e com ele uma Europa partida ao meio. Temos, hoje, uma Europa diferente. O impensável aconteceu os países do COMECON e do Pacto de Varsóvia tornaram membros da União Europeia e até da NATO. Vinte anos depois a Europa prepara-se para implementar no terreno o Tratado de Lisboa, prepara-se para escolher o seu presidente. Muita coisa mudou em duas décadas e muitos desafios nos esperam mas, "o caminho faz-se caminhando" e a queda do "muro" foi um passo de gigante em direcção a um futuro que todos pretendemos melhor.
E, sim, a Europa continua desigual, e em alguns países a corrupção grassa, a xenofobia e as tentações totalitárias não abandonaram o Velho Continente. Em alguns países, existe mesmo um saudosismo relativamente ao passado - não é só em Portugal que a precária segurança do salazarismo exerce fascínio sobre algumas camadas da população -, um passado que a todos assegurava um nível de "penúria garantida" dentro dos limites do espartilho socialista. A Europa, não é o El Dorado e, a incerteza que a construção europeia tem para oferecer é motivo de desorientação. Tudo razões para nos empenharmos na construção de uma Europa mais coesa, mais social, mais "verde".

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Berlim, Lisboa vinte anos depois (1)


O muro, o grande e intransponível muro símbolo da Guerra Fria e da desunião da Europa caiu, há vinte anos.

Passaram-se pois, vinte anos sobre o impensável. Caiu o muro e, como um castelo de cartas, uma após outra, desmuronou-se um império construído sobre uma ideologia com pés de barro e contra a vontade dos povos.

Uma Europa, dois mundos diferentes. Lembro-me do dia em que transpus o muro para o lado de lá. Para o Leste em direcção à sinistra capital do Império. O contraste entre o buliço de Berlim (RFA) e o silêncio das ruas de Berlim (RDA). Parecia que estava a viajar no tempo. As casas, as ruas, os automóveis, as roupas -que me lembravam as que anos antes tinham sido "moda"... Era a única passageira de uma carruagem de combóio mas, nem por isso dispensaram o aparato intimidante de soldados, metralhadoras e cães. Estávamos em 1985, o muro ainda estava de pé.

Deixei uma sociedade de consumo, cheia de desigualdades e contradições, onde os povos eram livres de escolher o seu rumo e, "aterrei" numa sociedade de penúria quase generalizada onde qualquer veleidade de escapar "à massa" informe do socialismo e escolher um caminho próprio era olhada com a intolerância com que se olham os traidores.

A oeste uma sociedade de informação que tinha como regra a liberdade de expressão. A leste, uma sociedade que controlava e instrumentalizava sistematicamente a informação. Nem assim, utilizando os métodos que inspiraram Orwell, lograram granjear o "apoio popular". Finalmente, o vazio sobre o qual se alicerçou o império soçobrou arrastando consigo o temível muro.

Quem via as manifestações que enchiam as praças em alegres vivas à nomenklatura dificilmente poderia prever o final... As manifestações de apoio são o que são. Valem o que valem. As manifestações de apoio ao totalitarismo são, de facto, resultado do medo colectivo de ser preso, de desaparecer, de ser impedido de estudar ou trabalhar, medo de ser preterido na escolha do almejado automóvel ou apartamento ...medo. (cont.)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Poderemos ignorar?


"Vai por aí grande algazarra opinativa por a novel deputada comunista Rita
Rato, licenciada em Ciência Política, ter afirmado que nunca ouviu falar do
Gulag e que "nunca esto[dou] nem l[eu] nada sobre isso". "Isso" foram "só"
milhões de mortos, a maior parte presos políticos, em campos de concentração da
ex-URSS, uma espécie de Tarrafal multiplicado por números inimagináveis..."
Opinião de Manuel António Pina, para ler, aqui.

domingo, 25 de outubro de 2009

Leituras da fé


Ao contrário, do que possa parecer esta mulher não está a ser salva. Está a mergulhar voluntáriamente na lama, numa demonstração de fé. Trata-se de uma cerimónia de purificação organizada no México para comemorar o nascimento de Niño Fidencio (1898-1938), um curandeiro tradicional, venerado como um santo no norte do México, a quem continuam a ser atribuídas "curas milagrosas".

Não sou uma mulher de fé por isso, nesta imagem mais não vejo que um acto insano de alguém de joga a sua vida contra a probalidade de ser engulido pela lama. Mas não posso, racionalista como sou, deixar de reconhecer que em momentos como este há uma espantosa superação do humano que permite inverter a "tendência" e, remover montanhas - no caso, permite escapar viva à lama.

Ao longo da história, as religiões foram motivo para as mais terríveis atrocidades mas, permitiram também saltos civilizacionais que de outra forma não teriam ocorrido. As recentes declarações de Saramago sobre o Antigo Testamento suscitaram uma polémica algo desajustada. O Antigo Testamento, é um livro religioso mas é também crónica e literatura. Escrita ao longo de mais de quinze séculos, a Biblía, reflecte as transformações da economia, da sociedade, da administração, da literatura e da religião judaica.
A história de qualquer povo convertida em livro religioso de referência só pode mesmo dar origem a uma espécie de "manual de maus costumes" mas, mesmo para alguém como eu, a Biblía (Antigo Testamento) é mais do que isso, bastará dizer que foi o primeiro caso de uma religião e de um povo monoteísta que o utilizou o seu livro sagrado para eternizar as suas dúvidas, as suas interrogações, os seus cânticos, as suas conclusões.
Por isso, atendo-me apenas às declarações que o livro não o li ainda, esperava mais do criador do Sete Sóis e da sua Blimunda... esperava que atingisse a dimensão simbólica de muitos dos episódios narrados em lugar de se limitar a uma interpretação literal empobrecedora...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Em queda

via: rsf
Sinal dos tempos: Portugal continua em queda livre (de 16º para 30º lugar) no ranking da liberdade de imprensa. Porque será?

O tabu


«A associação ambientalista Quercus afirma que em Vale Milhaços, Seixal, há uma lagoa com "milhares de toneladas de resíduos perigosos, em terreno arenoso", próximo de habitações e que estará a contaminar as águas subterrâneas da zona. De acordo com Rui Berkemeier, especialista em resíduos, "trata-se de uma situação de descarga de resíduos de óleos industriais ao longo de muitos anos e que nunca foram removidos. São contaminantes cancerígenos, altamente tóxicos".
O vereador do Ambiente da Câmara do Seixal, Carlos Mateus, confirmou conhecer o problema, mas que a autarquia "sozinha não o consegue resolver". "José Sócrates, quando ainda era ministro do Ambiente, esteve no local e comprometeu-se a mandar limpar e descontaminar", afirmou. O Ministério do Ambiente rejeitou a existência de quaisquer "indícios de contaminação dos lençóis freáticos na região potencialmente afectada".» in, CM

Há coisas de que não se fala.

Num concelho que repetidamente nos é descrito como uma "maravilha", como o melhor dos concelhos possíveis, afloram de quando em vez indícios reveladores de que nem tudo é o que parece. Esta notícia, que de nova nada tem, é um bom exemplo disso mesmo. As famosas lagoas de hidrocarbonetos que tanta tinta fizeram correr que, o ministro do Ambiente, Sócrates, se decidiu a prometer a descontaminação e até, se a memória não me falha, fez deslocar para o local todo um arsenal destinado a aparecer nos telejornais pois, no dia seguinte já tinha rumado a novas paragens. Bom, não querendo apontar decididamente o dedo à autarquia estranha-se o seu silêncio conivente com a situação, a sua passividade, o seu pouco empenhamento. Os hidrocarbonetos estão lá e ameaçam os lençóis freáticos, pareceria natural que a autarquia se mexesse em lugar de se desculpabilizar e apontar "para cima". Mas, falar deste e doutros problemas seria reconhecer que nem tudo vai bem ... por isso, caluda!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Parar o tempo

Longe, longe de qualquer interpretação que não a pura beleza da imagem... belíssima foto de Alain Sailer, publicada pelo Le Figaro. Uma imagem que quase nos faz acreditar que parar o tempo é possível.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

No Seixal, nada de novo


Ver mapa maior


É a democracia, é a vida! Na noite eleitoral ganhou a CDU –no concelho de Seixal- perderam todos os outros. Uns mais perdedores que outros dependendo das expectativas geradas. quanto maiores as expectativas maior a perda.

Mas, na minha particular perspectiva perdeu a democracia e a população do Seixal.

Perdeu a democracia porque em mais de trinta anos nunca houve alternância democrática e, a alternância é o sal da democracia. Sem ela, cai-se no imobilismo, no desinteresse. Os números da abstenção provam isso mesmo.

Perdeu a população do Seixal porque apesar do frenético “progresso” dos últimos meses, serão mais três anos de marasmo e, nesse tempo o Seixal continuará a ser um concelho de faz-de-conta e ,apesar de crescer, continuará a transformar-se num subúrbio de Lisboa onde o desenvolvimento sustentado é cada vez mais uma utopia.

A verdade é que na hora das eleições, muitas pessoas, apesar de tudo o que lemos, ouvimos e vemos preferem continuar a ignorar e decidem, não arriscar. Para o êxito da receita PCP/CDU muito contribuem as obras de última hora; os apoios, ainda que envergonhados, de muitos dirigentes associativos; e, claro está, a propaganda que o Boletim Municipal se encarrega de levar à casa de cada um dos municípes.

Para as oposições está relançado o desafio de, nos próximos quatro anos, encontrar novas formas de levar a mensagem aos eleitores e de lhes devolver a esperança que os faria participar com a convicção de que o voto de cada um pesa no resultado final.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Não ir em cantigas....

Há algumas semanas, navegando à deriva entre redes vermelhas, deparei-me com este post, "Pão e Circo" de seu nome. Não posso evidentemente, apreciar da justiça das críticas que aí são feitas mas, transplantando para a nossa terra... o que vemos nós?
Desde logo na capa do Boletim Municipal derramam-se milhões em investimentos no parque escolar; nas páginas quatro e cinco, é o o capital derramado em nome do desporto que faz as manchetes; nas páginas 6, 7, 8 mais projectos, mais letras garrafais, mais milhões. Ora, todos estes projectos somados temos a bonita soma de c. de 18 milhões de euros. Muito dinheiro, sem dúvida, contudo, representa apenas uma magra fatia do orçamento municipal que neste mandato foi de aproximadamente 400 milhões. O que se poderia ter feito com tanto dinheiro?! E, o mais interessante é que, alguns destes milhões já antes encheram as páginas do mesmo Boletim e poderão sempre voltar a enchê-las, numa ilusão continuada.. tal como, aconteceu com o moinho de Corroios cuja abertura foi ciclicamente anunciada até que se concretizou na data azada, por sinal, a poucos dias das eleições.
Finalmente, depois de mostrar obras pelas quais desesperámos nos últimos quatro anos, chegamos ao capítulo festas e romarias: Seixalíadas, Madedeus, "pintura em grande formato" e ... Seixal Jazz.

De facto, de circo é que o meu povo gosta e, nem de propósito temos agora a "canção do Seixal"... sim, dois mil anos depois, os "artistas" mudaram mas o "pão e o circo" continuam a ganhar votos.
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Talvez seja esquisitice minha mas, não me parece curial a utilização de jovens de uma associação fortemente subsidiada pela câmara participarem da forma que o fazem num vídeo de cariz partidário.

Imagens, imagens, imagens ...



Eis um video que esmiúça os cartazes de campanha das autárquicas... a não perder, aqui.

Abrigo



Este projecto da autoria do arquitecto português (setubalense), David Mares, é um dos dez finalistas ao "Prémio do Povo", promovido pelo Museu Guggenheim, para o melhor abrigo.
Poderá vê-lo e votar, aqui.

domingo, 20 de setembro de 2009

Palavras que rimam: Espanha e campanha


Depois do debate Sócrates/Manuela, Portugal entrou nas notícias da vizinha Espanha. As novas da campanha lusa têm enchido as páginas do El País que (vamos lá saber porquê) adoptou Sócrates e o tenta levar ao colo (sabe-se lá para quê...). Em compensação, Manuela Ferreira Leite é descrita como "conservadora" e as suas reservas ao TGV são apoucadas sem que se refiram as razões que lhes estão subjacentes.
Em resumo, a forma como o El País tem tratado a campanha portuguesa para as legislativas dá razão a Manuela Ferreira Leite.
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Hoje dia de reflexão por estas bandas, o El Pais, publica mais um artigo em que Sócrates surge como favorito mas precisando de um parceiro:
"El candidato del BE, Francisco Louçà, dice estar preparado para gobernar, en un intento de demostrar que no dirige un partido que se dedica sólo a la contestación. Pero ha cerrado todas las puertas a un eventual gobierno de coalición con los socialistas si los resultados dan una mayoría a estos dos partidos. BE y PS se disputan buena parte del voto de la juventud, proclive a la abstención, especialmente de los 700.000 nuevos electores."

As reBElações

via, Russian Caviars
"Francisco Louçã evitou esta manhã uma visita à área das bancas de peixe, no mercado municipal de Alcobaça, explicando depois que o fez porque rejeita a “dinâmica de espectáculo” e qualquer “forma de populismo”.
in, Público
Não se tratou de evitar pura e simplesmente o Mercado. Tratou-se de uma rejeição selectiva: peixaria, não. E é verdade, cada um vende o seu peixe a quem quer. Louçã não quer vendê-lo às peixeiras. Está no seu direito mas, trata-se de uma forma de discriminação. Vendedoras de frutas e legumes, sim. Peixeiras, não.
Mais curioso ainda. Louçã rejeita o "populismo". Quem diria?!
Para o BE, ontem, foi um dia de revelações. Até os PPR's saíram do armário dos esqueletos.
Por tudo isto não posso deixar de dedicar este post a Louçã. Pena que não tenho champagne...
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Por tudo isto e muito mais, compreende-se a posição do velho e "bonacheirão" Soares face ao sempre jovem e hirto Louçã.

sábado, 19 de setembro de 2009

Quanto custa o Boletim Municipal?

A julgar por este contrato que engloba tão somente a impressão de quatro números... é só fazer as contas... O custo da impressão do boletim da câmara do Seixal ronda os €170.000.00 / ano. É muito dinheiro para propaganda. E isto, é mais verdadeiro ainda se pensarmos que, em 2008, a câmara do Seixal gastou apenas €148.477.00 em habitação social. Apesar de existirem situações como esta:


Ver mapa maior

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Claro está, que já nem falo dos contratos relativos à impressão (e apenas isso) da Agenda Municipal (ver aqui, aqui e aqui) que perfazem um total de €121.890.00...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ultrapassam os 500 000 ...

"O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 28,7 por cento em Agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, e aumentou 1 por cento face a Julho, segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP)" in, Sol
Ora aqui estão dados verdadeiramente preocupantes, até porque, apesar do optimismo da aparente recuperação económica, o desemprego vai continuar a subir durante o próximo ano, prevendo-se que se mantenha em níveis elevados. Se as previsões económicas não se confirmarem o desemprego na OCDE poderá mesmo atingir 57 milhões de trabalhadores (650000, em Portugal ou seja, uma taxa de desemprego de quase 11,7%).

Discutir este problema sem cair na tentação das promessas e da demagogia é tarefa difícl até porque estamos em plena maré eleitoral. Já se percebeu que o desemprego será um dossier difícil na próxima legislatura. Governe quem governar, o desemprego estará em cima da mesa. Investimento público, incentivos `s PME's, formação profissional (adequada às exigências do mercado), apoio social aos desempregados... tudo questões a merecer uma ponderada reflexão.

Aos tiros pela Amora

"Quando eles entraram aqui já era para o matar. Levou dois tiros mas ainda saiu pelo próprio pé. Pior foi um cliente meu, que nada tinha a ver com a guerra [de gangs, entre os bairros do Jamaica e da Quinta da Princesa] e também levou um tiro na zona lombar."
in, CM

Mais uma vez a Amora (Seixal) é notícia pelas piores razões. A rivalidade entre estes bairros não é nova, como explica a notícia mas, a frequência e a gravidade dos confrontos tem vindo a acentuar-se nos últimos tempos. Este deveria ser um tema de reflexão séria. Segurança, habitação, emprego, exclusão social ... o problema está mais do que diagnosticado. Num concelho, que nos querem fazer crer, que é "harmonioso" estes fenómenos (que não se limitam a estes dois bairros) são "uma pedra no sapato". A questão é, o que fazer?

A resposta, excede claramente as competências da autarquia contudo, o discurso de auto-satisfação, típico por estas paragens, não só não resolve nada, como adia para as calendas gregas a resolução dos problemas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nas ondas da rádio



Entre cada mandato o Boletim Municipal vai alimentando mais ou menos discretamente a maré da propaganda. Disfarçado de informação "à séria" o Boletim Municipal vai mascarando a realidade e anestesiando municípes. Outra, vertente é a imprensa local particularmente, as rádios.

Ora, não deixa de ser curioso que a câmara do Seixal adquira em vésperas de eleições à Rádio Seixal e Rádio Baía (por €43.680.00 e €26.208.00, respectivamente) "serviços de difusão de informação, [e] acompanhamento jornalístico da actividade autárquica...". Os spots publicitários, já eram uma fatalidade mas, notícias?!...
Isto não será "comprar" informação? Não será tornar as Rádios "reféns" do poder municipal/PCP?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Alfredo, sem medo?


Em vésperas de eleições a luta política acende-se. O Seixal não é excepção. Nos últimos dias têm vindo a público notícias que mostram o lado mais sombrio de um auto-proclamado concelho modelo. Tenho aqui escrito repetidas vezes que o Seixal do Boletim Municipal é tão real como um holograma. Harmonioso, arranjadinho, limpinho… Ora, quem aqui vive todos os dias sabe bem o que está para além das fotografias do regime.

Há algumas semanas, o candidato do PSD, Dr. Paulo Edson sugeriu que fosse feita uma auditoria às contas da câmara do Seixal. De facto, as notícias de hoje, as dúvidas sistematicamente levantadas ano após ano na certificação oficial de contas, a forma hermética como as contas são apresentadas, a ausência de respostas da autarquia às questões que lhe são dirigidas na Assembleia Municipal, as buscas da PJ ao gabinete do responsável financeiro da autarquia… tudo, contribui para tornar imprescindível e inadiável uma auditoria. Ora, sabendo que "quem não deve não teme", espera-se que a reacção do PCP seja a de saudar esta proposta, a bem da transparência.
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Notícias relacionadas:
Nota imprensa PSD; Visão; Diário Digital; Sapo Notícias; aeiou; RTP

domingo, 6 de setembro de 2009

Educar o povo


Entre as acesas discussões que a Lei Orgânica da Educação tem provocado, as manifestações anti-chavistas ou, a iminente distribuição da versão venezuelana do Magalhães (equipado com software livre), há uma realidade insofismável: o aumento do custo de vida.

A Venezuela importa 80% dos produtos de consumo e a subida dos preços tornou-se um pesadelo que está a forçar muitas famílias a alterar os seus hábitos de consumo.

No ano passado a inflação atingiu os 30%. Em 2009, segundo as optimistas projecções do governo andará pelos 26%. Os preços disparam vestuário, produtos de higiene pessoal, alimentação tudo se ressentiu.

Neste contexto é fácil entender a urgência do governo de Caracas em limitar a liberdade de expressão*. Controlar a educação e a informação são dois pilares fundamentais para qualquer ditadura, como Kim Jong Il poderia testemunhar. Para se manter no poder Chávez está a proceder à asfixia da sociedade venezuelana ,em simultâneo, os seus defensores utilizando uma linguagem que trai as raízes anti-democráticas do movimento “chavistatratam de tornar os opositores em não-pessoas, marcá-los com rótulos "estupidos", "bobos"... numa tentativa desesperada de assegurar o apoio "das massas" e procurar manter um simulacro de democracia representativa.

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· Em Julho passado, 34 estações de rádio que operavam “ilegalmente” foram encerradas agora, o ministro das Obras Públicas (e responsável pela Comissão Nacional de Telecomunicações), anunciou o fecho de um lote de mais 29. No total serão 240 rádios e 45 estações de televisão em risco de encerramento.