Os Balcãs ficaram conhecidos por serem o “barril de pólvora” da Europa. Os conflitos sucederam-se ao longo do último milénio, mais ou menos sangrentos mas quase ininterruptos. Encruzilhada de povos e religiões, os Balcãs têm sido uma região destabilizadora da paz europeia.
Ao anunciar a independência do Kosovo, o primeiro-ministro Hashim Thaci, declarou que o Kosovo passaria a pertencer à grande família europeia. Mas, como em todas as grandes famílias existem conflitos de interesses. E se alguns estados membros da EU vêem com bons olhos a independência do Kosovo, outros há que a olham com desconfiança e preocupação.
Ao anunciar a independência do Kosovo, o primeiro-ministro Hashim Thaci, declarou que o Kosovo passaria a pertencer à grande família europeia. Mas, como em todas as grandes famílias existem conflitos de interesses. E se alguns estados membros da EU vêem com bons olhos a independência do Kosovo, outros há que a olham com desconfiança e preocupação.
A independência do Kosovo é para todos os estados (dentro e fora da EU) que têm problemas de coesão interna uma má notícia: Espanha, Roménia, Polónia, Turquia, Rússia, China… para não falar da revolta na própria Sérvia. Por outro lado, esta janela de oportunidade está a ser observada atentamente por todos os que se sentem estrangeiros na sua própria terra.
Á medida em que as celebrações esmoreceram, aumentou o debate em torno da legitimidade desta independência. De facto, ainda se tem de jogar muito no campo diplomático para chegar a um ponto de equilíbrio até porque o próprio estado kosovar tem tamanhas debilidades económicas e sociais que se questiona a sua viabilidade.
Em Belgrado, os ânimos estão exaltados e nas ruas os protesto e os motins têm-se sucedido. E se a distância nos confere alguma frieza de apreciação não nos deveremos esquecer que nos Balcãs as memórias dos massacres ainda estão frescas e que as vítimas (de ambos os lados) têm faces e nomes que todos lembram, tornando mais difícil a reconciliação e o compromisso.
No caso dos Balcãs a geografia, história e, a religião parecem conspirar para um estado de permanente conflito. A convivência milenar entre as comunidades em lugar de ter proporcionado a integração e a tolerância criou divisões profundas e inultrapassáveis que se têm repetido, fatidicamente, em quase todas as gerações tornando o diálogo um exercício penoso e frequentemente infrutífero. O conflito nesta região não se apagará com uma declaração, nem deixaria de existir se tudo continuasse como antes - talvez, a independência fosse de facto inevitável.
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Slideshow sobre a história recente do Kosovo (em inglês).
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