segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O Ecomuseu disse...

Construção da réplica do navio holandês (original de meados do séc. XVII) "7 Provincien". nos estaleiros de Lelystad.




“No território do actual concelho do Seixal, os esteiros do Judeu e de Corroios apresentaram desde sempre condições especiais de ancoradouro para inúmeras embarcações: as suas praias, de águas calmas e pouco profundas, eram abrigos naturais das tempestades de Inverno. Estes factores naturais e ainda a proximidade em relação a Lisboa poderão explicar a instalação no concelho da Ribeira das Naus, estaleiro onde se construíram as embarcações utilizadas nas viagens dos Descobrimentos Portugueses. Do Dicionário Geográfico do século XVIII, constam as seguintes informações da autoria do pároco da freguesia do Seixal que dão conta daquele estaleiro no concelho antes de ter sido transferido para a Telha, no Barreiro: [O Seixal] tem duas Ermidas huma dentro do lugar, e da Nossa Senhora da Conceição que he tradição ter sido erecta pelo Rey e Senhor Dom Manoel, para nella ouvirem missa os oficiais, e Mestrança de primeyra Ribeira das Naos que foi neste lugar, e delle passou a dita Fabrica para o lugar da Telha, no rio de Coyna distante deste lugar menos de meya legoa (…).

Para além das condições naturais da Baía do Seixal, outros factores contribuíram para o desenvolvimento da construção naval em madeira: a existência de vastas manchas de pinhal localizadas no interior do concelho, o aproveitamento das praias para espalmadouro, ou seja, locais de conservação da madeira e a abundância de seixos, utilizados para lastro das embarcações.”

In, Ecomuseu Informação, nº 27, 2003, pág. 12.

1 comentário:

Bluegrowth disse...

Parece-me que não cabería na cabeça de ninguém inteligente, ter a Ribeira das Naus nas barbas dos espiões castelhados em plena cidade de Lisboa.

É por demais obvio que quer por questões naturais quer por questões estratégicas militares, o Rio Judeu e o Rio Coina seríam os lugares indicados.

Devagar, devagarinho lá havemos de chegar. Mas com ou sem naus ou caravelas, a construção naval é, seguramente, a maior herança que temos.

Muito obrigada, excelente investigação!