Foi pena! Talvez pudéssemos ter aprendido alguma coisa com aquele espaço, uma vez que o pólo da Amora nunca o chegou a ser, e se transformou em mais um espaço “sem alma”.
Foi demolido mas as questões permanecem, no ar, ensurdecedoras.
Requereu o PSD, através do seu presidente que a Câmara se dignasse “responder às questões[…] colocadas, nomeadamente como pretende garantir a manutenção do estaleiro naval ou se o pretende manter, tendo em conta os projectos que tem para esse espaço, preservando dessa forma um património de inqualificável e incomensurável valor histórico-cultural”aí existente. Ora, desde 3 de Fevereiro, data em que o requerimento foi apresentado, a Câmara não se dignou responder e persistiu imperturbável no seu autismo.
Questionados em sessão de Câmara sobre o assunto terá sido afirmado que existiam “estudos arqueológicos” que suportam as decisões tomadas relativamente àquele espaço. Pois bem, queremos vê-los. Apresentem os estudos. Se foram efectivamente feitos, se respeitam padrões científicos então ficaremos todos a saber que ali se poderá erguer uma unidade de restauração à beira de um passeio pedonal. Poderemos, mesmo assim, lamentar o destino triste do último dos estaleiros tradicionais mas, ficaremos tranquilos quanto ao conteúdo do subsolo: nenhum vestígio de estaleiros, nem dos descobrimentos, nem das embarcações tradicionais. Um levantamento arqueológico terá permitido apurar da importância, ou falta dela, do local para a história da construção naval.
Não basta acenar que temos “estudos”. Todos já ouvimos falar de “estudos técnicos” que tardam em ser apresentados (é também o caso dos estudos relativos à implantação da piscicultura no Sapal de Corroios). Os “estudos” fazem-se para fundamentar decisões não devem ser documentos que nos envergonham e que por isso tardamos em apresentar.
Aguardamos, pois, com a maior curiosidade as conclusões dos levantamentos/estudos arqueológicos feitos no local.
2 comentários:
A incompreensível pressa com que estes casos são "despachados" comparativamente a outros que incompreensívelmente se arrastam...
Obg pela dica do "SOL"
Não há nada... há apenas uma imensidão de mentiras aos serviço da profanação da nossa memória colectiva.
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