sábado, 8 de novembro de 2008

Dos States para o Seixal

Impossível retomar o papel de “blogista” sem falar das eleições americanas. Confesso que as encarei com desprendimento sem demonizar demasiado os Republicanos e, sem me deixar cativar pelos Democratas Hillary ou Obama até que, surgiu em palco, o grande erro de John MacCain: Sarah Palín. Não seria a primeira vez que um vice-presidente era escolhido pelas suas qualidades fotogénicas mas, no caso de Palín era, particularmente, preocupante. Por isso, no final como muitos outros europeus vi-me a torcer, intimamente, por Obama.

Dito isto, é preciso acrescentar que Obama representa um potencial de esperança. Representa uma vitória da democracia, isto é, uma mudança que se concretiza através do voto dos eleitores. Para que esta mudança fosse possível foi preciso acreditar nela mas, foi sobretudo possível porque muitos americanos decidiram, pela primeira vez, participar votando. Assim, graças a um eleitorado que andava tradicionalmente alheado da política americana a vitória de Obama tornou-se possível.

As expectativas relativamente ao que ele poderá fazer estão amplamente inflacionadas, dificilmente ele poderá corresponder positivamente ao imenso manancial de esperança que soube gerar à sua volta. Gerir as expectativas e ganhar credibilidade serão, sem dúvida, os seus maiores desafios. Aliás, na actual conjuntura todos os desafios são grandes: repensar e reconstruir o sistema financeiro evitando que a recessão se instale indefinidamente; repensar a forma como a luta contra o terrorismo está ser feita; melhorar o relacionamento com a Europa, isto deixando de fora as políticas internas no âmbito da saúde, dos impostos…

A vitória de Obama, diz-nos, que em democracia é possível ganhar mesmo quando todas as probabilidades apontam noutro sentido. Quantos imaginariam que o senador Obama iria suplantar o casal Clinton nesta corrida? E desses quem pensaria que estavam criadas para que fosse ele o próximo inquilino da Casa Branca? Antes de conquistar a América ele conquistou o partido Democrático e tornou possível o sonho de muitos americanos.

É esta ideia de “com o voto de todos é possível mudar” que foi aproveitada, e bem, pelo PSD do Seixal. A mudança, tem sido para muitos, neste concelho, um sonho adiado pelo elevado número de abstencionistas. A primeira coisa a fazer neste concelho é pôr as pessoas a acreditar e, lembrar que em democracia é o voto de todos que é decisivo. Aqueles que ficam em casa não contam. Por isso, é obrigação de todos participar pois, só a participação do maior número de cidadãos permite à democracia mostrar a sua virtude suprema: a possibilidade de conquistar o poder através do voto dos eleitores.

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