sexta-feira, 1 de maio de 2009

A provação

O incidente que esta tarde envolveu o candidato do PS às Europeias, era tudo menos, imprevisível. Vital Moreira, sabia ao que ia. Sabia que a sua presença seria considerada ofensiva para muitos dos manifestantes pois, a sua dupla qualidade de ex-militante e de cabeça de lista pelo PS não iria cair bem. Fatalmente aflorariam as antigas clivagens e o espírito democrático dos manifestantes seria posto à prova. Ele sabia aqueles que estão possuídos por uma ideologia só precisam de um estímulo para reagir e, perder a cabeça. E ele, por todos os motivos era um bom estímulo. Além de que ele conhecia bem os limites da tolerância dos seus anfitriões.
Então, porquê que Vital Moreira se quis submeter a esta prova de fogo? Porque quis oferecer-se como o cordeiro do PS?
Entretanto, ao secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, só lhe faltou dizer que estava no Pulo do Lobo. O seu não-comentário, acabou por ser um eloquente discurso sobre a tolerância.

Quaisquer que tenham sido os objectivos de Vital Moreira ao integrar a delegação do PS, os incidentes são condenáveis e revelam que há organizações poíticas que se julgam donas das pessoas (como acusou Vital Moreira), das datas, dos símbolos, da verdade. Organizações políticas que invocando sistemáticamente a democracia ainda não se democratizaram.
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A conferência de imprensa de Ana Jorge pelo timing escolhido também não deixou de ser interessante. Os directos passaram da manif para uma conferência onde nada de novo se anunciou. Coincidência, a fazer lembrar outras, mais antigas?

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