segunda-feira, 18 de maio de 2009

Terapias

"A totalidade dos processos de fundos comunitários da Intervenção Operacional Ambiente do 2.º Quadro Comunitário de Apoio foi ilegalmente destruída em 2007, por decisão da Autoridade de Gestão do Programa Operacional do Ambiente.[...]
Entre o material destruído contam-se os processos de candidatura aos financiamentos do Fundo de Coesão e a volumosa documentação relativa ao controlo da legalidade da contratação das empreitadas e fornecimentos e das despesas efectuadas no âmbito dos projectos aprovados.[...]
No caso da Cova da Beira, o IFDR tem em seu poder toda a documentação relativa à segunda fase do projecto, iniciada em 2001, já no quadro do QCA III, mas não tem nada sobre a primeira fase - aquela que foi investigada durante uma década pela Polícia Judiciária e levou este ano à pronúncia por corrupção e branqueamento de capitais de António José Morais (o antigo professor de José Sócrates na Universidade Independente), da mulher e do empresário Horácio Luís de Carvalho, presidente do grupo HLC." in, Público
Lá voltamos ao mesmo ... lá voltamos às bruxas.
De facto, só as bruxas podem justificar mais este episódio destinado a deixar dúvidas, para todo o sempre, sobre mais um processo envolvendo o nome de Sócrates. Um processo que nasceu nebuloso e que poderá estar destinado a assim permanecer.
Sabemos que a administração pública consome florestas sob a forma de resmas de papel, que têm que ser arquivadas ou destruídas. Espanta-me a prontidão da destruição de papelada tão recente, sem que, no mínimo, tivesse sido tido em consideração um processo (seria o único?) que só podia ser do conhecimento dos irresponsáveis que assinaram a ordem. Digo, irresponsáveis, porque claro está, ninguém vai assumir a culpa, uma vez que já se percebeu que a destruição ilegal de arquivos é ... costumeira, e como tal a culpa só poderá morrer solteira.
O que no meio e tudo isto é mais risível é que a administração pública nos quer fazer acreditar que os documentos que exige são de importância crucial mas, logo que são aceites os "documentos" transformam-se em "papéis" incómodos e, na primeira oportunidade, desfaz-se deles, às toneladas, alegando que estavam a atolar as instalações. Trata-se de uma espécie de terapia, pois, como é óbvio, esta destruição anárquica (?) de papel, contribui para uma melhoria significativa da qualidade do sono de algumas pessoas...

Sem comentários: