Há textos que não nos deixam margem para dúvidas.
De entre muitos outros textos que nos permitem aferir da qualidade da democracia e dos ideais democráticos no séc. XXI, não resisti a fazer a transcrição livre, a partir, do espanhol de parte um texto, sobre a comunicação, de Ivan Bravo:
“Estávamos todos [o autor, a directora da Rádio Nacional da Venezuela, estudiosos da comunicação] para compartilhar critérios que contribuem para avaliar e propor políticas comunicacionais no Governo revolucionário que lidera o comandante Hugo Chavez.
Para mim, como factor primordial para um governo revolucionário que se empenha na construção do socialismo do séc. XXI, a partir da gestão da cultura, entendo que o compromisso da comunicação é prioritário. Sobretudo quando entendemos que uma comunicação em revolução é uma comunicação em guerra, é uma comunicação que a artilharia do pensamento [a imprensa], os meios rádio eléctricos e todos os interfaces electrónicos e de satélite formam parte das armas da luta de classes, para a definição de hegemonia.
[…]
… Na batalha da comunicação, o desafio está em conseguir os espaços que hegemonicamente pertencem ao bando inimigo, ao bando da dominação capitalista. Para isso é preciso produzir conteúdos humanistas, de valores socialistas, de ética de anti-exploração e anti-capitalismo.
[…]
Comunicação e cultura em revolução são a estratégia para alcançar o suporte espiritual e o sentido do socialismo no séc. XXI. […]”
De entre muitos outros textos que nos permitem aferir da qualidade da democracia e dos ideais democráticos no séc. XXI, não resisti a fazer a transcrição livre, a partir, do espanhol de parte um texto, sobre a comunicação, de Ivan Bravo:
“Estávamos todos [o autor, a directora da Rádio Nacional da Venezuela, estudiosos da comunicação] para compartilhar critérios que contribuem para avaliar e propor políticas comunicacionais no Governo revolucionário que lidera o comandante Hugo Chavez.
Para mim, como factor primordial para um governo revolucionário que se empenha na construção do socialismo do séc. XXI, a partir da gestão da cultura, entendo que o compromisso da comunicação é prioritário. Sobretudo quando entendemos que uma comunicação em revolução é uma comunicação em guerra, é uma comunicação que a artilharia do pensamento [a imprensa], os meios rádio eléctricos e todos os interfaces electrónicos e de satélite formam parte das armas da luta de classes, para a definição de hegemonia.
[…]
… Na batalha da comunicação, o desafio está em conseguir os espaços que hegemonicamente pertencem ao bando inimigo, ao bando da dominação capitalista. Para isso é preciso produzir conteúdos humanistas, de valores socialistas, de ética de anti-exploração e anti-capitalismo.
[…]
Comunicação e cultura em revolução são a estratégia para alcançar o suporte espiritual e o sentido do socialismo no séc. XXI. […]”
Este texto é, apenas, um exemplo entre muitos outros possíveis de como a comunicação e a gestão da cultura se fazem de forma inteiramente assumida, para alcançar objectivos políticos. O que mais choca é o seu carácter belicista. Trata-se de “uma guerra”: há “armas”, “artilharia”, "batalhas" e“bandos de inimigos”.
Que democracia poderá estar subjacente a uma “revolução” destas?
Aqui, quem detém o poder detém-no absolutamente, sem partilha porque só os “bandos inimigos” poderão contestar esta retórica. Esta apetência pelo controle dos media é de resto uma das imagens de marca das ditaduras (de todas as cores, em todas as épocas). Tudo o que é publicado tem que obedecer a um guião, só assim se garante o unanimismo, só assim se garante a perpetuação no poder a todo o custo. Não há que olhar a meios. Os opositores perderam a sua “humanidade” ao tornarem-se “bandos de inimigos”, logo tudo é legítimo (fazê-los reféns, aprisioná-los, torturá-los ou, simplesmente, assassiná-los). Culpados, antes de o serem, os adversários políticos, são alvos a abater.
Esta lógica justifica o injustificável, o inaceitável em nome do humanismo e da democracia...
Nesta comunicação “revolucionariamente empenhada” não pode haver espaço para o risco do improviso do “homem da rua”, prova disso mesmo é a forma como na China se conduzem as entrevistas previamente ensaiadas e com script ...
Nesta comunicação “revolucionariamente empenhada” não pode haver espaço para o risco do improviso do “homem da rua”, prova disso mesmo é a forma como na China se conduzem as entrevistas previamente ensaiadas e com script ...
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Post-scriptum: sobre este tema, numa perspectiva mais europeia, veja-se, “A Arte de mentir”, de António Barreto no sorumbático.
3 comentários:
A isto, eu chamo totalitarismo...
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
JSD Seixal e Distrital de Setúbal da JSD organizam Assembleia do Cidadão na Junta de Freguesia da Amora (4ª Feira dia 30 pelas 21:30)
Se tens opinião, não deixes de marcar presença para podermos ouvir a tua opinião quanto ao estado do nosso concelho.
Vejam mais em:
www.juventudeseixal.blogspot.com
Obrigado pela referência ao SORUMBÁTICO.
As crónicas anteriores de A. Barreto estão, lá, disponíveis.
Basta clicar nas iniciais AMB que se vêem em rodapé das crónicas.
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