domingo, 20 de janeiro de 2008

Um Olhar sobre a Imprensa e o Mundo em 2007

O relatório sobre a Liberdade de Imprensa em 2007 já foi publicado. Trata-se de um relatório a ler com atenção.

De salientar que os primeiros quinze países do ranking são europeus. Portugal, mantém-se num honroso 8º lugar, muito à frente de outros países da União Europeia como a Bulgária (51º) e a Polónia (56º).

Na análise deste relatório os Repórteres sem Fronteiras reconhecem uma ligeira melhoria na generalidade dos países do G8 à excepção da Rússia que ocupa actualmente o elucidativo 144º lugar deste ranking. Nos Estados Unidos ocupam agora o 48º depois da libertação de um blogger (Josh Wolf) mas mantêm-se ainda longe do pelotão da frente.

Entre os vinte países pior classificados encontram-se 7 asiáticos (Paquistão, Sri Lanka, Laos, Vietname, China, Birmânia e Coreia do Norte), 5 africanos (Etiópia, Guiné Equatorial, Líbia, Somália e Eritreia) 4 do Médio Oriente (Síria, Iraque, Territórios Palestinianos e Irão), 3 da antiga União Soviética (Bielo-Rússia, Uzbequistão, Turquemenistão) e 1 americano (Cuba).



As guerras e os conflitos armados continuam a ser responsáveis não só pelas condições de segurança para o exercício da actividade jornalística como também pela prática de censura. Mas nem só as guerras são justificação para a tentação de coagir os jornalistas. O caso da jornalista Moldava, Natalya Moldar, que investigou casos de lavagens e dinheiro e de promiscuidade entre organismos estatais russos e companhias privadas, e que se tornou incómoda ao ponto de se ver privada de entrar em solo russo por ser considerada uma ameaça é apenas mais um exemplo recente das consequências do trabalho destes profissionais. E em outros pontos do mundo, a morte recente de um blogger chinês que foi rapidamente eliminado por estar no local errado à hora certa, bem como o caso de Fouad, o blogger saudita, preso há 41 dias pelo crime de pensar e “postar” as suas reflexões, fazem pensar como a liberdade que nós temos é um luxo apreciado mas inacessível à generalidade da população mundial.


NB.: Só o ano de 2008, apesar de mal se ter iniciado, conta já com duas vítimas mortais (Carsten Thomassen e Pushkar Bahadur Shrestha) a profissão de jornalista continua a ser de alto risco.

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