sábado, 8 de novembro de 2008

Educação: o espinho da rosa

Mais uma vez os professores manifestaram-se contra um modelo de avaliação que não serve a educação, serve unicamente para criar a falsa imagem de um governo que "produziu reformas".
Mas, para que serviram essas reformas? Para melhorar a qualidade de ensino?
Como, se agora se consomem horas infinitas a preencher papéis e grelhas, que em última análise não servem para nada? Como, se as reuniões para discutir a minha avaliação me impedem de chegar à sala de aula com a disponibilidade para trabalhar com os alunos? Como, se o professor se compromete com metas que logo à partida viciam o sistema de avaliação e, o obrigam a garantir uma determinada taxa de sucesso e de abandono?
As "reformas" deste governo conduzem a curto prazo à desmotivação do corpo docente mas, conduzem também a que um crescente número de jovens frequente a escolaridade obrigatória, sem corresponder, minimamente, às competências exigidas. O que será destes jovens a quem o sistema de ensino "facilitou a vida" quando chegarem ao mercado de trabalho? No médio e longo prazo, os jovens e as famílias irão perceber qual o real alcance destas reformas, então já será demasiado tarde.

O PS e, o governo de Sócrates têm procurado contrabalançar os efeitos perversos deste sistema de avaliação com a propaganda (enganosa) em torno das "Novas Oportunidades", com a distribuição de computadores a esmo e, o ajustamento do horário escolar do 1º ciclo ao horário de trabalho das famílias (sem preocupações de qualidade quer ao nível das instalações quer ao nível pedagógico - fechar crianças, dias a fio, em salas de aula é pedagogicamente contestável) para, desta forma, garantirem o apoio da população.
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Professores aprovam por unanimidade greve nacional a 19 de Janeiro
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Depois de os dirigentes sindicais calcularem em 120 00 o número de manifestantes, uma omissão significativa...
"... Calvo André, responsável pelo policiamento da marcha, escusou-se a avançar com qualquer número, dando duas explicações. “É impossível calcular dada a dimensão da manifestação”, começou por dizer. Mas acrescentou: “Tenho indicações para não adiantar números”. In, Público

3 comentários:

joshua disse...

«Tenho indicações...» Meu Deus, ao que nós chegamos! Triste país. Triste poder.

Debalde taparão o sol com a peneira.

Beijo

Anónimo disse...

É por demais rebuscado e desonesto o modelo que nos querem impor. Rebuscado porque é confuso, complexo, ininteligivel. Os professores tem levado dias a fio a realizar reuniões, para tentar compreender o preenchimento de uma ficha de objectivos e ainda não o conseguiram.
Mas pior que isso,os esclarecimentos dados vão todos no mesmo sentido,"coloquejm coisas que sabem que vão cumprir" "não se comprometam". E depois ? pergunto eu.
Todos os professores cumpriram os objectivos , os avaliadores foram bonzinhos e deram excelente a todos os colegas avaliados. Fica o odioso da questão para o Ditector ou esse também vai dar excelente a todos?
Bom é que depois ha quotas, toda a gente fez uns objectivos muito bonitinhos, todos foram "porreiros", toda a gente tem excelente ( a seguir estas aldarbices todas), mas o pior é aplicar as quotas. Só os amigalhaços, aqueles que nao foram a manifestações, que disseram sempre "yes" vão ter o Muito Bom e o excelente?
E não se diga que isto é desonestidade das escolas, não senhor, a senhora ministra ontem também disse que a culpa de as coisas serem complicadas é das escolas, essas é que estão a complicar.
Então como vai ser ? em que ficamos?
Eu por mim digo: Só não vê quem não quer. Importa é dizer fizemos reformas, mesmo que essas sejam autenticas aberrações quer para professores, alunos ou cidadãos em geral(porque a educação é para todos, serve ou não serve a todos)

Anónimo disse...

É por demais rebuscado e desonesto o modelo que nos querem impor. Rebuscado porque é confuso, complexo, ininteligivel. Os professores tem levado dias a fio a realizar reuniões, para tentar compreender o preenchimento de uma ficha de objectivos e ainda não o conseguiram.
Mas pior que isso,os esclarecimentos dados vão todos no mesmo sentido,"coloquejm coisas que sabem que vão cumprir" "não se comprometam". E depois ? pergunto eu.
Todos os professores cumpriram os objectivos , os avaliadores foram bonzinhos e deram excelente a todos os colegas avaliados. Fica o odioso da questão para o Ditector ou esse também vai dar excelente a todos?
Bom é que depois ha quotas, toda a gente fez uns objectivos muito bonitinhos, todos foram "porreiros", toda a gente tem excelente ( a seguir estas aldarbices todas), mas o pior é aplicar as quotas. Só os amigalhaços, aqueles que nao foram a manifestações, que disseram sempre "yes" vão ter o Muito Bom e o excelente?
E não se diga que isto é desonestidade das escolas, não senhor, a senhora ministra ontem também disse que a culpa de as coisas serem complicadas é das escolas, essas é que estão a complicar.
Então como vai ser ? em que ficamos?
Eu por mim digo: Só não vê quem não quer. Importa é dizer fizemos reformas, mesmo que essas sejam autenticas aberrações quer para professores, alunos ou cidadãos em geral(porque a educação é para todos, serve ou não serve a todos)