terça-feira, 9 de junho de 2009

Os sabores da vitória

É justo escrevinhar alguma coisa sobre os ganhadores da noite eleitoral de 7 de Junho.
A CDU resiste mais uma vez à voragem dos tempos mas, foi ultrapassada. Nos anos oitenta noventa, a revelação do "socialismo real" foi um rude golpe para uma ideologia que se alimentava das maravilhas do "comuninismo" e que apregoava uma sociedade mais justa mas... a realidade como se viu era bem outra e o PCP foi forçado a agarrar-se às suas raízes ou a mudar e ecolheu permanecer como era perdendo capacidade de atracção de novos eleitorado. O simples facto de resistir (e de ter até aumentado o número de votos, graças ao protesto) é uma vitória ensombrada pelo crescimento do BE.

O BE capitalizou o descontentamento e triplicou a sua representação. É uma vitória incontestável. Agora que está a atingir o patamar dos "partidos de poder", espera-se para ver como vai ser o seu discurso mais, aguarda-se a reacção dos seus dirigentes a esta nova realidade. O que se passou na câmara de Lisboa não augura tempos fáceis para os bloquistas: uma coisa é saber por onde "não se vai" e, outra é, "dizer para onde vamos".

Contra as expectativas, contra as sondagens o PSD ganhou claramente, mais votos e, mais mandatos. Paulo Rangel, foi o candidato surpresa: foi escolhido "tarde", foi uma escolha pessoal da líder com quem dividiu os outdoors mas, mesmo assim, encontrou mais de um milhão de portugueses dispostos a "assinar por baixo" as suas propostas. Manuela Ferreira Leite, teve uma vitória em dois tabuleiros: colocou-se na linha de partida para as legislativas em paralelo com o PS; e internamente, silenciou as vozes impacientes dos candidatos à sucessão. Esta vitória, dará ao PSD a responsabilidade de continuar a falar verdade e de apresentar propostas, projectos, metas. Agora, importará continuar a credibilizar o discurso mas, também galvanizar o eleitorado em torno de ideias concretas.
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Durão Barroso é o grande ganhador destas eleições. A vitória do PPE assegura-lhe uma vitória fácil tanto mais que conta igualmente com o apoio de governos socialistas (Portugal, Espanha, Inglaterra).
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Ao reler, verifiquei que me esqueci do CDS pois, já antes o tinha referido como um dos ganhadores contra as sondagens. Um ganhador improvável no sábado, que se tornou num justo triunfador da noite eleitoral. Assim, como já vem sendo tradicional, o CDS passou de um resultado catastrófico nas sondagens para a conquista de dois lugares no PE.

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