quarta-feira, 9 de abril de 2008

Chamem a polícia...

Crime!

Bem sei, que se trata da América e que a realidade do outro lado do Atlântico nos parece por vezes surreal.Vejamos o caso de Randy Castro : estava no recreio da escola primária, nos arredores de Washington, quando deu uma palmada a uma colega. Esta não gostou e apresentou queixa. O responsável pela escola chamou a polícia e elaborou um relatório que ficará apenso ao seu processo : « agressão sexual contra uma colega, comportamento odioso ». Randy Castro, tinha 6 anos na altura dos acontecimentos !
O Caso de Randy, não é um caso isolado. No Texas um menino de quatro anos foi acusado de assédio por ter pressionado a sua cara contra o peito de uma das educadoras. No ano passado 255 alunos do ensino primário foram suspensos, só na Virgínia, por terem « contactos físicos inapropriados » com outros colegas. No estado de Maryland foram suspensas 16 crianças de 3 anos pela mesma razão…
Toda esta histeria se gera devido ao receio que as escolas têm de ser processadas. Por essa razão a polícia é chamada sempre que existe «uma ocorrência».
O contraste com o que se passa em terras lusas não poderia ser maior. Há um abismo nas atitudes de escolas, professores e governantes. As atitudes anti-sociais atingem igualmente professores e alunos. Os professores sabendo que não contam com o apoio dos órgãos de gestão das escolas e, conhecendo a enorme inércia do sistema falham na denúncia das situações. Os pais dos muitos alunos que são vítimas de violência (ou de assédio) por parte dos seus pares não estão suficientemente esclarecidos, nem confiam na justiça (por vezes, preferem fazê-la por suas próprias mãos, longe da escola) porque se confiassem tudo seria diferente…
Há que distinguir entre indisciplina e criminalidade, para não se cair no extremo (ridículo) norte-americano, mas, seria reconfortante ouvir outras declarações do sr. Ministro da Administração Interna, sobretudo, porque a indisciplina e a violência existem e, estão a atingir dimensões preocupantes com a complacência dos responsáveis pela Administração Interna, da Justiça e da Educação.

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