segunda-feira, 28 de abril de 2008

Hino da Alegria




Leonard Bernstein conduz a Orquestra Filarmónica de Viena
... enquanto aguardar a reparação do computador, estarei condenada a dar-vos música... e esta, vale sempre a pena ouvi-la.

sábado, 19 de abril de 2008

Longe da vista (2)...

O Rumo a Bombordo num dos seus últimos posts mostra imagens do estado (lamentável) em que se encontra o "Gaivotas", embarcação da Câmara Municipal do Seixal, esquecida nos estaleiros de Sarilhos Pequenos (Moita) à espera de melhores dias... de resto, a espera de melhores dias, dura há pelo menos sete anos à razão de 600€ mês...
__________________
Está a ser promovida uma petição online para procurar tirar do o "Gaivotas" do esquecimento. Assine-a, aqui.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Quando a realidade...

Jean Sarkozy, Nicolas Sarkozy e Carla Bruni

... se aproxima da ficção.

China, combóios e PhotoShop

Esta bela foto, ganhadora de um concurso internacional em 2006 (uma das 10 mais belas) foi recentemente desmascarada como obra de ... PhotoShop!
O autor, Liu Weiqiang, que havia sido celebrado e premiado veio confirmar a falsificação e, pedir desculpas publicas... resta-lhe a consolação de ter chamado a atenção para esta manada de antílopes tibetanos.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os números da Morte


68 países concentram 97% da mortalidade infantil!
Destes, apenas 16, têm feito progressos: o Brasil, o Bangladesh, o Egipto, o México, a Indonésia, o Nepal, as Filipinas, a Bolívia, a Eritreia, a Guatemala, o Laos, o Peru, Marrocos, a China, o Haiti e o Turquemenistão.
:


Apesar de se terem registado progressos notáveis até 2005, de então para cá houve uma estagnação dos resultados (clique para ver evolução). A situação na África sub-sahariana é especialmente preocupante, em 12 países desta região houve mesmo retrocesso (Botswana, Suazilândia, Zimbabué, Lesoto, Quénia, Congo, Guiné equatorial, África do Sul, Camarões, Chade, Republica Centro Africana e Zâmbia). A SIDA foi nestes países um dos factores que impediu a redução do número de mortes em crianças até aos 5 anos de idade (na África do Sul, este é um dos factores que mais contribui para a mortalidade das mães e das crianças), determinantes para este retrocesso foram também os conflitos ou as situações pós-conflito (ex.: Chade e Congo).
A mortalidade materna continua elevada ou muito elevada em 56 destes 68 países.
Estes dados, publicados a semana passada pelo The Lancet,são os resultados de um relatório “The Countdown to 2015 for Maternal, Newborn, and Child Survival” elaborado por um conjunto de institutos internacionais entre os quais a UNICEF e vem mostrar o muito que há ainda a fazer neste campo, até porque neste relatório não foram considerados os novos dados relativos à escassez alimentar…

domingo, 13 de abril de 2008

Pescar na Auto-estrada...

:

Directamente da Rússia, estas originais propostas de fim-de-semana:
:

Pescar na auto-estrada, praticar o surf de avenida....

(Kaliningrado- YouTube)

Arquitectura esdruxúla (4)


Porque hoje é Domingo publico, dois exemplos (clique aqui para ver o segundo), de arquitectura marinheira, com especial dedicatória para os meus amigos Rumo a Bombordo e Velas do Tejo.

sábado, 12 de abril de 2008

O Impacto Devastador da FOME

“Um litro de trigo por um denário, e três litros de cevada por um denário; e não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho.”
(Apocalipse 6:5,6)
A subida do preço dos cereais provoca uma situação de urgência nos países mais pobres. A factura das importações cerealíferas vai aumentar em 58% em 2008, depois de uma alta de preços na ordem dos 37% em 2007. Mas, para os países mais pobres, em África, a factura poderá aumentar até aos 74%!
A FAO prevê que a inflação dos produtos alimentares tenha “um impacto devastador na segurança de numerosos povos e sobre os Direitos Humanos.”
Motim no Haiti

Na União Europeia, as despesas com a alimentação representam, em média, 12,9% do orçamento familiar, em Portugal, 18%, nos EUA, 16%. Mas, em países como a Nigéria (73%), Vietname (65%), Indonésia (50%) as famílias encontram-se no limite. “Em países onde a alimentação representa ¾ do consumo, não há margem para a sobrevivência” quem o diz é, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick que alertou para o facto de 33 países estarem em elevado risco de conflituosidade social devido ao aumento dos preços da alimentação.

A subida dos preços deve-se, parcialmente, ao aumento da produção de bio-combustíveis, ao crescimento das classes médias na Índia e na China e, às alterações climáticas:
· os países ricos incentivaram a produção e a utilização de biocombustíveis para procurar diminuir a emissão de gases para a atmosfera mas, geraram uma crise alimentar porque ocuparam os terrenos consagrados à produção de cereais para consumo humano;
· a melhoria da qualidade de vida na China e na Índia, e o crescimento das suas classes médias, levou à crescente procura de proteínas animais que, por sua vez, requerem o consumo de grandes quantidades de cereais;
· as alterações climáticas levaram a uma sucessão de maus anos agrícolas em algumas regiões do mundo.

Não é, pois, provável uma rápida descida dos preços já que as reservas estão no ponto mais baixo desde 1982, por isso é ainda mais urgente encontrar formas de superar esta crise criada, em parte, pelas políticas dos países desenvolvidos.
_________________________
Crop Prospects and Food Situation
Le Monde Diplomatique (em português)

Não há suspensões...

Ao ler as notícias desta manhã lembrei-me, mais uma vez desta cara conhecida:


"Não há suspensões, não há adiamentos, não há experimentações", congratulou-se a ministra da Educação.
"Há jogos de soma nula e jogos de soma positiva. Aquilo que considero é que houve uma aproximação e o mais importante é que o modelo de aproximação não está hoje em causa e que as escolas têm melhores condições para o concretizar", referiu a titular da pasta da educação.'
In, Publico

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dimensão das turmas e estatísticas


Os professores ingleses estão em pé-de-guerra com o governo por causa do tamanho das turmas: pretendem que o máximo legal de alunos por turma seja de 20. Pelo contrário, o governo sustenta que podem existir turmas grandes (por vezes de 70 alunos). Mas, …
O reduzido número de alunos por turma é um dos motivos que leva os pais ingleses a escolher o ensino privado. De resto, foi até esta popularidade que levou os Trabalhistas a anunciar a diminuição dos alunos por turma em 1997. No ensino primário (entre os 5 e os 7 anos) o máximo de alunos/turma legal é de 30 (podendo haver excepções devidamente justificadas).
Devemos contudo ter em atenção que embora a média de alunos por turma em Inglaterra seja superior à média da OCDE, os professores dispõem de assistentes que lhes proporcionam um maior apoio. Neste momento, existem 163 000 assistentes nas escolas inglesas. Além destes profissionais, existem também técnicos de informática e de laboratório que colaboram com os professores durante as aulas. Assim, o número médio de alunos por adulto é, actualmente, de 12.4% (há dez anos era de 1/18) nas escolas básicas.
Estudos elaborados pelo Professor Dylan Williams sugerem que este ensino assessorado se torna mais rentável em termos pedagógicos e representa uma assinalável redução de custos. Os mesmos estudos sugerem que as crianças mais pequenas tiram maior partido da escola se integrados em grupos menores de 15 alunos.
Nas turmas maiores (até 70 alunos) existe um professor e vários assistentes que com ele colaboram permitindo um ensino personalizado. Este tipo de turma alargada não serve para todas as áreas e disciplinas, antes parece ser mais útil no enriquecimento curricular tanto mais que as novas tecnologias parecem estar a trazer novas possibilidades, designadamente o ensino à distância.
Esta discussão em torno das turmas inglesas leva à simples conclusão de que nem tudo o que parece, é. A média de alunos por turma na Inglaterra é de 26, acima da média portuguesa (22.5) mas, com uma diferença importante, é que lá a média dos alunos é de apenas 12.4 por cada adulto, e isto, faz a diferença...

____________________
Desconheço qual o ratio de alunos por adulto em Portugal mas, todos sabemos que na maior parte dos casos é um professor, uma turma.

Arquitectura esdruxúla (3)

:
Uma varanda para apreciadores de desportos radicais?!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Insucesso escolar, étnia e pobreza (2)

Pretende-se uma escola de sucesso para todos. Uma escola em que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades.
Mas, poderá a Escola facultar essa igualdade e, essse sucesso, quando a sociedade se tem revelado incapaz de o fazer? Não estaremos a exigir da Escola mais do que ela pode, realmente, fazer?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Chamem a polícia...

Crime!

Bem sei, que se trata da América e que a realidade do outro lado do Atlântico nos parece por vezes surreal.Vejamos o caso de Randy Castro : estava no recreio da escola primária, nos arredores de Washington, quando deu uma palmada a uma colega. Esta não gostou e apresentou queixa. O responsável pela escola chamou a polícia e elaborou um relatório que ficará apenso ao seu processo : « agressão sexual contra uma colega, comportamento odioso ». Randy Castro, tinha 6 anos na altura dos acontecimentos !
O Caso de Randy, não é um caso isolado. No Texas um menino de quatro anos foi acusado de assédio por ter pressionado a sua cara contra o peito de uma das educadoras. No ano passado 255 alunos do ensino primário foram suspensos, só na Virgínia, por terem « contactos físicos inapropriados » com outros colegas. No estado de Maryland foram suspensas 16 crianças de 3 anos pela mesma razão…
Toda esta histeria se gera devido ao receio que as escolas têm de ser processadas. Por essa razão a polícia é chamada sempre que existe «uma ocorrência».
O contraste com o que se passa em terras lusas não poderia ser maior. Há um abismo nas atitudes de escolas, professores e governantes. As atitudes anti-sociais atingem igualmente professores e alunos. Os professores sabendo que não contam com o apoio dos órgãos de gestão das escolas e, conhecendo a enorme inércia do sistema falham na denúncia das situações. Os pais dos muitos alunos que são vítimas de violência (ou de assédio) por parte dos seus pares não estão suficientemente esclarecidos, nem confiam na justiça (por vezes, preferem fazê-la por suas próprias mãos, longe da escola) porque se confiassem tudo seria diferente…
Há que distinguir entre indisciplina e criminalidade, para não se cair no extremo (ridículo) norte-americano, mas, seria reconfortante ouvir outras declarações do sr. Ministro da Administração Interna, sobretudo, porque a indisciplina e a violência existem e, estão a atingir dimensões preocupantes com a complacência dos responsáveis pela Administração Interna, da Justiça e da Educação.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Justiça Assassina

:

A pena de morte é frequente na China onde mais de 70 diferentes crimes podem ser punidos desta forma. Mesmo, os crimes não violentos podem levar a esta forma de punição extrema. As estatísticas sobre o número de condenados à morte na China são segredo de estado. Pensa-se, no entanto, que poderão ultrapassar as 15 000 por ano.


Eis algumas das razões pelas quais estas condenações são tão frequentes:

  • Os prisioneiros não têm acesso directo a um advogado.


  • A tortura é usada como método para extrair as confissões.


  • Essas confissões são usadas em tribunal como prova.


  • Não está garantida a presunção de inocência.


  • A maior parte dos juízes tem pouco conhecimento dos procedimentos legais.


  • O partido comunista supervisiona todos os julgamentos o que resulta em veredictos antecipados.


  • Abuso do “segredo de estado” para esconder casos sensíveis do ponto de vista político.


  • Campanhas que colocam a polícia na necessidade de resolver os casos rapidamente.


  • Condenados são exibidos antes da execução pública.

Nestas circunstâncias é inevitável que muitos inocentes se encontrem no corredor da morte. Na China, a morte pode chegar no próprio dia da sentença o que não deixa espaço à veleidade de apelar para outras instâncias. De resto, é tradição que nas vésperas de grandes acontecimentos como o Congresso do PCC sejam executados alguns prisioneiros. Veja este relatório da Amnistia Internacional sobre casos de condenações à morte e a forma como os processos foram conduzidos.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Um mapa ABSOLUTamente mexicano


Este mapa usado na campanha promocional da ABSOLUT VODKA mexicana está a gerar polémica nos EUA: repare como neste mundo perfeito, para os mexicanos, o oeste dos EUA foi "anexado" pelo México. Mais, neste anúncio o México e os EUA têm aproximadamente o mesmo tamanho...
__________________
Obs.: Historicamente os EUA anexaram de facto o Texas em 1845 o que desencadeou uma guerra entre os EUA e o México (1846-48), após a qual o México foi forçado a ceder 42% do seu território (que correspondem, actualmente, a 12% do território dos EUA).

Olimpíadas do Embaraço

:Veja as outras fotos, aqui.

O percurso da chama Olímpica tem sido atribulado. Em Londres registaram-se diversos incidentes de que resultou a detenção de 35 pessoas.
Hoje, em Paris, a chama foi extinta por quatro vezes. Por todo o lado, surgiram bandeiras do Tibete (não autorizadas) e bandeiras negras com o símbolo olimpico convertido em algemas. Em consequência, as alterações de percurso sucederam-se e a chama teve de ser transportada de autocarro transformando este percurso pela capital francesa em mais um embaraço para a China.
_________________
Veja aqui a versão das autoridades chinesas.

domingo, 6 de abril de 2008

Onde vais, Lenine?

:


Marcha Branca por Ingrid

:

Entre 10 000 e 25 000 pessoas participaram, hoje, em diversas cidades francesas numa "Marcha Branca" promovida pelos filhos de Ingrid Betancourt.
"Libertem Ingrid, libertem todos os reféns", foi a palavra de ordem destas manifestações.

sábado, 5 de abril de 2008

2001 Odisseia no Espaço

;
Veja, aqui, este fantástico filme de animação (em português) que pretende explicar o significado do mais belo e intrigante filme de Stanley Kubrick.

Colombia - refém da violência

:
Poder-se-ia pensar que a situação actual da Colômbia é uma consequência histórica dos conflitos que tiveram o seu início no séc. XIX, e que se trata de um simples caso de violência endémica. No entanto, parece não haver uma continuidade entre os conflitos do séc. XIX e os que ocorreram já no séc. XX.
As guerras civis que ocorreram no período da independência (1810-1825) são fruto de uma complementaridade entre a política e a guerra em que as rivalidades políticas se manifestavam no campo de batalha. De acordo com o historiador colombiano, Gonzalo Sanchez, a guerra era no século XIX uma forma de conquistar o poder político, de fazer política e de produção política. O poder dos generais era o poder político. Ao povo estava reservado o papel de soldado ao serviço de um determinado general, ou de camponês na “hacienda” do mesmo general. Ser soldado era uma forma de empenhamento político. As fronteiras entre a actividade política e a “guerreira” eram ténues. As disputas eleitorais eram disputas armadas. A força das armas ditou a política colombiana no séc. XIX. De todos estes conflitos não resultou uma identidade nacional, resultaram antes identificações fragmentárias com os partidos em confronto (conservadores/liberais) a que se acrescenta no séc. XX um divórcio entre as populações urbanas e rurais.
A partir de 1979, a guerrilha começa a conceber planos estratégicos para multiplicar as frentes de combate, aumentar a sua presença territorial e atacar as cidades (os ataques à embaixada de Republica Dominicana, em 1980 e ao Palácio da Justiça em 1985 foram os mais espectaculares). Esta estratégia exigia recursos económicos. Daí ao recurso à extorsão, aos raptos e ao desvio de recursos públicos nas municipalidades mais isoladas. A emergência da “economia da droga” favoreceu igualmente a guerrilha pois, contribuiu para o aumento do seu potencial militar. Os guerrilheiros passaram a extorquir aos camponeses que cultivavam produtos ilícitos, o pagamento de um imposto revolucionário. Por sua vez, os proprietários de terras (entre eles, os narcotraficantes), os comerciantes e, de modo geral, os que eram vítimas desta extorsão organizaram-se em grupos simétricos de “paramilitares”. Ou seja, a violência generalizou-se. Todas as formas de violência se juntaram: a “violência política” – luta armada das guerrilhas, e dos grupos paramilitares contra o Estado – aproximou-se da “não política” ligada à indústria da droga e do crime organizado. A indústria do rapto prova-o: delinquentes de delito comum raptam pessoas e vendem-nas à guerrilha.
Para compreender o conflito colombiano não basta falar da ausência de democracia e de justiça social. Ao longo do tempo, o conflito sofreu transformações importantes que são o reflexo da evolução política, social e económica do país. A violência gerou um contexto próprio de reprodução, para o qual, as estratégias próprias de cada um dos actuais actores contribui.

Uma das vítimas deste conflito é a franco-colombiana Ingrid Betancourt, candidata à presidência da Colômbia, raptada em plena campanha eleitoral, Ingrid Betancourt encontra-se às portas da morte : ela tem fortes dores nas costas, ao nível do figado (provavelmente devido a uma hepatite), gastrite crónica, inflamção do esófago, dores de estômago, dois tipos de paludismo (sendo um deles, a chamada, malária cerebral), de uma inflamação do cólon e de desnutrição. Esta descrição leva os médicos a pensar que ela se encontra num estado de morte eminente.
As autoridades francesas têm tentado o tudo por tudo no sentido de obter a libertação de Ingrid, até agora sem resultado. Ela faz parte de um grupo de 39 « reféns políticos » que as FARC pretendem trocar por 500 guerrilheiros presos na Colombia. Apesar, de todos os esforços e das propostas de Hugo Chaves e de Nicolas Sarkozy a resposta positiva das FARC à libertação humanitária de Ingrid faz-se esperar.
Milhares de colombianos manifestaram-se nas ruas das maiores cidades do país para exigir a libertação de 2800 reféns (segundo estimativas oficiais). Pela primeira vez, na Colombia a ideia de « salvar Ingrid » esteve omnipresente : os manifestantes gritaram:
«-Todos somos Ingrid!».
__________
Conheça aqui os outros reféns.
Actualização (7 /4/2008) - sobre as relações perigosas do financiamento das FARC leia
aqui.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Compreender a Indisciplina para a Evitar


A sociedade, em geral, e os professores em particular estão conscientes de que nos últimos anos aumentaram os casos de mau comportamento com reflexos na escola mas, também, na sociedade. Os professores, são os primeiros a alertar para o problema pois, são eles os mais expostos aos problemas de agressividade e violência das crianças e jovens. No entanto, a escassez de meios e a incompreensão dos fenómenos de distúrbios comportamentais levam a uma crescente sensação de impotência e de frustração relativamente a este problema devido aos sucessivos insucessos registados. Tanto mais que as medidas ao alcance das escolas (não necessariamente as sancionatórias) revelam-se frequentemente ineficazes.

A família e o meio social desempenham um papel crucial na formação dos indivíduos mas, existem outras razões que podem explicar os comportamentos desajustados de algumas crianças e jovens: as razões neuropsicológicas e a baixa auto-estima.

A compreensão dos fenómenos de “indisciplina” e, de um modo geral a compreensão das atitudes desajustadas poderia, em alguns casos, ser melhor entendida se a submetêssemos a uma aproximação neuropsicológica. Lendo os trabalhos do professor António Dâmaso podemos perceber que alguns dos “casos perdidos” que passam pelas nossas salas de aulas num turbilhão permanente, originando uma catadupa de problemas, são de facto, problemas do foro neurológico. Alguns destes alunos, passam pelo sistema de ensino sem nunca receberem a devida atenção e, mesmo quando o seu caso é detectado, esbarra-se com a falta de resposta dos centros de saúde e, dos hospitais, cujas listas de espera tornam uma consulta, numa impossibilidade prática..

Por outro lado, os problemas de auto-estima podem também dificultar a adaptação ao meio escolar. A detecção precoce dos problemas de auto-estima poderia ser uma peça central quer na prevenção, quer no diagnóstico nos casos em que já existam manifestações do problema. Um trabalho de acompanhamento pode de facto surtir efeito pois, a agressividade e a violência podem ser uma capa que os protege das agressões do exterior nomeadamente da família ou dos seus pares. Para isto seria necessário o recurso a equipas pluridisciplinares (assistentes sociais, psicológos, médicos) que assegurassem o acompanhamento do aluno/família. Todavia, os recursos que as escolas podem disponibilizar para estes projectos são insuficientes e nem sempre se consegue mobilizar a sociedade civil para esta causa.

Ora, é neste contexto de preocupação com alunos com estas características que se previa o seu acompanhamento por parte das equipas de ensino especial (DL 319/91) no entanto, as alterações a este decreto-lei vieram retirar as alunos com problemas comportamentais este apoio[1] e, vieram obrigar à sua inclusão em turmas normais, isto é, com um número de alunos superior a 23 alunos (considerando a média de 22,5 alunos/turma). Se tomarmos em consideração as conclusões do relatório do Dr. Peter Blatchford[2] , veremos que serão estes se encontram entre os mais prejudicados com as turmas de vinte ou mais alunos. De resto, as recomendações desse estudo apontam para a inclusão de alunos problemáticos em turma reduzidas (c. 15 alunos) que permitem um ensino mais individualizado e atento às suas necessidades. Muito se tem falado das virtudes, e defeitos do Estatuto do Aluno, nomeadamente, sobre as medidas sancionatórias esquecendo-nos que os critérios para a formação de turmas podem contribuir, decisivamente, para uma diminuição sensível dos problemas disciplinares. É claro, que tudo isto é posto em causa com a preocupação de poupar e, é por isso, que as escolas continuarão a somar problemas disciplinares porque uma turma de 29 alunos é mais barata que uma de 18…
________________

1 cf. “…alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação numou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e struturaisde carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social e dando lugar à mobilização de serviços especializados para promover o potencial de funcionamento biopsicosocial.” Decreto-Lei 3/2008
2 Class Size

terça-feira, 1 de abril de 2008

Trabalho Infantil na China


Crianças chinesas estão a produzir a merchandising dos Jogos Olímpicos (ver documentário da BBC). Crianças de 12 anos, trabalhando 13 horas por dia, sete dias por semana, por menos de 30 cêntimos por hora produzem t-shirts e bonés com os símbolos do Jogos Olímpicos.

O trabalho infantil na China é proibido por lei mas, o próprio governo aproveita os “buracos” legislativos através dos programas das escolas que permitem usar o trabalho infantil.
As escolas em zonas pobres são encorajadas a encontrar actividades geradoras de riqueza para fazer frente aos problemas orçamentais. De acordo com as Estatísticas Oficiais do Ministério da Educação chinês, mais de 400 000 escolas, com alunos entre os 12 e 16 anos, têm projectos agrícolas ou manufacturas. Nos últimos anos foram documentados alguns casos de abuso destes programas “educativos” que obrigam as crianças e jovens a horários desumanos, sem condições de higiene e segurança por salários irrisórios. Em 2004, os projectos do “Trabalho e Estudo” geraram o equivalente a 1.25 bilião de dólares!
Um dos factores que tem favorecido a exploreação do trabalho infantil na China é a censura já que as estatísticas sobre este problema estão classificadas como “segredo de estado”.
____________
Ver conclusões do relatório da Human Rights Watch