segunda-feira, 20 de julho de 2009

A tentação é grande ...

"A Quercus suspeita de que haja interesses imobiliários por detrás do incêndio que destruiu mais de cem hectares de floresta na Herdade da Apostiça, em Sesimbra. "Sabemos que as zonas ainda verdes de Seixal e Almada são muito apetecidas e há muitos anos que existem interesses de urbanização na zona ardida", diz ao CM Carla Graça, presidente do núcleo de Setúbal da associação ambientalista, frisando não poder "apontar nada de específico". De qualquer forma, o CM sabe que a PJ de Setúbal está atenta aos fogos na Margem Sul." in, Correio da Manhã
Na margem sul, desenvolvimento tem sido sinónimo de betonização. Pouco resta dos matos e florestas que caracterizavam esta região. A voragem do lucro e a busca desenfreada de receitas, por parte das autarquias permitiu o desaparecimento da mancha florestal "da outra banda".
As florestas, os matos (ditos improdutivos), a biodiversidade são marcas de um passado pré-industrial que urge fazer desaparecer. Tudo em nome do progresso porque o progresso são prédios, urbanizações, estradas e rotundas. E sim, o progresso também é feito disso mas, de forma equilibrada e no respeito pela natureza. Ora, inspirados pelo que história recente é natural que os proprietários, os agentes imobiliários ... sintam a floresta como um empecilho entre uma determinada área florestal e as espectativas de lucro que poderiam obter, caso esta fosse urbanizável. E para o poder local? As florestas não ganham eleições. Os novos projectos, as maquetes, os milhões que desfilam nos boletins municipais para deslumbramento do Zé-Povinho esses sim, ganham eleições e mantêm clientelas satisfeitas.

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