segunda-feira, 27 de julho de 2009

Uma sombra



Estão são as palavras iniciais de Raul Castro, no seu discurso de 26 de Julho: “estoy seguro de que ninguno de ustedes me puede ver, verán si acaso una sombra; ese soy yo”.
Comemorando o 56º aniversário do assalto ao quartel de Moncada, Raul Castro deixou claro que já não se trata de gritar "...¡patria o muerte! ¡abajo el imperialismo!... Y la tierra ahí, esperando por nuestro sudor...", trata-se de evitar que Cuba continue a gastar "... cientos y miles de millones de dólares..." em alimentos que se podem produzir na ilha.
Cuba importa 80% dos alimentos que consome. Em 2007, metade das terras "nacionalizadas" estava por cultivar. Desde então já foram entregues a cooperativas e camponeses 690 000 hectares (aproximadamente 39% do total da terra inculta), mas apenas uma terça parte estará já cultivada. Por isso, não é para admirar que o líder tenha acabado por afirmar: "Aquí no sobra nada, sólo problemas".
De facto, incapaz de proceder a reformas estruturais e esmagado pelos efeitos dos ciclones que se abateram sobre a ilha provocando prejuízos na ordem dos 10 milhões de dólares, Raul Castro enfrenta agora, os números adversos do crescimento económico que foram oficialmente revistos em baixa de 6,5% para 2,5% (embora, economistas independentes creiam que houve efectivamente um crescimento negativo).

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