sexta-feira, 6 de junho de 2008

Défice Democrático e abstenção


:
O dia do Voto

O outro dia...

Uma democracia depende da participação efectiva dos cidadãos eleitores. Infelizmente, há um número crescente de eleitores que opta pela abstenção o que é limitador da legitimidade dos eleitos. Nas eleições gerais a abstenção atingiu os 35% em 2005 (Assembleia da Republica). Mas a participação nas eleições locais é, de longe, pior. Se tomarmos, o exemplo do Seixal, recordista nacional nas eleições autárquicas de 2005, verificamos que a abstenção atingiu os 55% ...

Como explicar este fenómeno? Como explicar que o poder local instalado no poder há mais de 3 décadas fique satisfeito por conseguir uma maioria absoluta com cerca de 25000 votos* num universo de 117 000 eleitores? Ou seja, um em cada cinco eleitores.

Por outro lado, a “prática democrática” neste concelho é de tal sorte que os cidadãos sentem que entre duas eleições o poder decisório lhes escapa por completo pois, concentra-se na mão de um grupo (muito) restrito de indivíduos. É nesta base que se têm construído as maiorias PCP no concelho de Seixal: controle da informação, orquestração do movimento associativo (devido à extrema dependência deste em relação à câmara do Seixal) e apagamento das assembleias através de dois mecanismos distintos: os eleitos das oposições não dispõem (frequentemente) de informação fidedigna independente mesmo quando solicitada; todas as suas propostas “morrem na praia” por falta de aprovação e/ ou pelo silenciamento sistemático. O que nos remete para a tradição monolítica do PCP, partido que encara a democracia parlamentar como um “mal menor”, ao qual, teve de se adaptar a custo.

Veja-se**, a forma de actuação do grupo do PCP nas duas últimas sessões da assembleia municipal e o ruído que se gerou à volta de uma reunião de moradores na área de Fernão Ferro, numa verdadeira operação de contra-informação.

*correspondentes a 45% dos votantes.

** A Revolta das Laranjas , a-sul e Rumo a Bombordo


Sem comentários: