Na Birmânia, onde se realizou um referendum para confirmar o poder dos generais (foram excluídos do direito de voto mais de um milhão e meio de eleitores, não contando com todos os que se encontravam nas zonas atingidas pelo ciclone), nessa mesma Birmânia que continua a exportar arroz para os mercados internacionais ainda que a população esteja faminta e onde 50% do orçamento de Estado é destinado ao exército. Na Birmânia cujos rendimentos advêm essencialmente do tráfico de ópio e de heroína. A Birmânia é uma narcoditadura protegida pelas autoridades de Pequim (entre outras potências da região).
Nesta Birmânia falta tudo. Falta a liberdade mas, falta também comida e abrigo para os milhões de pessoas que foram afectados pelo ciclone e faltam ainda outras coisas básicas: água potável e, latrinas… enquanto isso, as agências internacionais esforçam-se por recrutar colaboradores asiáticos ao gosto dos generais. Estes esforçam-se por acabar com “o problema”: as pessoas estão a ser levadas dos abrigos temporários onde se refugiaram para a zona de catástrofe. Ainda, de acordo, com o jornal New Light of Myanmar, um responsável governamental teria mesmo dito esta “pérola”:
“As pessoas (do delta do Irawadi) podem sobreviver com os seus recursos se não lhes derem barras de chocolate (pela comunidade internacional). O povo do Myanmar pode arranjar facilmente peixe, além de que, no início das monções existem grandes sapos que são comestíveis.”
Na Birmânia falta quase tudo. Só sobram sapos e generais...
Leia o apelo de Václav Havel et alii para a imposição de sanções internacionais ao regime birmanês.
1 comentário:
Em Macau há um sapo que é director de jornal
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