Que imagem pretenderam os dirigentes russos transmitir ao celebrar a entrada em funções do novo presidente russo a 9 de Maio, dia da Vitória, com uma imponente parada militar?
Em diversas ocasiões ao longo do seu mandato Putin aproveitou para advertir a Nato e a União Europeia relativamente às opções tomadas nos planos militar e económico procurando, simultaneamente, garantir que as tensões eram algo do passado, da Guerra Fria. A Russia, que pretende ser aceite como um parceiro da União Europeia, e gasta milhões de dólares em suplementos nos mais diversos jornais europeus e americanos, para fazer passar a mensagem de que não constitui ameaça e que constitui um parceiro fiável ...
A Rússia, organiza um desfile militar, com mísseis intercontinentais a serem passeados solenemente pela Praça Vermelha trazendo de volta as lembranças da corrida ao armamento como no tempo da guerra fria. Uma parada militar, com todos os condimentos do antigamente não é inocente. Para além, da exibição para os possíveis interessados (as armas continuam a ser uma oportunidade de negócio muito interessante…), existe também um elemento de intimidação para com todos aqueles que podem ser percebidos como ameaças. E, existe ainda, o desejo de agradar a um largo sector da população saudosista do poderio militar e da supremacia dos russos sobre os povos que aproveitando o desmembramento da URSS se declaram independentes.
Estas contradições revelam um país que ainda não encontrou o rumo certo entre o passado e o futuro, entre uma sociedade fechada e uma sociedade livre, entre uma potência que se afirma pelo tamanho/quantidade dos seus mísseis balísticos e uma sociedade que se afirma pela sua capacidade de criar bem-estar para a generalidade dos seus cidadãos.
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