quarta-feira, 29 de abril de 2009

A vulnerabilidade



O Sétimo Selo - o monge ou, a urgência de encontrar culpados

Os vírus Influenza são imprevisíveis porque se alteram muito rapidamente. A estirpe de gripe aviária que provocou a gripe espanhola, em 1918 passou das aves para o homem e mais tarde para os porcos (e outros animais).
A mutabilidade faz com que até os vírus conhecidos sejam imprevísives. Alguns associam-se até com outros, aumentando assim, ainda mais a sua imprevisibilidade. Depois de mudar de espécie hospedeira a influenza pode tornar-se mais, ou menos virulenta antes de estabilizar.

Epidemias de gripe têm sido registadas desde a antiguidade mas, só a partir do século XIX é que foram registadas com fiabilidade. 1889, 1918, 1957 e 1968 foram anos dominados pela pandemia de influenza. Em 1968, morreram 700 000 pessoas em todo o mundo devido à gripe de Hong Kong (a menos mortal de todas). A gripe espanhola, ou pneumónica, terá morto entre 35 e 100 milhões (não há consenso entre os estudiosos da matéria), entre estes contavam-se muitos jovens adultos que normalmente resistem melhor às epidemias.

As epidemias conhecidas comportaram-se como ondas. Chegavam e partiam. Em 1918, a gripe espanhola, teve uma primeira vaga, na Primavera, pouco virulenta. No outono, chegou a segunda vaga, essa sim, verdadeiramente letal que foi, depois, seguida em 1919, por uma terceira relativamente, menos severa.
Os peritos especulam que a baixa letalidade da primeira vaga se deveu ao facto de o vírus não estar ainda totalmente adaptado à espécie humana. À medida que se adaptou tornou-se mais letal. Contudo, há boas evidências de que as pessoas que estiveram expostas ao vírus, na primeira vaga, criaram imunidade.
Esta é uma explicação para o facto de que apenas 2% dos que estiveram expostos ao vírus, em 1918, morreram. A mortalidade foi mais elevada em comunidades muito isoladas que não tiveram qualquer contacto com vírus deste tipo.
Fonte: New York Times

Não deixa de ser curioso como o Homem no século XXI, por detrás de toda a sua tecnologia se sinta tão vulnerável perante a doença. E mais uma vez, vem acode à memória, O Sétimo Selo. Na Idade Média (como na antiguidade), as epidemias eram explicadas pela intervenção divina. A ideia da epidemia como castigo. No mui avançado século XXI, a intervenção de Deus foi relegada para um segundo plano e, por cada epidemia surge uma teoria conspiratória. Já assim era no passado, o boato acompanhou as epidemias de doenças e até as grandes epidemias de medo (séc. XVII). Transcrevo um dos comentários publicados no Público que é revelador de que as teorias conspiratórias estão em marcha:
"Daqui a umas semanas o Obama acusa o irão de bioterrorismo e começa outra guerra! É sempre a mesma finta!! A CIA lança o virus no méxico e culpam alguém ... a CIA planeia o 11 de setembro e culpa alguém...é SEMPRE IGUAL!! ACORDEM!!"

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O SNS preparado...
...mas ainda não há casos registados...
nível 5 de alerta...

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