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No seu discurso a “nobreza” e a “seriedade” da política tornaram-se apanágios do PS. A oposição foi rotulada de “bota-abaixista” e “negativa”… não há dúvida que Sócrates tem aprendido algumas coisas com os seus homólogos de outras paragens.
Inteiramente acertada a escolha do tema central: a educação. Acertada pela época do ano mas, sobretudo, pelo investimento propagandístico que tem sido feito nesta área. Acertada porque, no plano imediato, o sector da educação tem tido estatísticas favoráveis, os resultados da política de redução do insucesso a qualquer custo só se farão sentir dentro de alguns anos quando os jovens começarem a procurar emprego num mundo competitivo que valoriza o empenho, a qualidade e a disciplina… mas até lá, poder-se-á traçar um quadro kitsch da educação.
Em resumo, abriu a caça aos patos. O pior, é que os patos somos nós…
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Hoje,"...três escolas que serão visitadas pelo Presidente da República, primeiro-ministro e ministra da Educação...", portanto adivinham-se mais uns momentos de propaganda.
Sobre o estado da educação muito se poderia dizer: as medidas para assegurar o"sucesso mínimo garantido"; o número de alunos por turma; o caso dos aluno do ensino especial; as "novas oportunidades"; o estatuto do aluno; a transferência de competências para as autarquias... correndo o risco de ser rotulada como "bota-abaixo" este é um sector de eleição: de eleição porque a maioria das famílias portuguesas tem "interesse" no sector; de eleição porque pode efectivamente decidir a vitória nas legislativas. Por isso, e só por isso, a gestão política deste dossier está, como se vê, ao mais alto nível. Alegro-me que a educação seja alvo de tantas atenções, contudo lamento que depois de tanto papel e, dos rios de tinta que se gastam o resultado seja uma diminuição dos padrões de exigência e, uma cedência à estatística europeia e nacional.
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