sábado, 11 de abril de 2009

O regresso dos piratas

A imagem dos piratas encheu-se de romantismo. O aventureiro, o libertário, o viajante intrépido, o caçador de tesouros. Dos piratas e dos corsários quisemos reter apenas uma faceta, esquecendo que muitos eram foras-da-lei, bandidos e assassínos sem piedade. O cinema fez contribuiu em muito para popularizar e branquear a imagem destes lobos-do-mar.
Dos piratas, de outros tempos, nós portugueses, esquecemo-nos que até a viagem entre Lisboa e Sesimbra era um perigo pois, a nossa costa estava enxameada de piratas mouros, franceses, infleses, holandeses... Que o diga Fernão Mendes Pinto:

O regresso da pirataria dá-se, precisamente, na mesma região onde no século XVI, os portugueses procuraram garantir a sua supremacia marítima no Índico. As águas da costa oriental de África estão hoje , mais uma vez, cheias de piratas que como no passado procuram reclamar para si uma parte dos lucros do comércio marítimo, fazendo perigar a liberdade dos mares.

O problema da pirataria agravou-se, em muito, nos últimos três anos. Eles são agora mais numerosos, mais atrevidos e, estão melhor apetrechados. Tornaram-se um problema para todos os que navegam naquelas perigosas águas, a partir do momento em que perceberam que, mais uma vez, a pirataria se tinha tornado no maior (único?) negócio numa região do mundo desesperadamente pobre e, abandonada à anarquia. Os casos sucedem-se, agora, a um ritmo diário...

Garantir a segurança naquelas águas é uma necessidade. O problema está em como fazê-lo? Através do envio de barcos de guerra para patrulhar a área ( o que exigiria cooperação por parte da Europa, dos EUA, da Rússia, da China...). Ou, estabilizando a situação política na Somália (quem é que quer comprar uma guerra naquelas paragens? ) o que poderia favorecer o desenvolvimento económico da região dando aos piratas e bandidos a possibilidade de optar entre o crime e o castigo (na situação actual só existe impunidade).
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Enquanto isso algumas histórias terminam bem, outras terminam mal. Mas, a pirataria está longe de acabar.

2 comentários:

Anónimo disse...

«o que exigiria cooperação por parte da Europa, dos EUA, da Rússia, da China»... e porque não dos países muçulmanos? ah, pois, eles nada fazem pois não podem criticar as acções de outros muçulmanos... sejam elas quais forem...

hkt disse...

Tem toda a razão. Eles têm tantos interesses como os outros ... e os meios também.