"Nem todolos que insinam ler e escrever nam sam pera o ofiçio que tem [...] Uã das cousas menos oulhádas que há nestes reinos é consintir, em todalas nobres vilas e çidades, qualquer idióta e nam aprovado em costumes de bom vier, por escóla de insinár mininos."
"...máos mestres leixamos discípulos danádos pera toda a vida, nam sòmente com vicios d'alma de que podéramos dár exemplos, mas ainda no módo de ôs ensinár."
João de Barros, Diálogo em Louvor da Nossa Linguagem, 1540.
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Sobre esta centenária apetência para comentar o trabalho dos professores ver também aqui.
2 comentários:
Bem! vamos lá ver... comentar o trabalho do professor é uma coisa, avaliar o trabalho do professor pode ser outra - muito diferente (se a avaliação fôr ou tiver um carácter que interfira com a carreira do docente).
Posto isto, primeiro, explique-se: os professores devem ou não, ser avaliados? Sim ou não? é o que interessa. É a "guerra" actual.
Segundo: o tipo de avaliação ( uhhhh! isso é uma connnnversssaaaa....)
Também lhe adianto que - esclareça-me! - se a avaliação que possuíam até aqui é a mesma que tinham há 10anos... vou ali e venho já! Há dez anos era uma "vigarice" repito vigarice institucionalizada. Não estou a comentar. Sei do que falo portanto estou a emitir um juízo.
Cumprimentos
David Oliveira
De acordo comentar e avaliar são coisas diferentes embora por vezes me queira parecer que comentando se avalia...
A guerra actual não é a da "avaliação". É "esta avaliação". Esta avaliação que é uma "vigarice" ainda maior que a outra.
Primeiro a "vigarice" das duas categorias de professores. Agora, a "vigarice" de uma avaliação em que todos falam e ninguém se entende. O que vai criar grandes injustiças e vai ser um factor de desestabilização das escolas. Porquê? Porque estabelece quotas de acesso. Uma vez preenchidas essas quotas... nada a fazer. É o marcar passo até nova oportunidade. Porque é estupidamente burocrático (não há burocracia inteligente). Porque há professores titulares de EVT a avaliar colegas de EF ou do Ensino Especial ou vice-versa... os de História podem ter que avaliar os de Moral e Religião (mesmo que sejam ateus convictos), expliquem-me qual a lógica disto... estarei a ficar esclerosada? As grelhas do ministério não podem ser aplicadas em alguns casos especifícos enfim, uma enorme confusão.
E o que importa é se os alunos irão ganhar com tudo isto. Não creio. Penso que poderá levar a uma progressiva perda de autonomia pedagógica semelhante ao que ocorreu em Inglaterra com prejuízo para todos.
Finalmente, estas mudanças têm que se fazer com tempo e com todos os protagonistas e não contra eles e nesse aspecto esta equipa tem sido completamente desastrada.
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