segunda-feira, 10 de março de 2008

Novas Tendências

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O mundo das viagens e dos cartazes turísticos já não são apenas praias de areias douradas e águas verde-mar, o turismo da natureza e dos monumentos já se tornou cansativo para muitos.
Bem-vindos à nova tendência, o Turismo de Pobreza (“pobrismo”): as favelas do Rio de Janeiro, os bairros de lixo no México, os bairros de lata de Johannesburgo, Bombaim ou Manila tornaram-se surpreendentes destinos turísticos.
Este tipo de turismo terá tido o seu início no Brasil há cerca de 16 anos. Actualmente, são organizadas muitas visitas às favelas, visitas seguras mas não completamente isentas de tensão.
Os críticos dizem que este nicho de mercado explora o “voyeur” que existe em todos nós mas, até os críticos concordam que estas viagens podem ajudar a compreender e a combater a pobreza extrema tudo depende da forma como são organizadas.
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:Avenida do Seixal - Fernão Ferro

E nós por cá, no Seixal? O que nos restará depois de destruir tudo o que poderia ter interesse para o turismo convencional? As quintas, as paisagens, os estaleiros ... As novas tendências, naturalmente.
Porque haveríamos de ficar de fora de tão interessante tendência? Porque não organizar um tour pelas ruas de Fernão Ferro, verdadeiro Lisboa-Dakar em versão florida; ou organizar uma noite na boa bifana da Jamaica; ou ainda, uma incursão pelas ruas enlameadas e perigosas de Stª Marta de Corroios? Um mergulho nas águas poluídas da Pontas dos Corvos ... Sugestões não faltam.
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Slum tourism ou, "poorism" - tradução livre para "pobrismo"

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa escrita.

Ponto Verde disse...

Muito acutilante este post, mais do que um certo voyeurismo ou conhecimento da pobreza, acho que quem faz esses Rocinha Safaris fá-lo porque quando chega a casa é mais feliz pelo modelo comparativo!!!Porque é preciso relativizar...
É o mesmo fenómeno dos dramas mundiais e das tragédias no Telejornal, enquanto nos sentimos seguros no doce lar...
Trazer esse modelo para o Seixal seria assim como um Parque Temático da realidade, sem custos de instalação, já existe, e atrairía muita gente para ver como se não deve destruír uma região cheia de potencialidades entregando-a nas mãos de gente sem escrúpulos e sem cultura.