domingo, 30 de março de 2008

Património: outra latitude, outra atitude

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Estaleiro da Quinta da Fidalga (Fevereiro 2008) antes da demolição

Cerâmicas, armamento, ânforas, lanças, apetrechos de embarcações são algumas das muitas peças datadas de entre os séculos XVI e XIX que foram resgatados do fundo da Baía de Baiona (Galiza)[1]. Trata-se de um património de valor incalculável.
Os trabalhos de dragagem realizaram-se durante os últimos cinco meses depois de ter sido realizada uma prospecção arqueológica ligada à execução do projecto de ampliação do molhe de Baiona, prospecção que confirmou a existência de material sobre o fundo.
Este achamento não foi surpresa já que Baiona foi desde sempre um dos portos mais movimentados da Galiza.
Notícias como esta, provam que em outras latitudes (próximas) o património histórico é uma prioridade para empresas, autarquias e populações. Em Baiona fez-se o que se deveria ter feito no Seixal (na área do estaleiro da Quinta da Fidalga[2]). Uma prospecção arqueológica deveria ter sido o primeiro passo antes de tomar a decisão de demolir e remover o que quer que fosse. A decisão de arrasar tudo foi uma irresponsabilidade, só justificada, pela insensibilidade dos autarcas para esta temática e pela pressa de mostrar obra em período pré-eleitoral.


[1] Veja a notícia do jornal La Voz de Galícia
[2] Arquivo do blogue sobre este tema.

3 comentários:

Bluegrowth disse...

Em Maio, no encontro de Embarcações tradicionais (16, 17, 18 de Maio) receberemos no Seixal alguns promotores da cultura marítima Galega...

Apesar de já estarem a par do que por cá se passa, haverá espaço para debate, o que, neste contexto, será deveras interessante.

Anónimo disse...

O senhor é um ingénuo. Não entende que se fizerem o que fizeram em Baiona, há sérios riscos de descobrir evidências. E depois? Como é que a autarquia conseguiria gerir isso? E as promessas feitas aos Silvas? E o aborrecimento de ter de investir mais em cultura?

A ideia é simples, basta viver da aparêcias, assumir a evidencia quando convém e destrui-la quando não.

Ponto Verde disse...

Tal qual o que por cá fazem!