segunda-feira, 24 de março de 2008

Olimpíadas da Repressão

(in, Der Spiegel)

Desde 20 de Março que as autoridades chinesas que regulam a rádio, o cinema e a televisão encerraram mais de 25 fóruns de Internet onde era possível a partilha de vídeos alegando que estes era “obscenos”, “violentos” ou que “punham em perigo os interesses nacionais”. Trinta e dois outros sites receberam advertências relativas aos conteúdos difundidos.
Desde 31 de Janeiro a lei chinesa prevê que os cidadãos que queiram difundir imagens na Internet devem solicitar previamente uma licença do governo. Os sites que difundem imagens devem também pertencer, pelo menos, parcialmente ao Estado.
O controle da internet na China é muito apertado. Existem pelo menos cinco organismos que tutelam o sector bem como uma ciberpolícia que controla a navegação.
A tudo isto, soma-se a eliminação do Google chinês de todas as menções aos incidentes em Lhassa (fonte: Repórteres Sem Fronteiras).


Hoje na cerimónia em que foi acesa a chama olímpica, que teve lugar em Olímpia (Grécia) três representantes dos Repórteres Sem Fronteiras, entre os quais Robert Ménard, secretário-geral da organização, foram detidos e interrogados pela polícia por perturbarem a cerimónia em protesto contra o “… tratamento reservado na China àqueles que se expressam livremente, a censura imposta à imprensa e o bloqueio às informações provenientes do Tibete " (veja aqui as imagens). Actualmente cerca de uma centena de jornalistas, bloggers e ciberdissidentes encontram-se presos na China.
Á Europa, exige-se que pressione as autoridades chinesas no sentido do diálogo e da busca de entendimento. Exige-se que não faça “orelhas moucas” à repressão e aos atropelos à Liberdade pois, é sobre os valores do Humanismo que a construção europeia deverá assentar. Exige-se, que seja credível pois não é possível continuar a dizer uma coisa e a fazer outra, na certeza, de que esta é uma oportunidade de ouro, um momento único em que todos os olhos do mundo estarão concentrados sobre Pequim. A China, senhora de uma cultura ancestral, irá compreender, certamente, que é do seu interesse nacional coadunar a modernidade com maior respeito pelos Direitos do Homem.


1 comentário:

Anónimo disse...

O comportamento da China em relação ao Tibete - e a outras minorias e outras ocupações que protagoniza - é absolutamente vergonhoso!