Para memória futura:
Assembleia da República, 3 de Outubro de 2003
José Sócrates – […] O Partido Socialista promove este debate com o objectivo fundamental de lhe dizer, olhos nos olhos, o que muitos portugueses pensam da sua governação. [...] E a nossa mensagem é muito clara, Sr. Primeiro-Ministro: isto não está a correr bem!!
O Eurostat divulgou ontem a taxa de desemprego em Portugal: 7%. Fomos o único país europeu onde o desemprego subiu em Agosto. E, em apenas um ano e meio - o seu ano e meio, Sr. Primeiro-Ministro! -, a taxa de desemprego, em Portugal, subiu 50%, o que nos transforma no país da Europa onde o desemprego cresce mais rapidamente.
Portugal tem hoje mais de 420 000 desempregados. Não se riem agora, Srs. Deputados do PSD?! É verdade!
Luís Marques Guedes (PSD): - O senhor é que se está a rir!
José Sócrates- São exactamente 420 891 desempregados que estão inscritos nos centros de emprego!
Desde que o Sr. Primeiro-Ministro chegou ao Governo, desde que tomou posse, temos mais 100 000 novos desempregados. Número arrepiante, Sr. Primeiro-Ministro: 100 000 novos desempregados!! […] E já não são só as vítimas habituais! Não! Agora, o desemprego sobe mais entre as pessoas com curso superior e sobe mais entre os jovens!!
O drama do primeiro emprego, que marcou boa parte do cavaquismo, está de volta. Os números não mentem e são, neste caso, particularmente elucidativos: só no ano passado, o desemprego juvenil aumentou 24%. E o pior, Srs. Deputados, é que este desemprego não é o preço a pagar por qualquer processo de modernização da nossa economia. Não! Este é justamente o desemprego que não podia nem devia acontecer. […]
A verdade é esta: depois de anos a descer, a chaga do desemprego regressou, e regressou de que forma!... Em apenas um ano e meio - o seu ano e meio, Sr. Primeiro-Ministro! -, o desemprego voltou a ser a questão social mais importante em Portugal. É por isso que, se há uma "imagem de marca" deste Governo, se há uma imagem que marca a governação desta maioria, ela é, sem dúvida, a marca do desemprego. Triste marca! […]
E o que temos visto deste Governo é que o emprego já não é um indicador económico valorizado na sua política.
Em matéria de desemprego, o Governo só tem tido uma preocupação: por um lado, inventar desculpas, por outro, procurar culpados. [...] E vai logo aos suspeitos do costume: a culpa já foi da "pesada herança", já foi dos sindicatos, já foi das leis laborais e até da Constituição, tendo passado, depois, para a conjuntura internacional.[…]
Leia a intervenção de Sócrates, na íntegra, com à partes e tudo...
1 comentário:
Eu baptizaria/batizaria (segundo o novo Acordo Ortográfico) este baú não de recordações, mas sim de baú de mentiras do PINÓQUIO....Cuidado com o nariz dele que ainda vai cair para o CHÃO...
Enviar um comentário