terça-feira, 15 de julho de 2008

Desporto: o oitavo pecado?

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Equipa de futebol feminino - Irão

Nos países islâmicos praticar desporto é apenas mais um dos interditos para as mulheres. Apenas os homens podem praticar abertamente desporto. Na Arábia Saudita, no Irão, Afeganistão por todo o mundo do islamismo as mulheres são afastadas dos recintos desportivos como praticantes ou como espectadoras.

A poucos dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim as restrições às desportistas muçulmanas estão na ordem do dia, de tal forma, que um grupo de activistas pediu ao Comité Olímpico Internacional (COI) que cumpra os seus estatutos e proíba a participação dos países que excluem as mulheres da prática desportiva, tal como, no passado, fez com a África do Sul devido ao apartheid.

A passagem da tocha olímpica foi ofuscada pelas manifestações pro-tibetanas mas, haveria também razões para protestar contras as alegadas razões “culturais e religiosas” que mantêm as mulheres fora do desporto contra a sua vontade. Dos 57 membros da Conferência Islâmica apenas dois vetam, abertamente, a presença feminina nos Jogos (Arábia Saudita e Brunei), no entanto, a sua presença de mulheres muçulmanas no jogos será apenas residual.

Mulher em fato de banho islâmico

Uma das mais fortes restrições prende-se com o equipamento desportivo. No Irão, por exemplo, a obrigação de ocultar o corpo feminino impede as atletas de participar em provas internacionais. Atletas, futebolistas têm que usar calças largas, batas até ao joelho e o véu, tudo coisas proibidas pelos regulamentos internacionais. No domínio da natação, a coisa complica-se pois as suas nadadoras apenas podem competir em recintos fechados perante um público exclusivamente feminino. As oportunidades de verdadeira competição estão assim drasticamente limitadas. O Irão, tem promovido os Jogos Islâmicos Femininos, as mulheres entram na competição vestidas a rigor tratando-se de mais uma forma de segregação por sexos.

De um modo geral, as mulheres encontram-se excluídas da prática desportiva como se encontram excluídas da sociedade. De Marrocos, ao Qatar, passando pelo Yemen ou pelos Emiratos os islamistas radicais unem esforços para travar a participação das mulheres.

Os seus triunfos tornam-se em amargos de boca. Hassiba Boulmerka (argelina), Dana Abdul Razzaq (iraquiana), Robina Muqeemyar (afegã) são exemplos da tenacidade de mulheres que contra os “bons costumes” persistiram no seu direito a praticar desporto ao mais alto nível e por isso sabem que são alvos do fundamentalismo. Mehboba Ahdyar, afegã, seleccionada para os Jogos, fugiu a semana passada do centro de estágios italiano e, procura agora, asilo na Europa (depois de ter recebido ameaças de morte), enquanto isto, no Afeganistão, os pais temem pela vida.

4 comentários:

Anónimo disse...

Nesse países , as mulheres deveriam-s revoltar.
Onde estão as feministas condenando o que se passa na Arábia Saudita (onde li uma notícia há uns anos em que umas meninas morreram carbonizadas dentro de uma escola, porque não podiam sair sem o véu, isto é religião ou obscurantismo??) e nesses países como O Irão, Emirados Árabes Unidos etc. Excepto a Turquia (por enquanto, qualquer dia também vai cair nesse atraso de mentalidades) em todos os países muçulmanos vivem-se ditaduras políticas e de mentalidades (o que é mais grave, e lento leva muito mais tempo a evoluir do que uma mudança simples de governo)

Anónimo disse...

Onde anda a esquerda bacoca cá do burgo quando se fala destes temas?
HEKATE: atenção que estes posts reveladores de coragem, podem também ser fonte de sarilhos.

hkt disse...

Caro anónimo, neste como noutros casos silêncio informado é cumplicidade. Não serei cumplice.

Anónimo disse...

Cuidado Hekate não vá um fanático muçulmano qualquer ameaçar-te com bombas... Alguns são muito perigosos, não se pode criticar são de um rigorismo bacoco que a esquerda ocidental não critica, porque as criticas são consideradas como xenofobia... que absurdo...

Perdão eles não são xenófobos? Será
possível abrir uma igreja cristã na Arábia Saudita, nem pensar, isso era um crime. Outro crime gravíssimo para eles é a conversão do islamismo para o cristianismo (apostasia) que pode levar á morte, mas os cristãos podem-se converter ao islamismo.
Depois vêm falar de tolerâncias.. eles não o são e nós temos de o ser porquê????