sábado, 12 de julho de 2008

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és

Vem este adágio popular muito a propósito da votação do Conselho de Segurança da ONU. Afinal, o crime compensa (resta saber por quanto tempo) e a prova está que alguns países continuam a mostrar-se incapazes de censurar o velho ditador.

Ontem, Robert Mugabe respirou de alívio quando se confirmou que a China e a Rússia tinham vetado uma resolução que impunha um embargo à compra de armas, bem como restrições económicas e às deslocações de Mugabe e de outros 13 dirigentes zimbabueanos considerados responsáveis pelo clima de violência que levou à desistência do candidato do MDC que saiu vencedor da primeira volta das eleições.

O veto da China e da Rússia mostra que as eleições livres e justas não são uma prioridade para estes países. As justificações que deram são “fraquinhas” e, não podem fazer esquecer o passado. Ora, no passado a Resolução 418 impôs sanções ao regime do apartheid na África do Sul precisamente devido às perseguições contra os opositores do apartheid.

Se a situação no Zimbabué se mantiver, o número de refugiados crescerá, inevitavelmente, e os países vizinhos ver-se-ão obrigados a exigir o afastamento do ditador esquecendo o passado e a irmandade ideológica.

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O mapa do Terror

1 comentário:

Anónimo disse...

Aliás nem percebo porque é que 5 países têm direito a veto, não é um direito é um privilégio, completamente ultrapassado, parece com o que acontecia com o que passava até ao Antigo Regime, onde duas classes minoritárias tinham privilégios que os outros não tinham. Porque motivo, passados mais de 60, após a Segunda Guerra Mundial, 5 países têm um direito e todos os outros (mais de 190, não têm)? Há que modificar este estado de coisas e acabar com o ridículo direito de veto na ONU. Para que casos como estes e outros não se repitam na ONU (uma vergonha)