quinta-feira, 3 de julho de 2008

O Mito de Urbano

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Um exército de heróis ?

Não sei se as FARC-EP fazem parte da lista de convidados da “Festa” deste ano. Pouco importa. A cumplicidade do PCP com as FARC tem sido notória. O jornal oficial do partido não te poupado elogios a uma organização que utiliza meios condenáveis para atingir fins duvidosos. Veja-se (aqui) o documento que o PCP subscreveu para retirar as FARC da lista das organizações terroristas na EU …leiam-se os textos de Urbano Tavares Rodrigues no Avante!, e nada mais se poderá acrescentar:

[…] “Encontrei ali moças tão diferentes que seria redutor o esforço para esboçar o choque emocional provocado pelo descobrimento das combatentes das FARC. De comum entre elas apenas a coragem, a capacidade de adaptação a condições de vida duríssimas e uma confiança total na justiça da luta das FARC e na vitoria final, sem data.[…]

O quotidiano dos acampamentos não permitia a privacidade […]. Na selva, infestada por transmissores de doenças perigosas, o banho diário é imprescindível à defesa da saúde. As mulheres banhavam-se no rio ao lado dos homens numa atmosfera de camaradagem e respeito que me impressionou. As normas do pudor, tal como as conhecemos, não podiam funcionar ali. Mas nunca, nem nos olhares nem nas palavras testemunhei atitude da qual transparecesse um comportamento machista.”

Os últimos meses foram desastrosos para a organização. Perderam elementos chave na cadeia de comando por morte, ou por rendição. Perderam apoios, nomeadamente o do presidente Chavez que veio a público dizer que a “guerrilha é história”. Ao mesmo tempo que o financiamento das FARC e o seu relacionamento com o narcotráfico e as suas prováveis conexões entre a ETA basca voltam ao primeiro plano.

Por quanto tempo ainda continuará o PCP a defender o indefensável e a afirmar que tudo não passa de desinformação? Quanto tempo resistirá ainda o mito das FARC?

Ver reportagem da TVE.

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Actualização:

Num mundo "composto de mudança" deveria ser reconfortante saber que há coisas que não mudam. Hoje, na Assembleia da Republica, o PCP ficou isolado votar contra o voto de congratulação de Ingrid Betancourt e dos outros reféns (ver, Público).

Tal como escrevi, só o PCP persiste na defesa das FARC... é que na América Latina, já todos de Chavéz a Fidel perceberam de que lado está a história. Fidel, expressou a sua alegria e satisfação pela libertação de Ingrid e dos outros teféns e acrescentou:

"...nunca debieron ser secuestrados los civiles, ni mantenidos como prisioneros los militares en las condiciones de la selva". [...]

"Por elemental sentimiento de humanidad, nos alegró la noticia de que Ingrid Betancourt, tres ciudadanos norteamericanos y otros cautivos habían sido liberados. Nunca debieron ser secuestrados los civiles, ni mantenidos como prisioneros los militares en las condiciones de la selva. Eran hechos objetivamente crueles. Ningún propósito revolucionario lo podía justificar. En su momento, será necesario analizar con profundidad los factores subjetivos."

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, foi pena não ficado lá com o Urbano - ganhavam eles, ganhava o Urbano, e nem se notava a falta da criatura.

Anónimo disse...

Não percebo como é que o PCP pode estar a favor de uma organização que rapta civis, que faz comércio de drogas e outros crimes Já começam a cansar algumas posições do partido, daí que vá perdendo importância de eleições para eleições. Se não fosse a pobreza deste nosso Portugal ficaria reduzido a uns meros 2 ou 3%, nem um deputado teria... Algumas pessoas votam no partido por causa da situação do país, não porque defendam as suas ideias (algumas são mesmo absurdas). Atenção não sou anti-comunista primário, mas há que dizer algumas verdades...

Anónimo disse...

Quem es tú, ó Urbano !?
A selva espera por ti..., e já agora leva todos os exemplares do Avante contigo, para distribuíres aos irmãos de armas... (não lhes dês é entradas (EP's) para a festa, senão a Amora ficará mais perigosa, e será alvo de algum artigo de tão profusa intelectualidade...

Já se sabe, de onde lhes vem o fascínio...