sexta-feira, 25 de julho de 2008

Futebolocracia

Observadora distanciada e desapaixonada do mundo do futebol permito-me reflectir sobre este mundo paralelo com regras muito próprias: também neste mundo há ditadores, poderes e interesses obscuros, sombras e mitos. E, perdoem-me o plebeísmo, muita falta de tomates do poder público.

O futebol em muitos momentos parece um Estado dentro de um Estado. Quando olho para a dimensão desproporcional da informação sobre o futebol, para a jactância e o sentimento de impunidade de alguns dos seus dirigentes, para o fanatismo dos adeptos, não posso deixar de pensar que também neste caso o Estado está muitas vezes de cócoras perante "os donos da bola".

Por isso, o parecer de Freitas do Amaral (por quem não nutro grandes simpatias) me é uma lufada de ar fresco, resta saber se terá algum efeito:

Quando viu que a declaração de impedimento do dr. João Abreu não foi acatada, e que por consequência a votação, se se fizesse naquele dia, levaria à vitória por 4 a 3 dos que não que pensavam como ele [ou seja, levaria a que a sua proposta fosse derrotada, sem apelo nem agravo, pela maioria dos conselheiros], o dr. António Gonçalves Pereira perdeu a calma (…); mas (…), em vez de lançar mão de qualquer das medidas menos dráticas que a lei punha à sua disposição escolheu a solução mais radical: decidiu o encerramento imediato, antecipado da reunião.” [Pág 70]

Ler o parecer de Freitas do Amaral

Ver também aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

O referido senhor abandonou a reunião porque sabia que ia perder, porque se soubesse que vencia não a teria abandonado.

Mas mesmo que opinião do Conselho de Justiça fosse unânime, não sei se os derrotados (Boavista e o senhor Pinto da Costa) acatariam a decisão e iriam meter providências cautelares quase até ao infinito, porque esse senhores pensam que são donos do futebol e têm um péssimo mal perder, têm de vencer sempre e quando perdem é o fim do mundo. Isto JAMAIS aconteceria noutro qualquer país, só na REPÚBLICA DAS BANANAS, lembre-se o que se passou em Itália, com equipas despromovidas e com menos sete pontos no início do campeonato seguinte (não no final do que terminou), isto seria impossível em Portugal, não haveria coragem para fustigar o todo poderoso Pinto da Costa... que se acha acima de todos os poderes.. até de Deus de isso fosse necessário.