Subitamente, o “PS de Sócrates” começou a ser má onda. Hoje, ninguém acredita que seja possível a Sócrates maioria absoluta e, cada vez mais se questiona a mera vitória deste PS. Para os socialistas, que aguentaram estoicamente as críticas, chegou a hora de preparar a era pós-Sócrates.
Manuel Alegre, mantém a posição estratégica: um pé dentro, outro de fora. Num dia, partilha a mesa de Sócrates no outro, “atira-se a ele”. Manuel Alegre mais uma vez se coloca na linha de partida das presidenciais. Fala para dentro de um PS cuja vitória nas legislativas está cada vez mais na dúvida e, para uma esquerda que poderá querer fazer dele o “seu homem” em Belém. E nesta perspectiva, Sócrates é já o escolho do naufrágio.
Mas também António Costa sente que o peso da governação socialista se abate sobre as suas pretensões à câmara de Lisboa. E, por isso, também ele se demarca cautelosamente, para poder, ainda assim, disputar o voto dos descontentes com o governo.
Esta legislatura ficou, desde cedo, marcada pela crispação. Infelizmente para o governo, o timing da descompressão ficou irremediavelmente comprometido pela crise. Não há distribuição de computadores que rivalize com o espectro do desemprego, não há obra pública que faça esquecer as dificuldades que quotidianamente os portugueses têm que vencer. Não há imagem que se sobreponha às agruras do dia-a-dia. E quando assim é, o pão e o circo já não bastam. O número de descrentes cresce e com ele avolumam-se as vozes dissonantes.
A imagem de Sócrates já não é a do homem que triunfa na arena da política é, a de alguém de quem crescentemente se duvida fora e dentro e do PS. Sócrates está finalmente ao alcance das críticas ...
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