"Manuela Ferreira Leite estava a fazer uma crítica à forma autoritária, errada, de governar do engenheiro Sócrates e deste Governo e ao fazer essa crítica ilustrou-a com aquilo que ela acha que não se deve fazer", afirmou Marques Guedes, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD.[...]
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, defendeu hoje que em democracia não é possível fazer reformas contra as classes profissionais, demarcando-se da atitude do Governo no que respeita à reforma do sistema de justiça.
"Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". " in, Público
MFL, foi infeliz nas suas declarações. Conhecendo os media, deveria saber as desta vez as suas palavras não seriam relegadas para o interior dos jornais. Retomando a antiga máxima, poder-se-ia dizer que à líder da oposição não lhe basta ser democrata é preciso parecê-lo.
Mas, tomando por boas as explicações de Marques Guedes ficamos, de facto, com a sensação que este governo gostaria de poder ter um semáforo para fazer esperar a democracia e escapar ao escrutíneo público. Esta é e, será sempre a tentação do poder, perante a contestação fazer valer a força e não a razão. No caso de Sócrates desde o primeiro momento que a sua estratégia foi clara e, nisso concordo com MFL: isolar grupos profissionais, estigmatizando-os, e denegrindo-os junto da opinião pública para depois, em nome do ímpeto reformista do governo proceder com grande alarde a alterações no regime de férias (juízes), no estatuto da sua carreira (médicos, militares, professores...).... alterações que na maior parte dos casos não se traduziram numa melhoria real dos serviços prestados porque, foram cosméticas e pensadas como operações de propaganda para a opinião pública. Esta estratégia de afrontamento comporta os seus riscos, desde logo a alienação dos profissionais. A conflitualidade no sector da Educação é apenas mais um capítulo da incapacidade de gerar consensos ... incapacidade que tem sido agravada pelo facto de os interlocutores tradicionais -sindicatos, associações- estarem a sofrer de inadequação ao "choque tecnológico", a democratização da informação (acesso e produção) veio introduzir uma perturbação adicional às negociações que, antes, estavam reservadas para o aconchego dos gabinetes.
Mas, tomando por boas as explicações de Marques Guedes ficamos, de facto, com a sensação que este governo gostaria de poder ter um semáforo para fazer esperar a democracia e escapar ao escrutíneo público. Esta é e, será sempre a tentação do poder, perante a contestação fazer valer a força e não a razão. No caso de Sócrates desde o primeiro momento que a sua estratégia foi clara e, nisso concordo com MFL: isolar grupos profissionais, estigmatizando-os, e denegrindo-os junto da opinião pública para depois, em nome do ímpeto reformista do governo proceder com grande alarde a alterações no regime de férias (juízes), no estatuto da sua carreira (médicos, militares, professores...).... alterações que na maior parte dos casos não se traduziram numa melhoria real dos serviços prestados porque, foram cosméticas e pensadas como operações de propaganda para a opinião pública. Esta estratégia de afrontamento comporta os seus riscos, desde logo a alienação dos profissionais. A conflitualidade no sector da Educação é apenas mais um capítulo da incapacidade de gerar consensos ... incapacidade que tem sido agravada pelo facto de os interlocutores tradicionais -sindicatos, associações- estarem a sofrer de inadequação ao "choque tecnológico", a democratização da informação (acesso e produção) veio introduzir uma perturbação adicional às negociações que, antes, estavam reservadas para o aconchego dos gabinetes.
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"... ministro dos Assuntos Parlamentares criticou hoje a Fenprof por ter
abandonado uma reunião no Ministério da Educação e acusou a federação de ter uma
"agenda" de "posições extremistas" e que "apostam no agravamento do conflito".
in, Público
4 comentários:
Belíssima e certeiríssima posta, Hekate. Na verdade, na sorna sombra dos gabinetes, pelas costas das pessoas-cordeiro, tudo se fazia e tramava entre sindicatos, patronato e Executivos, quantas vezes contra os interesses-alvo, fara de real pertinência e com vítimas erradas como alvos a abater.
Hoje é possível uma ampla informação, é possível participar inteiramente aprovar e rejeitar, contestar, cruzar informação com rapidez e noção clara e actualizada sobre o que está em causa e desenvolver uma consciência multipolar, alargada, partilhada, fundamentada multilateralmente. E-mail + bloga + imprensa e a DEMOCRACIA real acontece com mais verdade e fulgor. Não é possível o poder político conspirar contra o cidadão sem que o cidadão não compreenda o problema holística e quadridimensionalmente.
Com este fruto tecnológico ao serviço da democracia participativa, o Autocrata Socratino de serviço e a sua trupe não contavam.
É bem e sobretudo por isso e perante esta realidade translúcida diante de tudo e de todos, interessados directamente ou não, que a Ministra faz uma figura tristíssima, cada vez mais palerma e apalhaçada em face da avalancha consciencial do problema.
Sinal dos tempos, já ninguém acredita no messianismo e na infalibilidade de uma cara de pau qualquer, quanto mais zangada, mais intransigente e má, melhor, mais honesta, mais correcta, mais rectamente orientada, maior bondade nas suas políticas a bem de todos. Isto são ilusões e percepções primitivas, passadas e ultrapassadas.
Agora plebiscitamo-nos e ao pdoer político, no tom e na substância, infinitas e sucessivas vezes ao longo de um só dia: esta equipa ministerial mais o fantoche triste do Confapiano Albino Almeida não resistem ao teste do algodão.
Não sei se te abrace se te beije.
[Vá lá, decide!]
Ambos?
Depois de tanta efusividade só posso mesmo escolher ... o beijo!
O que será necessário para esta péssima ministra e os seus secretários de estado (já agora o horrível senhor da CONFAP, qual a sua representatividade? Quem o elegeu?? ) serem demitidos, obrigarem-nos a meter atestado médico por 18 meses ou meter uma licença sem vencimento por dois anos....e desaparecer de cena.Há pessoas que são coagidas a assinar despedimentos, meter atestados ou férias por muito menos: portanto é de meditar e sugerir isto à ministra e os seus lacaios. Porque não se lembram os partidos e o senhor Sócrates destas excelentes sugestões para resolver o impasse.
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