quarta-feira, 18 de março de 2009

O das duas caras

Passava-se isto antes do feijão frade ter entrado, pela primeira vez, nos tachos dos europeus...

Portunes ou Janus, o deus romano das duas caras, era o deus das portas/portos (da entrada e da saída), do passado e do futuro. Poderia parecer que Janus era um deus menor mas, não. O seu templo situa-se no coração da Roma antiga perto do porto Tiberinus. A sua festa celebrava-se em meados de Agosto e, designava-se por Portumnalia.
Permito-se salientar que as semelhanças entre a palavra latina "Portunes" e a palavra "Portugal" não são mera coincidência. Foi o primitivo nome da cidade do Porto [Cale] que deu origem à palavra "Portugal".
Curioso ainda notar o quão relevante para a nossa história e identidade tem sido a presença do mar, dos portos, a nossa vocação de porta de entrada/saída da Europa e, o quanto isto contribuiu para que um pequeno país periférico se tivesse tornado numa verdadeira plataforma de informação/conhecimento/comunicação nos finais da Idade (dita) Média.

Regressando ao presente, Sócrates acusou o PSD de "ter duas caras". Ora, se neste país há alguém com duas caras(ou até com quatro, como o próprio Portunes) é Sócrates e, o seu governo. Todos já perceberam que entre os anúncios rosa e uma realidade cada vez mais cinzenta, existe uma indesmentível dualidade.
Mais uma vez, hoje, no parlamento, Sócrates anunciou medidas para ajudar as famílias mas, no ar ficaram um sem número de interrogações. Os títulos dos jornais de amanhã estão garantidos, a sua aplicação fica para as calendas gregas.

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