Por toda a Europa os países socialistas no gorerno foram fortemente penalizados. Quanto ao PPE, ganhou em toda a linha depois de os eleitores terem escolhido o centro-direita para encontrar soluções para a crise que afecta a economia europeia. Assim, Durão Barroso, pôde anunciar a candidatura com a tranquilidade de quem sabe que os dados estão lançados e a sorte está a seu favor.
Nestas eleições votaram apenas 43% dos 375 milhões de eleitores possíveis. A abstenção mantém-se, assim, muito elevada em toda a comunidade europeia. A maioria dos europeus valoriza positivamente o facto de pertencer à UE, encontra vantagens e até gostaria que houvesse mais Europa em áreas como o ambiente, a energia e a política externa e de defesa. Então, porquê que escolhem tantos europeus ficar em casa e, não votar?
Talvez porque na maior das campanhas se tenha discutido muito pouco a Europa. E quando se discute a Europa é para puxar dos galões e falar das vitórias, de cada partido nacional, contra os “eurocratas de Bruxelas”, em lugar de explicar as consequências das medidas que estão a ser aprovadas ou discutidas. A maior parte dos cidadãos desconhece quase tudo sobre a Europa e, por facilidade os políticos preferem discutir tricas nacionais a falar sobre a exotérica Europa. Pensam que, desta forma, conseguem ser mais mobilizadores mas, contribuem apenas para a perpetuação do aparente divórcio entre a Europa e os seus cidadãos. Um dos perigos desta forma de agir é que, no futuro, apenas os eurocepticos e os anti-europeístas consigam ser suficientemente mobilizadores e, nessa altura o projecto europeu estará em perigo.
Mas, apesar de todas as lamentações uma análise dos resultados permite verificar que nestas eleições europeias os eleitorados dos 27 países se comportaram de forma muito parecida: de um modo geral rejeitaram os extremismos e, decidiram-se a jogar pelo seguro dando uma vitória clara ao PPE. Quanto aos socialistas europeus estivessem, ou não, no poder perderam, tornando até, o sucesso do centro-direita mais expressivo do que realmente foi. Ou, seja, na prática houve como que uma consciência comum que ignorando as fronteiras nacionais levou a que os cidadãos tivessem feito opções similares onde quer que se encontrassem. Não será isto um sinal, de que a “Europa global” é, já hoje, uma realidade?
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