segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Casar com um ano ... divorciada aos dez (2)


Nojoud Ali (foto à esquerda) foi a primeira Iemenita a ousar desafiar os costumes do seu país. Apresentou-se sozinha no Tribunal e declarou ao atónito juiz que desejava divorciar-se. Aos dez anos, ela é apenas uma das muitas crianças casadas antes da idade de acordo com os costumes tribais. O espantoso neste caso é que esta menina conseguiu intentar um processo contra o “marido” e, com a ajuda de defensores dos Direitos do Homem e, de alguns jornais locais, ter conseguido ganhar o processo.

Depois dela também a pequena Arwa, de nove anos se apresentou num hospital local queixando-se de ter sido abusada física e sexualmente pelo marido. Também Arwa, conseguiu o seu divórcio mas, ambas as raparigas se encontram em perigo é que nesta sociedade, as mulheres que ousam rebelar-se contra as tradições são amiúde vítimas de “crimes de honra” cometidos por familiares próximos para “lavar a desonra”em que elas fizeram a família incorrer. Por isso, a sua história ainda está no princípio mas, para já ajudaram a criar um movimento de opinião e uma discussão em torno destas matérias.

Casamento no Afeganistão

Hoje, a BBC notícia, que um Tribunal na Arábia Saudita vai apreciar um pedido de divórcio de uma menina de oito anos, que foi casada com um homem na casa dos cinquenta.

Este casamentos contratados são um arcaísmo perpetuado pelas sociedades tradicionais e, agora, pelo fundamentalismo religioso que para justificar esta prática recorre à biografia de Maomé. No Iémen, na Arábia Saudita, no Afeganistão e em outros países islâmicos este tipo de casamentos surge como uma necessidade de “proteger a filha”, para consolidar um negócio, para pagamento de uma dívida e, acontece ainda porque existe uma crença segundo a qual as melhores esposas são as que se casam aos oito anos (idade da esposa preferida de Maomé).

Sem comentários: