A partir de um artigo, publicado no Novaya Gazeta, pelo especialista em assuntos militares, Pavel Felgengauern.
“…hoje é muito claro que a intervenção russa na Geórgia foi planeada antecipadamente” há evidências de que o Kremlin tinha decidido “…já em Abril [data cimeira da Nato em Bucareste] começar a guerra em Agosto.”
O plano, gizado por Moscovo, consistia levar a cabo um conjunto de provocações [por parte dos Osséssios] e usar a resposta dos georgianos para justificar o ataque ao seu território. Se a resposta dos georgianos fosse muito branda “os abecases deveriam iniciar por seu turno uma planeada limpeza étnica na região de Kodori."
"Se uma guerra está planeada” escreve Felgengauer, "o pretexto será sempre encontrado."
"…em princípio Moscovo estava mesmo preparado para preservar, formalmente, a integridade do território da Geórgia sob a forma de confederação" mas isto só no caso de Saakashvili ser substituído por um líder ao gosto do Kremlin.
Ao assinar o cessar-fogo "as autoridades georgianas preservaram o seu exército" e ao fazê-lo, Saakashvili "preservou a unidade da Geórgia e a base do seu próprio regime", salvaguardou-se nas manobras diplomáticas ainda que no terreno as acções militares russas prossigam.
"As bases militares e outras infra-estruturas [que os russos destruíram], serão reconstruídas com dinheiro do ocidente que irá criar novos empregos” para os georgianos. Mais, “os radares e as armas [que agora perderam] serão substituídas por outras novas e melhores.” – escreve Felgengauer.
“…a invasão russa acordou a Europa.” E isto pode significar para a Rússia uma derrota política, apesar, da invasão ter sido um sucesso.
A reacção ocidental a esta invasão poderá trazer, no entender de Felgengauer, sérias consequências para a elite económica da Rússia. Esta élite precisa do ocidente para continuar a crescer, daí que Medvedev tenha aceite, tão prontamente, o cessar-fogo.
Felgengauer conclui que “o cessar-fogo será fraco até que haja na Geórgia uma missão internacional de manutenção de paz”, algo que desagrada profundamente à Rússia pois, altera o equilíbrio de poderes na região.
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“Less than one month before Russia's armed forces entered Georgia on August 8, they held massive military training exercises in the North Caucasus involving 8,000 servicemen and 700 pieces of military hardware. At center stage in those maneuvers -- which took place in the second half of July, not far from Georgia's border -- was Russia's 58th Army, the very unit that would later play a key role in the incursion.” - fonte rfe
O plano, gizado por Moscovo, consistia levar a cabo um conjunto de provocações [por parte dos Osséssios] e usar a resposta dos georgianos para justificar o ataque ao seu território. Se a resposta dos georgianos fosse muito branda “os abecases deveriam iniciar por seu turno uma planeada limpeza étnica na região de Kodori."
"Se uma guerra está planeada” escreve Felgengauer, "o pretexto será sempre encontrado."
"…em princípio Moscovo estava mesmo preparado para preservar, formalmente, a integridade do território da Geórgia sob a forma de confederação" mas isto só no caso de Saakashvili ser substituído por um líder ao gosto do Kremlin.
Ao assinar o cessar-fogo "as autoridades georgianas preservaram o seu exército" e ao fazê-lo, Saakashvili "preservou a unidade da Geórgia e a base do seu próprio regime", salvaguardou-se nas manobras diplomáticas ainda que no terreno as acções militares russas prossigam.
"As bases militares e outras infra-estruturas [que os russos destruíram], serão reconstruídas com dinheiro do ocidente que irá criar novos empregos” para os georgianos. Mais, “os radares e as armas [que agora perderam] serão substituídas por outras novas e melhores.” – escreve Felgengauer.
“…a invasão russa acordou a Europa.” E isto pode significar para a Rússia uma derrota política, apesar, da invasão ter sido um sucesso.
A reacção ocidental a esta invasão poderá trazer, no entender de Felgengauer, sérias consequências para a elite económica da Rússia. Esta élite precisa do ocidente para continuar a crescer, daí que Medvedev tenha aceite, tão prontamente, o cessar-fogo.
Felgengauer conclui que “o cessar-fogo será fraco até que haja na Geórgia uma missão internacional de manutenção de paz”, algo que desagrada profundamente à Rússia pois, altera o equilíbrio de poderes na região.
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“Less than one month before Russia's armed forces entered Georgia on August 8, they held massive military training exercises in the North Caucasus involving 8,000 servicemen and 700 pieces of military hardware. At center stage in those maneuvers -- which took place in the second half of July, not far from Georgia's border -- was Russia's 58th Army, the very unit that would later play a key role in the incursion.” - fonte rfe
3 comentários:
Claro que a posição está correcta. Não sabemos se foi Saakashvili que encontrou um pretexto nos tiroteios com aldeias de maioriaa etnica georgiana em Samarjablo, se a Rússia com a tentativa de recuperação da província rebelde por aprte da Geórgia, ou, ainda, se ambos.
O que é certo é que é preciso repor a paz na Geórgia, que de acordo com as declarações de todos os países do mundo, incluindo a Rússia (até à dato no discurso) - excepção feita à Venezuela -, reconhecem a integridade territorial da Geórgia, o que significa que a Abcásia e Samarjablo são partes integrantes do terriório georgiano, e, para concluir, o que é necessário em encontrar o pretexto para fazer a paz e promover a cooperação com os paises que interagem com a Geórgia.
SÓ SEI QUE QUEM COMEÇOU O MASSACRE NA OSSÉTIA DO SUL FORAM OS SOLDADOS DA GEÓRGIA....2000 OSSETIANOS MORTOS ....É A CIFRA POR TODOS COMENTADA....
antoniosempredidata.blogspot.com
Caro António, deve saber que esse número tem vindo a ser revisto pela própria imprensa oficial russa. O número de mortos e de combatentes é sempre algo em que só acredito com provas (sei que desde sempre os militares gostaram de exagerar, tal como os caçadores), porque em momentos como estes correm sempre boatos horripilantes que nem sempre se confirmam.
A HRW, que procurou provas aponta para um número muito mais baixo. Aguardo para ver um relatório imparcial, com provas circunstanciadas (esta retórica serve para os dois lados do conflito, naturalmente).
Aliás, nestas coisas tento (nem sempre é fácil) manter o espírito aberto, desapaixonado, crítico e dizer que "só sei que nada sei...". A história deste conflito far-se-à mais tarde quando o cheiro a pólvora desaparecer e, não seremos nós a fazê-la.
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