domingo, 31 de agosto de 2008

Democracia em Angola, uma utopia?

No final de um ano difícil para as eleições no continente africano: Quénia, Zimbababué… aproximam-se as eleições em Angola o que constitui um motivo para observar a realidade naquele país. Por isso, e apesar das autoridades angolanas fazerem o possível para manterem afastados jornalistas e repórteres indesejáveis a verdade é que vão aparecendo aqui e ali alguns artigos e reflexões sobre Angola que vale a pena aprofundar:

“…after being starved of elections for decades, Angolans now face a flurry of polls. The coming vote is expected to be followed by a presidential one next year and local ones in 2010. President José Eduardo dos Santos, in power since 1979, seems to have developed a sudden taste for democracy and says that Angola will now hold general elections every four years. It may be that the ruling party, with the benefits of incumbency, deep pockets and no immediate prospect of losing its grip on power, has decided that democracy is now a safe option.

The Economist

“A Amnistia Internacional está preocupada com a evolução da campanha eleitoral em Angola, referindo a existência de "sinais de intolerância" e de violência, "ainda que não necessariamente identificados com elementos dos partidos".
Para o director da secção portuguesa da Amnistia Internacional (AI), Pedro Krupenski, a debilidade da sociedade civil em Angola, que se pode "considerar embrionária" e a proliferação de armas entre os civis são fonte de preocupação no momento em que se vive um processo eleitoral importante para este país.[…]

Diário de Notícias

“Intimidation of opposition parties and the media ahead of parliamentary elections in Angola, as well as interference in the electoral commission, threaten prospects for a free and fair vote in September, Human Rights Watch said today.

“The conditions for free and fair elections start long before election day,” said Georgette Gagnon, Africa director at Human Rights Watch. “But less than a month before elections, it’s clear Angolans aren’t able to campaign free from intimidation or pressure. And unless things change now, Angolans won’t be able to cast their votes freely.”

HRW


“On Aug. 14, the government dismissed reports by the New York-based Human Rights Watch organization that there have been “numerous” cases of harassment against opposition parties by MPLA officials. The prime minister asked HRW to refrain from interfering in the ballot, and said that the vote would be “free, fair and transparent.”

Open Democracy News

"Estes "são conflitos clássicos, em altura de eleições, entre os Governos africanos e os meios de informação com que têm o que chamamos 'conflitos pessoais'", disse ao PÚBLICO Leonard Vincent, responsável por África na Repórteres Sem Fronteiras. Vincent classifica estas situações [de não atribuição de vistos a determinados jornalistas ou órgãos de comunicação social] como "escandalosas", pois os Governantes "consideram que os interesses nacionais estão nas suas mãos, quando estão na monitorização da justiça de uma eleição por forças e entidades neutras, como a imprensa livre e estrangeira".

Público, 30 Setembro


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