As autoridades russas têm utilizado as sucessivas crises e conflitos para aumentar o seu poder. Finda a URSS, quebrada a “irmandade”, houve na Rússia uma Primavera durante a qual se parecia estar no caminho de uma democracia pluralista. Mas foi sol de pouca dura. Depois da a Segunda guerra na Chechénia e da chegada de Putin à presidência da Rússia houve como que um aproveitamento da sucessivas crises para uma reafirmação do poder do Estado russo: o desastre do Kursk, o cerco do teatro de Moscovo, a supressão dos canais de televisão independente, os acontecimentos na escola de Beslan. No plano económico, o Krelim tem condicionado o controle a actuação de sectores estratégicos nomeadamente o sector da energia – veja-se, aqui.
Lendo Anna Politkovskaïa, uma das jornalistas russas que tombou vítima de assassinato, percebe-se que o Kremlin veio apertando o cerco aos defensores dos direitos humanos e a todos os que ousam “pensar diferente”. Jornalistas e membros de partidos políticos são vítimas de constantes perseguições, agressões, prisões, internamento em hospitais psiquiátricos… o é preciso coragem para fazer jornalismo de investigação na Rússia, é preciso coragem para ser candidato “da oposição”.
E agora? Depois da Geórgia, será que mais uma vez Moscovo vai dar um passo na direcção de uma "nova URSS"?
Uma coisa interessante de observar é a coreografia de Medvedev e Putin. Esta dupla, faz-me lembrar a táctica do “mau polícia” e do “bom polícia”, um assusta e intimida, o outro faz declarações de paz e inspira confiança à comunidade internacional. Esta bicefalia do poder russo deixa lugar a muitas interrogações. As indefinições relativamente a quem manda no Krelim vão muito para além do “eles saem ou, não saem de Gori”. A Rússia tem dado muitos sinais contraditórios, por isso a pergunta que muitos fazem é:
Quem é de facto o líder? Quem manda na Rússia?
O líder é aquele que faz descer as acções de uma companhia com uma simples declaração, um líder é aquele que aterra directamente num conflito depois de saído da cerimónia das olimpíadas ou, é aqule que dialoga com as grandes companhias para lhes pedir que não se deixem “intimidar” e, que negoceia o cessar fogo?
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Repare-se como esta estratégia resulta no terreno: há um cessar fogo em vigor mas, os tanques russos e os grupos paramilitares continuam as movimentações, destruições, pilhagens… a comunidade internacional vai assistindo a tudo bloqueada pelos sinais contraditórios e, pelos sucessivos desmentidos (até os directos televisivos são desmentidos). De qualquer forma, a estratégia foi traçada no início do conflito: só existirá uma verdadeira paragem das hostilidades quando não houver instalações militares, quando as comunicações estiverem seriamente danificadas e … quando o presidente da Geórgia se demitir (esta seria a “cereja” no triunfo russo), já para não falar da questão da discussão sobre os estatuto das regiões separatistas da Osséssia do Sul e Abecásia.
Lendo Anna Politkovskaïa, uma das jornalistas russas que tombou vítima de assassinato, percebe-se que o Kremlin veio apertando o cerco aos defensores dos direitos humanos e a todos os que ousam “pensar diferente”. Jornalistas e membros de partidos políticos são vítimas de constantes perseguições, agressões, prisões, internamento em hospitais psiquiátricos… o é preciso coragem para fazer jornalismo de investigação na Rússia, é preciso coragem para ser candidato “da oposição”.
E agora? Depois da Geórgia, será que mais uma vez Moscovo vai dar um passo na direcção de uma "nova URSS"?
Uma coisa interessante de observar é a coreografia de Medvedev e Putin. Esta dupla, faz-me lembrar a táctica do “mau polícia” e do “bom polícia”, um assusta e intimida, o outro faz declarações de paz e inspira confiança à comunidade internacional. Esta bicefalia do poder russo deixa lugar a muitas interrogações. As indefinições relativamente a quem manda no Krelim vão muito para além do “eles saem ou, não saem de Gori”. A Rússia tem dado muitos sinais contraditórios, por isso a pergunta que muitos fazem é:
Quem é de facto o líder? Quem manda na Rússia?
O líder é aquele que faz descer as acções de uma companhia com uma simples declaração, um líder é aquele que aterra directamente num conflito depois de saído da cerimónia das olimpíadas ou, é aqule que dialoga com as grandes companhias para lhes pedir que não se deixem “intimidar” e, que negoceia o cessar fogo?
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Repare-se como esta estratégia resulta no terreno: há um cessar fogo em vigor mas, os tanques russos e os grupos paramilitares continuam as movimentações, destruições, pilhagens… a comunidade internacional vai assistindo a tudo bloqueada pelos sinais contraditórios e, pelos sucessivos desmentidos (até os directos televisivos são desmentidos). De qualquer forma, a estratégia foi traçada no início do conflito: só existirá uma verdadeira paragem das hostilidades quando não houver instalações militares, quando as comunicações estiverem seriamente danificadas e … quando o presidente da Geórgia se demitir (esta seria a “cereja” no triunfo russo), já para não falar da questão da discussão sobre os estatuto das regiões separatistas da Osséssia do Sul e Abecásia.
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