"Essa é uma solução do ponto de vista arquitectónico e urbanístico que já provou que não é a mais adequada, mas em Portugal continua a ser uma opção. É uma solução que no contexto europeu já não é utilizada desde os anos 70", afirmou Isabel Guerra, investigadora do Centro de Estudos Territoriais do ISCTE, em declarações à agência Lusa.
Segundo a responsável, estudos indicam que a concentração de população socialmente homogénea, mesmo quando é culturalmente heterogénea, traz problemas de socialização negativa, sobretudo entre os mais novos, gerando abandono escolar precoce e predominância de comportamentos menos disciplinados, entre outras atitudes.
"São comportamentos que acabam por ter um efeito colectivo visível. Situações como a que sucedeu na Quinta do Mocho acabam por ter um efeito perverso que é marcar negativamente o bairro, quer para quem lá habita, quer para a imagem pública desses bairros. Como se as restantes famílias que habitam nos bairros sociais não tivessem um comportamento ordeiro no seu dia-a-dia", afirmou.[...]"
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