sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Jogos de Poder

A situação na Geórgia trouxe para a agenda internacional velhas reflexões sobre as polaridades. Durante décadas o mundo foi friamente bipolar. O fim da União Soviética, não correspondeu ao “fim da história” e à assunção de uma única potencia mundial mas, antes, a um realinhamento. A ordem internacional parece evoluir para uma crescente desordem, havendo um crescente número de potências (re)emergentes que mostram determinação e meios para “fazer o que lhes apetece”. É assim com a China que tem usado o seu poder de veto para manter as suas ligações perigosas a regimes pouco recomendáveis mas altamente “rentáveis”, eque ignorou olimpicamente as críticas relativas ao Tibete ou à Uiguria e, agora, esta jogada do Kremlin parece demonstrar que o “urso” ainda sabe jogar com mestria as peças do xadrez internacional.
NATO e U.E. demoraram a reagir, apareceram divididos (especialmente, a U.E. com a Polónia, os Estados Bálticos e até a Suécia a ter uma percepção da ameaça russa, que contrasta com a atitude apaziguadora da França e da Alemanha) aparentemente, foram apanhados de surpresa e, até ao momento, não tiveram uma palavra decisiva no conflito, limitando-se a ser pouco mais que espectadores impotentes.
No futuro, países que pelo seu potencial humano, económico ou militar (o nuclear há muito que deixou de ser um segredo bem guardado) e que são potencias regionais poderão também aspirar a jogar nesta primeira-liga, casos da Índia, do Irão...

Temos pois, um mundo muito mais confuso e perigoso à nossa frente, um mundo onde o potencial de conflitos é enorme, e onde nem sempre o factor “racionalidade” é preponderante, o que aumenta a probabilidade da sua ocorrência.

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