sábado, 4 de outubro de 2008

Integração ou, auto-exclusão?

A música da "sala de ensaio": Ka Du Bofiaz ...

O primeiro post que escrevi para este blog teve como tema a “Tolerância”. Na altura escrevi que existem diferentes formas de tolerância, desde a tolerância indiferente até à tolerância que degenera em exclusão – uma espécie de “é lá com eles”- até se transformar (por desconhecimento do outro) em xenofobia.

A recente vaga de criminalidade e o facto nela estarem envolvidos membros de minorias étnicas diversas, trouxe para os jornais mas, sobretudo, para os comentários dos leitores um crescente sentimento de insegurança e uma consciência das tensões raciais existentes.Por isso, creio que tem todo o interesse reflectir sobre a "integração" e sobre o investimento que tem sido feito nesse sentido.

Vejamos, o exemplo, da Associação Khapaz que desenvolve um projecto envolvendo cerca de 200 crianças e jovens nos bairros Quinta da Boa Hora e Quinta do Cabral [Seixal], este projecto desenvolve diversas actividades de cariz social, desportivo e educativo e, pretende combater problemáticas como a delinquência juvenil, a falta de mobilidade, o abandono escolar, o desocupação, as baixas habilitações literárias e situações de desestruturação familiar.” (ver, Projecto Rualidades).

A Khapaz tem recebido apoios diversos para levar a cabo esta tarefa: Instituto do Emprego, Fundação Gulbenkian, ACIME, junta de freguesia de Arrentela, câmara do Seixal… e isso nada teria de extraordinário se… as palavras de um dos seus dirigentes e, os conteúdos da página da referida associação não revelassem uma realidade para a qual eu não gostaria de contribuir mas, contribuo...

Um dos dirigentes e fundadores da associação deu, em 2004, uma entrevista a um jornal ligado ao BE:

“Sim, sou preto, assumo toda a minha pretidão." Não pactua com aquilo que chama "a chantagem da integração", isto é, "querem que um preto se vista, se comporte e fale como um branco". Mordaz e directo nas palavras, Chullage acha "que chegou a hora de os negros deixarem de ser fodidos".
Para tal propõe que os negros se organizem e comecem a lutar pelo seu "power". Em vez de trabalharem para a riqueza dos outros, devem, sim, trabalhar para a sua, gerar postos de trabalho dentro da sua comunidade, procurar uma educação própria.” (texto integral, aqui)

Bom, se isto não é racismo, o que é o racismo? O que este senhor, que dá pela alcunha de “Chullage”, pretende é o gueto, não pretende qualquer tipo de integração. Ele di-lo, claramente. Mais, não posso aceitar que um dirigente de uma associação juvenil que tem por objectivo combater “o abandono escolar, o desocupação, as baixas habilitações literárias” venha dizer que devem “procurar uma educação própria” ou que o “ … insucesso escolar deve-se muitas vezes à mentalidade dos próprios professores", […] "a escola não consegue abordar as diferentes culturas". (ACIME) e que estas palavras sejam publicadas por uma entidade pública. sem o cuidado de evitar generalizações.

A consulta da página da Khapaz leva-nos de imediato à única rubrica de alguma forma desenvolvida, um “manual de sobrevivência”, que é activado por um botão dos “black panthers e que mais não é do que os direitos e garantias em caso de ser interrogado/detido. De resto, esta associação têm-se distinguido pela denúncia de alegadas situações de abusos policiais:

“…como o Corpo de Intervenção resolveu intervir disparando balas de borracha sobre dezenas de jovens que festejavam junto a um café na madrugada da passagem de ano. Nesse mesmo mês, por quatro vezes a PSP do Seixal fez rusgas nesse mesmo local, sem que nalguma delas tivesse sido apresentado qualquer documento ou mandato ao proprietário do café em causa.” In esquerda.net

Mas, também é verdade que têm surgido denúncias de consumo e tráfico de estupefacientes nas imediações da associação e mesmo no seu interior. A Comissão Social de Freguesia de Arrentela apreciou as referidas denúncias e, sem que aparentemente, tivesse havido inquérito chegou às seguintes conclusões:


"Relativamente às graves acusações feitas à Associação Khapaz, a D. Sheila e a D. Karina explicam que a associação foi formada por jovens de origem africana que moram na Qt. da Boa Hora e Qt. do Cabral, e que por terem fracas expectativas em relação ao futuro, encontraram nesta associação através da Dança e da Música uma forma de fugirem à marginalidade e conseguirem a sua integração na sociedade. Não faz por isso assim sentido que a mesma seja acusada de contrariar os propósitos pelos quais foi fundada." Acta da CSFA nº 10.


"Explicado sumariamente o conteúdo da carta, foi reiterada a credibilidade que a CSF de Arrentela tem junto da Associação Khapaz, alvo de acusação na referida carta, e que a CSF acabou de assinar como parceira da Khapaz no âmbito do programa “Escolhas”. Acta da CSFA nº 6.

Esta Associação capaz de juntar aos objectivos sociais o espectáculo de que o poder precisa, tem recebido apoios múltiplos. Pergunto se o dinheiro dos contribuintes não seria melhor empregue em creches e jardins-de-infância, cursos de português para estrangeiros e de formação profissional, programas de luta contra o alcoolismo e a toxicodependência …programas que promovessem uma melhor integração na sociedade em lugar de promoverem a auto-exclusão de grupos étnicos, se a minha análise estiver correcta, os meus impostos estão a promover o desenvolvimento de uma xenofobia mútua, em lugar da desejável compreensão/aceitação do outro e consequente integração na comunidade.

1 comentário:

antonio jesus silva disse...

REVOLUÇÃO QUILOMBOLIVARIANA !
A COMUNIDADE NEGRA AFRO-LATINA BRASILEIRA
APOIA E É SOLIDARIA AO POVO PALESTINO.VIVA A PALESTINA!
Viva! Chàvez! Viva Che!Viva! Simon Bolívar! Viva! Zumbi!
Movimento Chàvista Brasileiro

Manifesto em solidariedade, liberdade e desenvolvimento dos povos afro-ameríndio latinos, no dia 01 de maio dia do trabalhador foi lançado o manifesto da Revolução Quilombolivariana fruto de inúmeras discussões que questionavam a situação dos negros, índios da América Latina, que apesar de estarmos no 3º milênio em pleno avanço tecnológico, o nosso coletivo se encontra a margem e marginalizados de todos de todos os benefícios da sociedade capitalista euro-americano, que em pese que esse grupo de países a pirâmide do topo da sociedade mundial e que ditam o que e certo e o que é errado, determinando as linhas de comportamento dos povos comandando pelo imperialismo norte-americano, que decide quem é do bem e quem do mal, quem é aliado e quem é inimigo, sendo que essas diretrizes da colonização do 3º Mundo, Ásia, África e em nosso caso América Latina, tendo como exemplo o nosso Brasil, que alias é uma força de expressão, pois quem nos domina é a elite associada à elite mundial é de conhecimento que no Brasil que hoje nos temos mais de 30 bilionários, sendo que a alguns destes dessas fortunas foram formadas como um passe de mágica em menos de trinta anos, e até casos de em menos de 10 anos, sendo que algumas dessas fortunas vieram do tempo da escravidão, e outras pessoas que fugidas do nazismo que vieram para cá sem nada, e hoje são donos deste país, ocupando posições estratégicas na sociedade civil e pública, tomando para si todos os canais de comunicação uma das mais perversas mediáticas do Mundo. A exclusão dos negros e a usurpação das terras indígenas criaram-se mais e 100 milhões de brasileiros sendo estes afro-ameríndios descendentes vivendo num patamar de escravidão, vivendo no desemprego e no subemprego com um dos piores salários mínimos do Mundo, e milhões vivendo abaixo da linha de pobreza, sendo as maiores vitimas da violência social, o sucateamento da saúde publica e o péssimo sistema de ensino, onde milhões de alunos tem dificuldades de uma simples soma ou leitura, dando argumentos demagógicos de sustentação a vários políticos que o problema do Brasil e a educação, sendo que na realidade o problema do Brasil são as péssimas condições de vida das dezenas de milhões dos excluídos e alienados pelo sistema capitalista oligárquico que faz da elite do Brasil tão poderosa quantos as do 1º Mundo. É inadmissível o salário dos professores, dos assistentes de saúde, até mesmo da policia e os trabalhadores de uma forma geral, vemos o surrealismo de dezenas de salários pagos pelos sistemas de televisão Globo, SBT e outros aos seus artistas, jornalistas, apresentadores e diretores e etc.
Manifesto da Revolução Quilombolivariana vem ocupar os nossos direito e anseios com os movimentos negros afro-ameríndios e simpatizantes para a grande tomada da conscientização que este país e os países irmãos não podem mais viver no inferno, sustentando o paraíso da elite dominante este manifesto Quilombolivariano é a unificação e redenção dos ideais do grande líder zumbi do Quilombo dos Palmares a 1º Republica feita por negros e índios iguais, sentimento este do grande líder libertador e construí dor Simon Bolívar que em sua luta de liberdade e justiça das Américas se tornou um mártir vivo dentro desses ideais e princípios vamos lutar pelos nossos direitos e resgatar a história dos nossos heróis mártires como Che Guevara, o Gigante Osvaldão líder da Guerrilha do Araguaia. São dezenas de histórias que o Imperialismo e Ditadura esconderam. Há mais de 160 anos houve o Massacre de Porongos os lanceiros negros da Farroupilha o que aconteceu com as mulheres da praça de 1º de maio? O que aconteceu com diversos povos indígenas da nossa América Latina, o que aconteceu com tantos homens e mulheres que foram martirizados, por desejarem liberdade e justiça? Existem muitas barreiras uma ocultas e outras declaradamente que nos excluem dos conhecimentos gerais infelizmente o negro brasileiro não conhece a riqueza cultural social de um irmão Colombiano, Uruguaio, Venezuelano, Argentino, Porto-Riquenho ou Cubano. Há uma presença física e espiritual em nossa história os mesmos que nos cerceiam de nossos valores são os mesmos que atacam os estadistas Hugo Chávez e Evo Morales Ayma,Rafael Correa, Fernando Lugo não admitem que esses lideres de origem nativa e afro-descendente busquem e tomem a autonomia para seus iguais, são esses mesmos que no discriminam e que nos oprime de nossa liberdade de nossas expressões que não seculares, e sim milenares. Neste 1º de maio de diversas capitais e centenas de cidades e milhares de pessoas em sua maioria jovem afro-ameríndio descendente e simpatizante leram o manifesto Revolução Quilombolivariana e bradaram Viva a,Viva Simon Bolívar Viva Zumbi, Viva Che, Viva Martin Luther King, Viva Osvaldão, Viva Mandela, Viva Chávez, Viva Evo Ayma, Viva a União dos Povos Latinos afro-ameríndios, Viva 1º de maio, Viva os Trabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil e de todos os povos irmanados.
O.N.N.QUILOMBO –FUNDAÇÃO 20/11/1970
quilombonnq@bol.com.br