segunda-feira, 22 de setembro de 2008

As fronteiras do medo

O Paquistão é, desde 2001, um aliado essencial na luta contra a Al-Qaeda. Mas, o Paquistão é um país de grandes contradições, de regiões inacessíveis, um país simultaneamente no séc. XXI e no séc. XII … Nas regiões tribais próximas do Afeganistão o controlo de Islamabad é frágil e a tradição de resistência aos ocidentais sejam eles britânicos, paquistaneses, soviéticos ou americanos é forte.

Os Taliban parecem estar a recuperar terreno no Afeganistão onde as mortes de soldados da NATO se sucedem, e onde ninguém parece estar a salvo nem do fogo “amigo” nem do inimigo. A convicção é que as bases Taliban se encontram precisamente nestas áreas fronteiriças com o Paquistão. Seria nestas remotas regiões tribais que o próprio Osama (agora poeta, publicado e tudo!) se esconderia.

O Paquistão, está perigosamente instável. O atentado deste sábado teria como objectivo liquidar o presidente e o primeiro-ministro que deveria jantar no Marriot… Os militantes da jihad, representam uma força não desprezível, num país que mantém um sem número de conflitos internos e externos, e que o governo em Islamabad não quer hostilizar. A verdade é que as regiões tribais não são controladas e, a situação de segurança na região se tem agravado, os paquistaneses querem exercer a sua soberania na região, os americanos querem que ela deixe de ser utilizada como um “santuário”.

A actividade dos Taliban é crescentemente ameaçadora para a população local. Um jornal na região de Swat (onde estão estacionados 15000 soldados paquistaneses) publicou uma carta enviada pelos Talban:

“Aqueles que não usam barba, que guiam pela esquerda como os ingleses e, aqueles que vendem máquinas de barbear [shaving kits], maquilhagem e, soutiens serão mortos.”

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