Hameeda, Ruqqaya et Raheena foram mortas em nome da tradição. O seu crime? Queriam casar com o homem que escolheram e não com os primos – Umrani- que a família (tribo) lhes havia designado.
A 13 de Julho, as três jovens deixaram a sua aldeia a bordo de um táxi, acompanhadas pela mãe e pela tia. O grupo dirigiu-se a uma pequena cidade situada a 80 Km, onde pretendiam que o tribunal local as casasse com os seus “escolhidos”. Mas, assim que chegaram à cidade de Usta Mohammad, elas foram apresadas pelos Umrani. Elas tinham tentado iludir a estratégia matrimonial do clã e deviam ser castigadas. Os seus raptores levaram-nas de volta à aldeia de origem. Uma assembleia de notáveis -jirga- decidiu sobre a sua morte. Prometeu-se-lhes uma morte com requintes de malvadez, uma morte que servisse de exemplo para outras jovens contestatárias.
No dia seguinte as cinco sentenciadas foram levadas para uma zona isolada. Uma escavadora abriu uma fossa. No final, o condutor empurrou as mulheres para dentro da fossa com a escavadora. Dispararam tiros sobre elas e finalmente, foram enterradas ainda vivas.
“São tradições multi-seculares, e eu continuarei a defendê-las.” Disse o deputado do Partido Nacionalista do Baluquistão. Estas declarações, transmitidas pela televisão paquistanesa, deram ao caso uma dimensão nunca antes atingida pelos cerca de mil “crimes de honra” que todos os anos ensombram a sociedade paquistanesa. Para já, ficaram à vista as clivagens entre a “modernidade” e o mundo das tribos perdidas nos recônditos do Paquistão.
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Relacionadas arquivo do blog: aqui e aqui e ainda sobre a sharia.E ainda o Público de 7 Outubro e Público de 28 Outubro.
1 comentário:
Hà muitos casos desses.
Essas sociedades mantêm um controle violento sobre as mulheres.
Veja-se o caso do fulano egipcio que ,a viver nos estados unidos hà mais de dez anos e casado com americana.., matou as filhas porque estas haviam começado a namorar com nao muçulmanos.
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