"O PÚBLICO dedicou, hoje como nos últimos dias, numerosas páginas às eleições angolanas. Fizemo-lo porque se trata de um evento importante para Angola, para África Austral e, também, para Portugal. Mas fizemo-lo sem ter a possibilidade de contar com o trabalho de enviados do jornal que, no terreno, traçassem para os nossos leitores um retrato mais fiel e vivido do que é hoje Angola e de como está a decorrer este processo eleitoral. Pedimos vistos para os nossos jornalistas com muita antecedência: em Junho. Esperámos por eles sem sucesso, pois as autoridades angolanas entenderam que não queriam que jornalistas do PÚBLICO entrassem no país. Tentaram mesmo evitar que angolanos colaborassem connosco. [...]"
uma das condições para a realização eleições livres é a pluralidade de opiniões, o debate e, da parte do Estado, a total isenção. Ora, tenho reparado (sem surpresa) que por parte deste jornal (E.P) impera uma visão unilateral da realidade angolana. Já aqui escrevi que não é necessário sair de Lisboa para perceber o que se está a passar em Angola. Basta ler o que escreve a Angop, o Jornal de Angola ou o correspondente da Lusa para perceber o forma como está a decorrer a campanha. Claro, está que os media portugueses, enquanto não tivessem os vistos tiveram que fazer a cobertura à distância e de mansinho. Mas, pelos vistos nem assim conseguiram. É nestes momentos que aprecio o jornalismo da BBC que mesmo impedido de trabalhar no Zimbabué continuaram a viajar e a mostrar o que se passa naquele país.
De qualquer forma recomendo esta leitura do Jornal de Angola... o dia de hoje, dia de reflexão, parece dia de Natal: as últimas notícias deste Jornal são subsidíos, inaugurações, micro-crédito, auto-emprego, oferta de fertilizantes, de "meios de trabalho"...
E isto é que que se vê à distância. Já imaginaram o que veria, in loco, alguém com espírito crítico e coragem/vontade para fazer uma boa reportagem?
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