Esta é a imagem da economia russa.
A Rússia tem assumido nos últimos meses um tom revivalista de que tenho escrito ( sem ser exaustiva, destacaria os seguintes “posts” por ordem cronológica: aqui, aqui, aqui entre outras). A imagem da “sovietização” da Rússia não é positiva nem do ponto de vista das relações com o exterior, nem do ponto de vista da economia.
Os investidores temem acima de tudo a instabilidade. Ora, quando o presidente Putin, veio a público ameaçar uma das maiores empresas do país,seguiu-se uma perda de 6 biliões de dólares numa questão de horas (vale a pena ver a intervenção, aqui). Nessa intervenção ficou claro que as empresas na Rússia podem esperar mais impostos, e mais regulamentação. A partir, desse momento os investidores “voaram”.
A imagem da “sovietização” da Rússia está presente em num crescente número de áreas e não é favorável à recuperação da economia. Não é só o pendor crescentemente totalitário da “democracia russa” denunciado por Anna Politkovskaya mas, é também deterioração da qualidade de vida dos russos: os sistemas de saúde, e de educação continuam a ser sub-financiados; existem problemas crónicos com a habitação e os transportes; e os sectores das ciências e tecnologia continuam “atrasados”. A tudo isto, juntou-se, agora, a obsessão da guerra com a Geórgia,da defesa dos cidadão russos, do “espaço vital”, da “nova Guerra Fria”; das sanções internacionais e a consciência do isolamento internacional. É esta imagem que a dupla, Putin-Medvedev, tem fomentado com as suas acções e declarações e, no entanto, é desta imagem que Putin se pretende distanciar quando "dá o dito por não dito" e nega as pretensões neo-imperialistas da Rússia pois, sabe que delas nada de bom virá para uma economia débil.
É no bolso dos russos que as consequências são mais sentidas. De resto, as manifestações de desagrado já começaram. O descontentamento pelo facto de os preços da gasolina terem aumentado em mais de 20% desde o inicio do ano e do diesel ter aumentado em 30% levou a que cerca de 1000 manifestantes se juntassem, em Moscovo, para protestar (ver, aqui). Putin-Medvedev sabem que se o "inimigo externo" não resultar mais uma vez, a economia poderá ser fatal para as suas ambições.
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