terça-feira, 2 de setembro de 2008

Morte e revolta na Ingushetia

Magomed Yevloyev, era um crítico do presidente Ingush, Murat Zyazikov. Foi detido na capital Ingush, Nazran, quando saía do avião que o transportava de Moscovo. Durante a viagem poderá ter conversado, discutido, com o presidente Zyazikov, sobre uma explosão ocorrida no início do ano em Nazran.À saída do avião foi detido pelas autoridades. Apareceu pouco depois perto do hospital com uma bala na cabeça. Morreu durante a operação. A polícia diz que ele ofereceu resistência e foi morto acidentalmente.

A repressão sobre os críticos do presidente Zyazikov, não é coisa nova. Há pouco dias a jornalista, Rosa Malsagova, foi obrigada a procurar refúgio num país europeu depois de fazer reportagens sobre a corrupção na Ingushetia (?) num website (Ingushetiya.ru) de que Yevloyev era co-fundador, e que as autoridades acusam de “extremismo”.

Uma das mais prestigiadas organizações de direitos humanos na Rússia, FinRosForum, escreve no seu site:

“[…]Yevloyev did not consider himself a dissident but said that it was only his duty to report events as truthfully as possible. Due to his extraordinary courage, Ingushetians were able to tell the world how flawed the election to the Russian State Duma in Ingushetiya had been.”

Também a Oborona se manifesta chocada pelo assassínio e acredita que foi levado a cabo pelo Ministério do Interior. Acusa o presidente Murat Zyazikov de “responsabilidade directa” para silenciar o reporter/blogger. Acusa ainda Putin ter proporcionado “um ambiente propício à sua ocorrência”.

A morte de Yevloyev, poderá ter radicalizado posições entre os Ingushes. Alguns dos quais pretendem não só um inquérito às circunstâncias da morte mas, pretendem também a independência: Pedimos à Europa e à América para que nos separem da Rússia.Não sabemos mais o que fazer, para parar o genocídio do povo Ingush que está a ser feito pelo Kremlin e que tem de ser parado." [tradução livre, deste texto]

Este caso cria um embaraço político a Putin-Medvedev pois, coloca-os na posição de escolher entre o seu favorito,Zyazikov e, a população Ingush. Até ao momento, a oposição na Ingushia tem sido relativamente cordata mas, depois deste caso houve um nítido extremar de posições capazes de fazer Moscovo preocupar-se com uma eventual explosão de violência na região.

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"Rússia já não vê Mikheil Saakachvili como Presidente da Geórgia" como é evidente o Kremlin tudo fará para se ver livre de Saakachvili. Ontem, os ruas de Tbilisi encheram-se para pedir o fim da ocupação russa do território georgiano. Esta manifestação foi também uma forma de mostrar apoio ao gorverno. Nesta manifestação terão participado cerca de um milhão de pessoas, ou seja, um em cada quatro georgianos. A Rússia, desde o início "marcou" Saalachvili e vai tentar derrubá-lo de qualquer forma.

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